Capítulo 7

1007 Words
Pov. Samuel Quando éramos crianças, os nossos pais morreram precocemente num desastre natural e acabamos ficando órfãos. Passamos pela casa de vários parentes, antes de sermos acolhidos pelos nossos avós que viviam uma vida culta e repleta de abundância em Santa Catarina, Florianópolis. Era a primeira vez que conhecíamos os nossos avós e diferente da maioria das pessoas, passava longe de ser uma ocasião feliz. Pensávamos que estávamos sozinhos com a morte dos nossos pais, já que o nosso pai nunca falou a respeito deles. Por tanto, quando descobrimos a verdade, não sabiamos que tipo de pessoas estavamos prestes a lidar. Acontece que, o meu avô era um homem rígido e dedicado ao catolicismo, que não admitia de forma alguma demonstrações de afeto entre nos dois, mesmo sendo irmãos e, odiava o fato de sermos gêmeos. A nossa avó era diferente, mas extremamente submissa ao nosso avô, então jamais batia de frente nas suas loucuras. Num surto de raiva, o homem forçou a minha irmã a usar um véu na cabeça, como se fosse muçulmana, para que nenhum dos seus amigos notassem a sua beleza e passassem a tarde comentando sobre sua existência. O homem agia como se tivesse ganhado um único neto. Eu nunca soube o que se passava exatamente pela cabeça do meu avô quando era jovem, mas, eu odiava receber esse tipo de favoritismo. Tentei de tudo para rebater as suas decisões, mas, a minha irmã continuava agindo com doçura e obedecendo às ordens do nosso avô. Mesmo que, não importasse o quanto se dedicasse para agradar-lo. - Samuel, eu estou grávida... Eu cometi um erro. - Suellen, o que aconteceu?... Eu me lembro como se fosse ontem de como a minha irmã apareceu na minha porta. No meio de uma tempestade com as roupas manchadas de bolo, e pele azul, gelada como um defunto. Seus lábios tremiam de nervoso, enquanto, lágrimas escorriam pelo seu rosto, vermelho como cereja. Tão abalada e inconsolável quanto no dia do velório de nossos pais. Parecia perturbada como se o castelo de areia que construiu tivesse desmoronado diante dos seus olhos. Eu senti as minhas aveias se contorcerem, como uma mãe que vê seu filho no leito de morte. Abraçando o seu corpo gélido, consolei a sua angústia durante horas, mas, não parecia ser o suficiente. Não era do seu irmão que ela precisava. E sim, o homem que a tornou mulher. O homem que destruiu o seu coração em pedaços, acabando com a sua dignidade e descartando o seu amor, como se descarta uma embalagem avulsa. - Suellen, você realmente não tem nada com o diretor? - Você realmente pensa que sou esse tipo de pessoa? - Você está grávida e não parece disposta a me revelar quem é o pai_ - Eu não estou grávida! Aqueles exames não são meus_ - Seja honesta comigo! Como vou confiar em você se não me conta os seus segredos? - Padre Álvaro, essa conversa está indo longe demais. - Eu assumi os meus sentimentos, você não pode negar sobre a minha sinceridade. Mas, quanto a sua honestidade? Eu sei que existe alguma coisa acontecendo_ - Não se intrometa na minha vida, acha mesmo que sou tão inocente?! Também sei que guarda segredos_ - Você prefere que diga? Deseja que eu realmente diga a verdade? Eu não tenho medo de revelar... O meu desejo. Suas mãos tocam a minha cintura com urgência, parecia desesperado ao ponto de ser ameaçador. - Por favor, saia! Eu preciso me trocar... - Se você não me disser vou começar a tirar conclusões precipitadas... Eu me pergunto, porque você está defendendo o diretor? - Nós temos um acordo, eu guardo seu segredo em troca de ligar para o meu irmão. - Segredo? Que tipo de segredo? Está se referindo a sua amante? Essa mulher não é a única com quem traí a esposa, minha querida. - Eu não estou falando de qualquer pessoa... Não sou burra, eu sei que a sua esposa perdoaria facilmente se fosse outra mulher sem importância. O Padre se afasta ligeiramente percebendo a maldade em meu olhar. Sua expressão surpresa é o suficiente para que pudesse desvendar os seus pensamentos. - Você pensou que seria fácil me manipular? Eu não sou uma garota ingênua. Aproveitando essa brecha, a noviça consegue se libertar dos seus braços e correr para se trocar no banheiro. Após uma discussão acalorada, o Padre levou a jovem para a capela, onde não pudesse ser perturbada pela esposa do diretor. E quando menos esperava, eles acabaram sozinhos. - Onde estão as irmãs? Preciso conversar sobre o que aconteceu. - Devem estar tentando acalmar a mulher, afinal mesmo que seja mentira. O que disse sobre ficar até tarde no escritório dele é uma verdade difícil de justificar. - A minha palavra não importa? Eu sou uma noviça_ - Sim, mas, também é uma mulher solteira, uma jovem linda que deixa os homens de pernas bambas. Álvaro se aproxima da porta para espiar o seu corpo, quando a jovem saí do vestiário, exibindo toda a beleza de uma mulher devota ao catolicismo. - Elas esqueceram do véu. - Não precisa usar o véu, você fica linda de cabelo solto. Seus olhos eram intensos e possessivos, admirando a sua aparência dos pés a cabeça. Como se fosse uma bela obra de arte a ser contemplada, o jovem odeia ser observado dessa forma e finge não perceber as suas intenções maliciosas. - O uniforme de uma noviça deve ser respeitado. - Tem razão, minha querida e... Você fica linda usando o uniforme, fico me perguntando o tempo todo como deve ser o seu corpo desnudo. - Padre Alvaro! Eu exijo respeito_ - Deseja que eu seja mais respeitoso do que isso? Me desculpe, querida, mas não consigo me controlar tanto. A jovem caminha pelos altares com uma expressão cansada, deixando o homem preocupado. Álvaro se divertia muito com suas p************s e adorava as expressões distorcidas que fazia quando estava brava, como a forma que torcia o nariz e mordia os lábios.
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