Amor e Ódio | [MORRO]

42"No olho do furacão "

A música do pagode ressoava no ar, e a atmosfera estava carregada de tensão e desejo. No meio da festa, eu me virei e dei de cara com uma mulher que imediatamente chamou minha atenção. Ela era deslumbrante. Com um sorriso de canto, pensei em como aquela noite poderia ter tomado outro rumo.

Pesadelo, com sua habitual postura provocadora, observava a cena com desdém.

Pesadelo _ Rafaela, mete o pé! _ ele ordenou, dando um gole na cerveja. Sua voz era firme, mas a raiva que transparecia não deixava dúvida sobre o que ele sentia em relação à situação.

Rafaela _ Só vou sair se você for comigo, amor. _ replicou, com um olhar desafiador.

Pesadelo _ Não me chama de amor, c*****o! _ Ele a encarou com um olhar penetrante, o que fez Rafaela recuar.

Rafaela, não disposta a recuar tão facilmente, disparou com desdém:

Rafaela _ O que você está fazendo com essa marmita de bandido, Pesadelo? _ O tom dela era de desprezo absoluto.

Não pude deixar de rir ao ouvir a provocação.

Priscilla _ Marmita de bandido? _ perguntei com um sorriso debochado. _ Estamos no mesmo nível, né, meu amor? Só que no SEU caso, você está m*l comida. _ Minha voz estava carregada de sarcasmo, e a tensão no ar ficou palpável.

Rafaela, com um olhar ferido, se aproximou de Pesadelo, tentando encontrar algum apoio.

Rafaela _ Você vai deixar ela falar assim comigo? _ Ela fez uma voz manhosa, mas o olhar de Pesadelo já havia mudado. Ele parecia irritado, mas não queria fazer uma cena pública.

Eu me aproximei, encarando Rafaela com firmeza.

Priscilla _ Não sei se você percebeu, mas ele está comigo. Se você não quiser sair arrastada pelo cabelo, é melhor você meter o pé, _ minha voz estava cheia de determinação. Rafaela lançou um último olhar furioso e saiu batendo o pé. Voltei para perto de Pesadelo, que agora parecia aliviado, mas não sem uma pitada de nervosismo.

Pesadelo _ Que isso, minha pretinha, até eu fiquei com medo _ Pesadelo comentou, cheirando meu pescoço. Sua aproximação era uma mistura de alívio e possessividade.

A noite avançava e, quando o relógio marcou 03:42, decidimos ir embora. Pesadelo insistiu em nos levar para casa, enquanto Sophia já estava no décimo quinto sonho dela. Quando finalmente chegamos em casa, estava exausta. Acordei Sophia para dar banho e, depois, a coloquei de volta na cama. A coitadinha estava tão cansada que adormeceu quase imediatamente. Tomei um banho rápido e fui para a cama, mergulhando em um sono profundo.

Fernanda

No dia seguinte

Acordei com uma dor de cabeça insuportável, embora não tivesse bebido tanto na noite anterior. Era estranho, considerando que, ao chegar em casa, havia vomitado o que tinha comido. A sensação de m*l-estar era quase opressiva. Enquanto me arrumava para o trabalho, vi um papel caindo da minha bolsa era o cartão de visita daquele cara da praia.

Coloquei o cartão no bolso e fui tomar café. Às 16:41, pedi para Paula me liberar mais cedo, pois estava determinada a visitar o escritório de Hugo. Queria saber mais sobre aquela tal agência de modelos.

Liguei para Priscilla para avisá-la. A ligação foi rápida.

Ligação on

Priscilla _ Oi amiga, aconteceu alguma coisa?

Fernanda _ Não, só queria te falar que estou indo lá na agência.

Priscilla _ Fernanda, você pesquisou direito sobre essa agência? Com quem você está indo?

Fernanda _ Ai amiga, relaxa. Estou te ligando porque queria que você fosse comigo. Você podia pedir o tio (Murilo) emprestado para usar o carro.

Priscilla _ Vou pedir. Passo aí na sua casa daqui a 30 minutos.

Ligação off

Desliguei e pedi um Uber para voltar para casa. Quando cheguei, minha mãe estava na sala assistindo TV.

Júlia _ Oi filha, aconteceu alguma coisa? Por que você está aqui a essa hora?"

Fernanda _ Saí mais cedo. Vou na agência do Hugo, lembra? O carinha da praia! _ Eu respondi enquanto subia as escadas.

Depois de um dia cheio, tomei um banho revigorante, sentindo a água morna relaxar meus músculos cansados. Lavei meu cabelo com cuidado, permitindo que o shampoo e o condicionador o deixassem macio e sedoso. Ao sair do chuveiro, sequei-me com uma toalha e me vesti com um conjunto que escolhi com cuidado: uma saia branca leve e fluida, que balançava suavemente com cada movimento, combinada com um body preto de renda que acrescentava um toque de sofisticação e sensualidade ao look. Completei o visual com um par de saltos brancos elegantes, que davam um contraste marcante com o conjunto.

A maquiagem era discreta, realçando meus traços sem exageros. Apliquei uma base leve, um toque de blush suave e um pouco de rímel para destacar os olhos. Nos lábios, passei um gloss translúcido, que adicionava um brilho sutil e natural.

Peguei uma bolsa pequena e prática, contendo apenas o essencial: meu celular, um gloss de retocar, dinheiro e a chave de casa. Antes de descer, dei uma última olhada no espelho, garantindo que tudo estava no lugar e que eu estava pronta para o que viesse.

No momento em que estava prestes a sair, recebi uma mensagem de Priscilla, avisando que já estava na porta. Com um sorriso, desci as escadas e fui em direção à saída.

Quando saí, Priscilla e meu irmão estavam conversando.

Fernanda _ Ai, Diogo, você fica igual urubu em cima de carniça. A garota m*l chegou e já está aqui em cima.

Priscilla _ Está me chamando de carniça, sua vaca!?

Fernanda _ Não amiga, foi só uma explicação. Vamos logo, estou ansiosa. _ Entrei no carro.

Pesadelo, com uma expressão preocupada, me deu um beijo na testa e falou:

Pesadelo _ Toma cuidado, tá?

Priscilla entrou no carro e deu partida. No caminho para a agência, conversamos, e eu perguntei a Priscilla se ela gostava de meu irmão.

Fernanda _ Você gosta do meu irmão, não é?

Priscilla _ Gosto, gosto muito, e isso me assusta. Seu irmão é tão complicado, sabe!

Fernanda _ Disso eu sei, amiga. Mas ele gosta de você, isso dá para ver de longe. Você deveria dar uma chance.

Priscilla _ Não quero falar sobre isso agora. Quero saber mais sobre o tal Hugo!

Fernanda _ Ai, nem me fala. Estou super ansiosa!

Conversamos animadamente até chegarmos no local. A agência era bem arrumada, e Hugo nos recebeu com um sorriso profissional.

Hugo _ Olá, meninas. Você é a Fernanda, certo? _ Ele me olhou, e eu confirmei. _ Vamos para minha sala, lá te explico melhor.

Segui ele, acompanhada por Priscilla. Quando chegamos na sala, Hugo pediu para Priscilla esperar do lado de fora. A expressão de Priscilla imediatamente se fechou, mas ela concordou e me pediu para ligar assim que entrasse. Sua preocupação era palpável.

Priscilla _ Deixe o celular ligado na chamada, quero escutar tudo.

Hugo trancou a porta ao me receber e sorriu, explicando que era uma medida de segurança porque a secretaria sempre entrava sem bater. Sentei em um sofá e, lembrando o pedido de Priscilla, peguei meu celular e liguei para ela.

Ligação on

Hugo começou a me fazer perguntas sobre minha experiência como modelo. Respondi sinceramente, e ele me pediu para fazer algumas fotos. Concordei, e ele me pediu para tirar fotos com um biquíni, oferecendo uma seleção no vestiário. Escolhi um maiô discreto, mas, ao sair, Hugo me olhou de forma avaliadora.

Hugo _ Você está linda, Fernanda. Pode deitar no sofá e sorrir, por favor?

Deitei no sofá, fazendo o que ele pediu. Hugo tirou as fotos, e seu olhar tornou-se mais intenso. Ele se aproximou de mim, e eu me encolhi, instintivamente alarmada.

Fernanda _ O que você está fazendo? _ Perguntei com medo, minha voz tremendo.

Hugo _ Fica tranquila, não vou te machucar _ Ele passou a mão no meu rosto, sua expressão calma, mas suas intenções eram tudo menos tranquilizadoras.

Ele se despiu até ficar só de cueca. Meu pânico se intensificou, e comecei a chorar descontroladamente enquanto ele tentava me beijar e me tocar. Eu lutava, debatendo-me em uma tentativa desesperada de escapar.

Fernanda _ Me solta, por favor! Me solta! _ Gritei com todas as minhas forças.

O som de um tiro me fez congelar. Hugo se levantou assustado, e a porta foi aberta com violência. Priscilla entrou, com uma arma em punho, seu olhar era feroz e decidido.

Priscilla _ Sai de perto dela agora, seu filho da p**a! Fernanda, vai vestir sua roupa, agora! _ Sua voz ecoava com uma determinação que só alguém que estava desesperada para proteger poderia ter.

Enquanto eu rapidamente me vestia, senti uma onda de alívio e gratidão por ter Priscilla ali. O confronto entre ela e Hugo era apenas o começo de uma noite cheia de revelações e emoções intensas.