Casamento

1091 Words
Petra estava apavorada. Ela estava dentro do quarto do hospital, vestida de branco, pronta para se casar com um completo estranho. Um homem que ela nunca viu antes. Foi o pai dela que organizou tudo, sem lhe dar nenhuma escolha ou oportunidade de recusar. Ela sentia-se presa em uma situação que não era sua escolha, mas não podia fazer nada para mudar isso. O homem com quem ela estava prestes a se casar estava em coma, após sofrer um acidente de carro. Ela se sentiu um pouco aliviada por não ter que enfrentar o ato físico de casar com um completo estranho, mas ainda assim estava apreensiva com a situação. O padre começou a cerimônia, e Petra ficou parada ao lado do noivo inconsciente, olhando fixamente para o seu rosto pálido e imóvel. Ela se perguntava quem era ele, o que ele fazia da vida quando não estava trabalhando, quais eram seus interesses e sonhos. Será que ele teria gostado dela se estivesse consciente? Os pensamentos de Petra foram interrompidos quando o padre a chamou para o juramento. Ela hesitou por um momento, mas acabou lendo as suas juras de amor e fidelidade. Ela não sabia por que estava fazendo isso, não estava apaixonada por ele, mas sabia que tinha que seguir em frente. No final da cerimônia, Petra beijou a testa do noivo desacordado, imaginando como seria a vida a partir daquele momento. Uma vida sem amor, sem escolhas, mas com o peso de uma cerimônia de casamento como uma corrente amarrada ao seu pulso. E assim, Petra saiu do hospital como uma esposa, mas não como uma noiva feliz. Ela se perguntou se algum dia seria capaz de se apaixonar, se algum dia teria a chance de escolher o homem certo para ela. Mas por enquanto, ela precisava lidar com sua nova realidade, e cuidar de um marido em coma e talvez paraplégico. . . . — Você irá ficar nesse quarto. — diz Rebekah, mãe de Bryan. — mas só até amanhã, sua casa precisa de algumas manutenções antes de você se mudar definitivamente para lá. — Tudo bem. — disse Petra puxando sua mala para dentro do quarto. — a casa fica muito longe daqui? Petra estava muito curiosa, mas também estava aliviada por saber que não iria ficar naquela casa, com aquelas pessoas que ela não conhecia. — Sua casa fica a cinco quilômetros daqui. — diz Rebekah. — agora vá tomar um banho e melhorar essa aparência. Não quero que falem que a minha nora anda parecendo uma mendiga. Assim ela sai deixando Petra sozinha naquele quarto boquiaberta. Como assim uma mendiga? Petra se locomoveu para a frente do grande espelho que tinha ali e se olhou atentamente, suas roupas casuais, estavam normais, certo que seu cabelo precisava de um corte e uma boa hidratação, mas não estava tão feio assim. Mas de uma coisa a bruxa, quer dizer, a sua sogra tinha razão. Ela realmente precisava de um banho e de um bom descanso. Assim, Petra andou até o banheiro onde tomou um banho relaxante, fez uma rápida hidratação no seu cabelo e fez uma anotação mental de depois cortá-lo. Após sair do banho, Petra abre sua mala e retira uma camisola de renda, a mesma queria ficar confortável para dormir um pouco. Quando ela terminou de se vestir e fez um coque no cabelo, ouviu alguém bater na porta. Petra pensando ser sua sogra, andou até a mesma e a abriu. Mas quem estava na porta não era Rebekah, e sim um homem completamente desconhecido por ela. O homem a sua frente deveria ter 1,90 de altura, cabelos castanhos da cor de mel e olhos azuis. Ele usava trajes sociais, e seu olhar deixou Petra desconfortável. — Quem é você? — perguntou Petra tentando se esconder atrás da porta, para que o homem parasse de olhar seu corpo. — Perdão, sou Adrian, irmão do Bryan — diz o mesmo estendendo sua mão, mas logo abaixou quando Petra não fez nenhum movimento para pegá-la. — Sou Petra. Ei! O que você está fazendo? — disse Petra quando Adrian foi entrando no seu quarto sem nenhum convite. — Só quero conhecer minha cunhada. — diz ele olhando para o corpo de Petra, naquele momento ela se sentiu com se estivesse nua, e tentou cobrir seu corpo com os braços. — Você pode sair do meu quarto? — diz Petra apontando para a porta. — eu não te convidei para entrar. — Eu fiquei bem curioso quando meu pai me falou que Bryan iria se casar com a filha mais nova dos Martínez. — diz o homem avaliando Petra e praticamente devorando-a com o olhar. — eu nunca tinha te visto antes, mas agora, vejo que você é ainda melhor do que aquela v***a da sua irmã, e até mais gostosa. — Sai do meu quarto! — exclama Petra já ficando muito brava. — Abaixa seu tom, minha mãe me falou que você seria uma boa esposa, calma e obediente. — diz o mesmo com um sorriso de deboche. — Eu não estou vendo nada disso, estou vendo que é bem brava, sabe, adoro mulheres bravas. Adrian começou a andar na direção de Petra, enquanto a mesma anda para trás. O espaço entre eles diminui quando Petra bate com as costas na parede e fica sem saída, Adrian sorri levando sua mão até o queixo de Petra, porém, uma voz é ouvida por eles e faz com que Adrian se afaste de Petra. — Adrian? — era uma voz masculina que chamava ele no corredor. — Foi bom te conhecer, Petra. — diz o homem se afastando ainda mais dela com um sorriso no rosto. — espero te ver novamente. Assim ele sai deixando Petra ainda com as costas coladas na parede e a respiração irregular. Ela sabia que teria que tomar cuidado com o Adrian, apesar de não conhecê-lo, ela já sabia que ele poderia trazer problemas para ela, e problemas era a última coisa que ela queria naquele momento, afinal, sua vida já estava cheio deles. Ela respira fundo e anda até a porta, trancando-a com a chave, após isso, Petra anda até sua cama e se joga na mesma, sentindo todos os seus músculos relaxarem ao entrar em contato com a maciez daquele colchão. Amanhã ela iria se mudar daquela casa, e estava bastante aliviada, porém, ela sabia que os problemas ainda iriam continuar acompanhando-a, e ela estava com medo de tudo aquilo, pois sabia, que talvez poderia ter futuros problemas ainda maiores.
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