17"O Resgate "

1624 Words
Kauã Me aproximei da menininha, e ela me olhou assustada, seus olhos grandes e assustados brilhando sob a luz fraca da rua. Ela parecia ter cerca de um ano. Kauã— Não precisa ter medo, não vou te machucar — falei suavemente, tentando não assustá-la mais, enquanto dava um passo adiante. A menina começou a chorar ainda mais, soluçando de forma desesperada. Abaixei-me para ficar no nível dos seus olhos e, com um leve sorriso, estendi minha mão, mas isso só pareceu aumentar seu medo. Sentindo que precisava de ajuda, peguei meu celular e liguei para Priscilla. Ligação on Priscilla—Iae, Kaka, já foi pra casa? — atendeu, sua voz despreocupada contrastando com a minha urgência. Kauã— Ainda não. Tava voltando quando passei por uma rua pouco movimentada e ouvi o choro de uma criança. Achei que tava ficando doido, mas encontrei uma menininha, parece ter 1 ano. Alguém a colocou no lixo, Priscilla. Ela está com muito medo. Tem como vir me ajudar? — expliquei rapidamente, tentando controlar minha voz trêmula. Priscilla— Como assim, no lixo, Kauã? Como alguém faria isso? Me manda a localização que já estou indo — respondeu ela, incrédula. Ligação Off Desliguei e rapidamente enviei minha localização. A bebezinha ficava me olhando meio assutada e curiosa, mas nunca parando de chorar. Minutos depois, Priscilla chegou, ofegante e preocupada, vindo correndo em minha direção. Priscilla— Ai meu Deus, coitadinha, Kauã. Como alguém tem coragem de fazer isso com uma criança? — disse ela, com os olhos cheios de lágrimas. Kauã— Está ficando frio demais pra ela. Tenta pegá-la no colo. A gente leva ela para casa e depois resolve o que fazer — sugeri. Priscilla se aproximou lentamente da menina, esticando os braços. A criança, inicialmente hesitante, acabou por estender os braços para ela. Kauã— Você é bem pilantra, hein? Fui eu que te achei, você tinha que vir no meu colo — brinquei, tentando aliviar a tensão do momento. Priscilla— Vamos logo para casa porque tá frio pra ela, e ela precisa de um banho e de curativos nesses machucados — respondeu, focada na criança. Chegamos em casa, e meus pais estavam sentados no sofá. Assim que nos viram entrar com a menina, seus olhos se arregalaram. Paula— Que criança é essa? Por que ela tá machucada assim? — perguntou minha mãe, desesperada. Murilo— Quem fez isso com essa criança, meu Deus? Tadinha — murmurou meu pai, passando a mão na cabeça da menina com ternura. Expliquei tudo para meus pais enquanto Priscilla levava a menina para dar um banho. Paula— O que vamos fazer com ela depois? Ela é tão pequena, não merece isso, na verdade, ninguém merece — disse minha mãe, triste. Kauã— Pai, você acha melhor chamar a polícia? — perguntei, olhando para ele, que estava de cabeça baixa, pensativo. Priscilla— Não precisa de polícia. A Sophia vai ficar aqui! — interrompeu, descendo as escadas com a bebê no colo. Kauã— Sophia? É esse o nome que você deu para a criança? — perguntei, surpreso. Priscilla— Sim! Eu não quero que a Sophia saia daqui. Gostei muito dela. Ela é calminha demais, e eu quero cuidar dela — afirmou, determinada. Murilo— Filha, acho melhor chamar a polícia sim — disse meu pai, preocupado. Paula— Eu concordo com seu pai, filha. Devemos resolver isso — acrescentou minha mãe. Priscilla— Eu já disse que não precisa. Eu vou cuidar dela como minha filha — insistiu, e minha mãe olhou para ela, assustada. Paula— Sua filha tá louca? Você começou a trabalhar agora, não vai ter tempo para essa menina. Meu Deus, Priscilla, você tem certeza da sua escolha? Não é fácil cuidar de criança — disse minha mãe, preocupada. Priscilla— Eu sei disso, mãe, mas a senhora pode me ajudar. Eu sei que você gostou dela também. Olha só que coisinha mais gostosa — falou, brincando com Sophia. Paula— Que coisinha mais linda. Meu Deus, que roupinha é essa que você colocou? — perguntou minha mãe, admirada. Priscilla— Nossa! Como você é, hein? Essa roupinha era minha quando eu era bebê. Sempre lavo pra deixá-las bem limpinhas, e deu certinho nela, tá vendo? — respondeu, ainda brincando com Sophia. Murilo— Que menininha mais linda, meu Deus. Essa menina tá muito linda — disse meu pai, pegando Sophia no colo com muito cuidado para não assusta-la e nem machucar ela. Por incrível que pareça, ela não chorou no colo de ninguém, nem no meu. Chorou só daquela vez porque estava assustada. Priscilla estava encantada com Sophia, e a menina era realmente a coisinha mais fofa. Tem o rostinho redondinho, como todo bebê tem, olhos grandes grandes e pretos. O cabelo também preto e lisinho, a pele branquinha. Estava decidido, pelo menos para Priscilla: Sophia ficaria com a gente. A noite estava fria, e a situação parecia surreal. Minha mente vagava entre a preocupação e a necessidade de fazer o certo. Kauã— Vamos arrumar algo pra ela comer, deve estar faminta — sugeri, tentando organizar nossos próximos passos. Minha mãe foi para a cozinha, preparar algo leve para a menina. Enquanto isso, sentei-me ao lado de Priscilla, que estava no sofá com Sophia no colo. Ela estava quietinha, observando tudo com seus grandes olhos curiosos. Priscilla Dai a Sophia uma papinha e depois coloquei ela para dormir, e fui tomar um banho. Pedi minha mãe para chamar uma amiga dela que é médica, pra examinar a Sophia e ver se está tudo bem, a mulher disse que poderia vir amanhã de manhã, e eu aceitei. [...] Acordei com um chorinho fino do meu lado, quando olhei estava a Sophia passando a mão no braço que estava machucado e chorando. Kauã_O que essa coisinha linda está chorando? _falou entrando no meu quarto Priscilla_ela tá com dor no braço, a amiga da mãe já chegou? _falei indo pro banheiro Kauã_Ainda não, mais já deve está chegando, vou levar ela pra comer alguma coisa _falou pegando a Sophia no colo e saindo. Fiz minhas higienes, troquei de roupa e desci, a amiga da minha mãe, Laura, tinha acabado de chegar. Priscilla_Bom dia gente, Laura obrigado por vir_falei a comprimentando com um beijinho no rosto Laura_Ah que isso, sua mãe me contou toda a história, Priscilla eu sei que não é da minha conta mais você deveria chamar a polícia, depois você pode adotar ela, eu sei que vai ser demorado, ate eles investigarem para saber o motivo do abandono, mas imagina se acontecer alguma coisa com a Sophia e você precisar ir ao hospital, vocês não sabem nem a data de nascimento dessa criança_falou me olhando Priscilla_Eu pensei nisso, mais e se tiver outra pessoa da família querendo a guarda dela, eu não posso deixa a Sophia, eu peguei um amor tão grande por ela, eu sei que foi de um dia para o outro, mas ver ela daquele jeito toda fraquinha chorando, me deu um aperto no peito, parece que eu estava sentindo as dores dela entende?! Eu não quero perder a Sophia_falei triste e fazendo carinho na cabeça da Sophia Murilo_Eu sei que é difícil filha, mais é o certo a se fazer, eu também gostei muito dela, mas infelizmente você vai ter que fazer isso_falou e eu concordei com os olhos cheios de lágrimas Minha mãe já tinha ido pra loja, Kauã foi para a escola e meu pai queria ficar em casa comigo para me ajudar com tudo. A Laura me falo que estava tudo certo com a Sophia, só os machucados que estavam um pouco inflamado por isso o motivo da dor da Sophia e eu tinha que passar um remédio que ela recomendou e trocar os curativos. Meu pai ligou pra um amigo dele que é polícial, e contou todo o ocorrido, o amigo do meu pai falou que estava a caminho da minha casa junto com o concelho tutelar. Eu estava tão nervosa, e o medo deles querer tirar a Sophia de mim, escuto alguem batendo na porta e meu pai foi abrir achando que era o amigo dele, mais era minha mãe e a Fernanda. Fernanda_Oi p*****a! Ia me conta quando que eu virei titia? _falou me abraçando e depois foi para perto da Sophia que estava deitada no sofá assitindo desenho na TV Priscilla_só não tive a oportunidade, e também não sei se a Sophia vai ficar comigo _falei triste Paula_como assim não sabe? _perguntou confusa Priscilla_eu resolvi chama a polícia mãe, é o certo a se fazer. Paula_isso é verdade, não fica nervosa filha vai da tudo certo, você vai conseguir ficar com ela meu amor Depois de um tempo eles chegaram, meu pai conversou com os policiais e com o Conselho tutelar, contou toda a verdade. O Conselho disse que teria que ficar com a Sophia durante a investigação, para saber o motivo do abandono e saber se tem outro famíliar querendo a guarda da Sophia. Nós conversando mais um pouco dei meus documentos para eles, e depois eles saíram levando a Sophia. Fernanda_Amiga, vai da tudo certo _falou me consolando Paula_Eu estou tão triste, meu sonho é ser vó, já estava amando a soso, já tava planejando o quartinho dela, as roupinhas que ia compra. E foi ai que comecei a chorar, meu sonho era ser mãe também, acho que por isso peguei esse amor tão forte por ela Paula_desculpa filha não queria te deixa assim, tenta não pensar nisso, ocupa sua cabeça com outra coisa Murilo_isso filha vai trabalhar um pouco, você adora fazer seus projetos é bom que se distrai. Concordei com a cabeça e fui até meu quarto, me troquei e fui para o escritorio.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD