43" Laços de sangue"

1584 Words
Priscilla Sabe quando você sente que a pessoa não é o que aparenta ser? Pois é, foi exatamente isso que eu senti com o Hugo. Algo nele sempre me deixou desconfortável, como se uma parte de mim soubesse que ele escondia algo sombrio. Mas eu não disse nada para a Fernanda. Ela estava tão feliz, e eu não queria ser o motivo de arruinar isso. Achei que tudo não passava de paranoia da minha cabeça. Até o dia em que recebi aquela ligação. A voz de Fernanda ao telefone estava carregada de pânico. Ela dizia que Hugo a estava machucando, implorando por ajuda. Meu sangue ferveu instantaneamente. Uma fúria cega tomou conta de mim, tão intensa que senti meu corpo tremer. Não havia tempo para pensar, só para agir. Lembrei da arma que meu pai sempre deixava no porta-luvas do carro, um hábito dele que eu nunca questionei até então. Hoje, faria sentido. Estacionei o carro em frente ao escritório dele, a adrenalina pulsando nas minhas veias. Cada passo que eu dava em direção àquele prédio fazia meu coração bater mais forte, mas minha mente estava clara: eu sabia exatamente o que precisava fazer. Quando entrei no lobby, a secretária dele imediatamente se levantou da mesa, já gesticulando para que eu parasse. Dei um tiro na fechadura e arrombei, avistei o filho da p**a encima da Fernanda, apontei minha arma na cabeça dele, mandando ele se afastar dela. Priscilla _ Você achou mesmo que ia tentar fazer alguma coisa com ela, e ia ficar por isso mesmo _ falei chegando perto do Hugo enquanto apontava a arma Hugo _ Abaixa isso, você não deve nem saber usar _ falou debochado Priscilla _ Alguém já te disse pra nunca subestimar a capacidade de uma mulher, ainda mais quando ela está com raiva?! Falei e dei um tiro na perna do mesmo que caiu no chão gritando de dor. Priscilla _ Sóo quero que lembre de uma coisa_falei agachando na frente dele _ Quero que lembre do rosto da pessoa que tirou sua vida, e espero que você queime no inferno seu filha da p**a . Me levantei e dei dois tiros na cara do Hugo, Fernanda saiu do vestuário e olhou para o corpo no chão e depois olhou pra mim. Fernanda _ Você fez isso? Onde aprendeu a atirar!? _ falou chegando do meu lado Priscilla _ Meu pai me ensinava quando eu era pequena, eu achava que era por diversão mais agora eu sei o motivo _ falei olhando para o corpo Fernanda _ Nós precisamos sair daqui _ concordei Priscilla _ Sim, mas quero que vc pegue o notebook, e a câmera, temos que apagar suas fotos, vou da um jeito na secretaria _ falei saindo da sala Quando a mulher me viu arregalou os olhos, como se estivesse vendo o próprio demônio em pessoa. Priscilla _ Eu não queria matar você, mais infelizmente você estava junto com aquele filha da p**a, e você viu meu rosto _ falei olhando fixamente nos olhos dela. Xxx_ Porfavor, não me machuque, eu não vi nada, porfavor me deixa ir em.... _dei um tiro na cara dela Priscilla _ Fernanda vamos, a gente tem que ir _ gritei enquanto checava se não tinha nenhuma câmera Fernanda veio correndo com várias coisas na mão , e fomos para o carro correndo. Fernanda _ Eu não acredito que me deixei enganar assim, estou me sentindo uma i****a! _ falou passando a mão no cabelo Priscilla _ Tenho certeza que você não é a única, que bom que está bem agora _ falei metendo o pé no acelerador Fernanda _ Priscilla, não conta para o meu irmão sobre isso, porfavor, ele vai me matar se souber disso _ falou me olhando Priscilla _ Fernanda ele precisa saber, imagina se tivesse acontecido alguma coisa com você! Fernanda _ Mais não aconteceu, e você ja matou o desgraçado! Priscilla _ Tudo bem, mais eu vou ter que falar com meu pai, ele precisa saber, vai que a polícia descobre e vem atrás de mim! _ falei preocupada . Entrei em casa e o cheiro de comida me atingiu de imediato. O perfume inconfundível do tempero da minha mãe preenchia o ambiente, e o som baixo da TV na sala de estar dava a sensação de uma tarde comum, tranquila. Meus passos ecoaram pelo chão da cozinha, onde meus pais estavam almoçando. A luz suave do sol se derramava pelas janelas, dando um ar quase aconchegante ao momento. Minha mãe, com seu olhar sempre atento, foi a primeira a me notar. Ela congelou por um instante, e eu soube imediatamente o que havia causado aquela reação. Olhei para baixo e vi a mancha de sangue que escorria pela minha roupa. O choque nos olhos dela fez meu estômago revirar. Meu pai ainda estava de costas, mastigando calmamente, alheio à tensão que agora enchia o ambiente. Paula _Priscilla! _ A voz da minha mãe soou aflita, quase um sussurro sufocado pelo medo. Ela levantou da cadeira tão rápido que a madeira rangeu alto no chão. _ O que aconteceu? Minha boca ficou seca, as palavras se embaralhando em minha mente. Não era o meu sangue. Eu sabia disso, mas a explicação parecia travada na minha garganta. Cada segundo que se passava parecia aumentar o peso do olhar dela sobre mim, como se estivesse tentando decifrar todos os detalhes antes que eu pudesse explicar. Meu pai finalmente se virou ao som da voz dela, os olhos arregalados quando percebeu o estado em que eu estava. Ele não disse nada, mas o silêncio pesado dele era quase pior. Uma tensão que crescia, sufocante.Eu respirei fundo, tentando parecer calma, mas sentia o desespero rastejando pelas minhas veias. Como explicar algo tão fora do normal? Como acalmar o medo nos olhos da minha mãe, que agora se aproximava lentamente, quase como se tivesse medo de me tocar? Priscilla _ Mãe, pai... Eu estou bem _ disse com a voz trêmula, tentando encontrar as palavras certas. _ Não é o meu sangue. Mas isso parecia fazer pouco para aliviar a preocupação deles. Priscilla _ Matei um filha da p**a que tentou abusar da Fernanda _ falei revirando os olhos Murilo_ c*****o! Essa é minha filha, p**a que pariu, você é f**a _ falou rindo e minha mãe olhou pra ele com cara feia Paula_ Olha as coisas que você ensina para essa menina Murilo, meu deus minha filha matou uma pessoa_falou passando a mão na cabeça Fernanda_ Na verdade foram duas né, tinha a secretaria dele _ falou e eu dei um tapa no braço dela Paula_ Piorou, você ficou maluca, Priscilla, você estragou sua vida! Murilo_ Estragou nada não, você sabe que tudo eu dou um jeito pô, fica de boa _falou olhando para minha mãe_ E você minha filha, que orgulho eu estou de você, agora é menos um filha da p**a nesse mundo _me abraçou Priscilla_ Ja vou avisando para o senhor, essa foi a primeira e a última vez que faço isso, só matei porque o desgraçado ia abusar da minha irmãzinha_abracei a Fernanda Fernanda_ Falando nisso, obrigada meu amor, te devo uma Paula_ Vai as duas tomar banho para ir almoçar! Eu e a Fernanda fomos para o meu quarto, tomei banho primeiro e depois ela foi, quando terminamos fomos para a cozinha almoçar. Priscilla_ Quero falar uma coisa com vocês _falei olhando para os meus pais_ Vou desistir da arquitetura Paula_ Por que filha? Você ama tanto fazer isso. Priscilla_ Quero testar coisas novas sabe, mesmo que seja uma coisa simples. Murilo_ Ja tem em mente o que quer fazer? Se quiser te dou um trabalho lá na máfia, já pensou, pai e filha trabalhando juntos _falou e minha mãe deu um tapão no braço dele e nós rimos Priscilla_ Não tenho nada em mente ainda, mais já estou procurando _falei tomando um gole do suco Fernanda_ Por que não vira modelo da loja? Sua mãe ta precisando! _deu uma sugestão Paula_ Isso! Achei otima ideia_falou empolgada Priscilla_ Tambem gostei da ideia [...] Fernanda ficou na minha casa até umas 21:00 horas, fui levar ela embora com o carro do meu pai. Parei o carro na entrada do morro e abaixei o vidro. Xxx_ Aah é tú patroa, vou falar pra eles te liberar, marca ai! _falou indo falar no radinho Priscilla_ Ta com moral mesmo em, até de patroa eles te chamam! _falei rindo e ela me olhou com tédio Fernanda_ É de você que ele está falando minha querida, não sou eu que fico com o chefe não mona! _debochou da minha cara Mandei dedo para ela, o cara voltou e falou pra gente subir, estacionei o carro na porta da casa da Fernanda e entrei junto com ela. Júlia_ Minha norinha preferida chegouu! _falou assim que entrei e eu rir Priscilla_ Oii, como você está, meu amor? Julia_ Tô ótima. Iae veio dormir aqui?! Priscilla_ Não, vim deixar a Fernanda e te da um oi. Pesadelo_ E eu? Ganho nem um beijinho pô!? _falou descendo as escadas Priscilla_ Um beijo não, mais se quiser um tapinha na cara eu dou! _falei e o mesmo riu Fernanda_ Vai o****o, se eu fosse você não duvidava, a doida matou dois só hoje _falou e depois tampou a boca entendendo que falou merda Pesadelo_ Que papo é esse? _me olhou curioso Priscilla_ É mentira da Fernanda, garota maluca essa ai _falei sorrindo sem graça, e o mesmo me olhou desconfiado
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