Capítulo 6

1884 Words
Lá para as três da manhã, eu já podia me considerar alegrinha. Marcos, Jonas e Chelly estavam super animados. E os sorrisos mali.ciosos e mãos bobas rolavam soltos. Eu bem sabia o que iria acontecer depois daqui.   Caminhei até a pista de dança sozinha. Tocava uma batida lenta e sen.sual e minha cabeça girava levemente por conta de todo o álcool. Comecei a me movimentar devagar, mexendo meu quadril de um jeito que eu sabia que chamava atenção. Minhas mãos estavam para cima, quando senti braços fortes rodearem minha cintura e um corpo masculino se colar ao meu.   Por um momento me peguei desejando que fosse Anthony, mas ao abrir meus olhos o encontrei exatamente onde ele tinha ficado o forró todo. Sentado na mesa. A loira, que ele chamava de amiga, estava ao seu lado lhe falando algo ao ouvido. Olhei para trás encontrando os olhos negros de Marcos.   Rebolei em sua ere.ção e seus lábios foram para o meu pescoço, ao mesmo tempo em que minhas mãos iam para trás de mim, encostando em sua nuca. Meus olhos ainda estavam abertos e eu encarava Anthony, enquanto sentia as mãos grandes de Marcos apertarem minha cintura.   — Vamos levar essa festinha para outro lugar. Topa? - sua voz rouca em meu ouvido me fez arfar. Seus lábios se abriram e senti seus dentes rasparem em meu pescoço, em uma mordidinha leve. Minha pele se arrepiou com a caricia.   Ainda olhava para Anthony, que agora me encarava abertamente. Um copo de bebida estava em suas mãos, mas ele não o levava a boca. A loira ao seu lado a muito tempo esquecida.  Sorri malici.osamente em sua direção, antes de me virar e encarar a boca carnuda de Marcos.   Eu ainda estava sorrindo quando nossos lábios se encostaram. A princípio em um beijo suave, mas logo depois sua língua encostava em meu lábio inferior e eu abria minha boca, deixando-o me conduzir em um beijo extremamente quente. Suas mãos apertaram minha bu.nda e eu ri sobre seus lábios, quebrando o beijo.  Outro par de mãos apertaram minha cintura e eu cessei o riso encarando Marcos. Ele agora olhava sobre a minha cabeça. Um sorriso mali.cioso desenhava seus lábios. Fui virada de supetão e meu nariz roçou no pei.to de Jonas, o cheiro suave do seu perfume estava impregnado em sua blusa e adentrava pelo meu nariz. Levantei a cabeça agarrando seus cachos e ambos nos aproximamos. Sua boca tomou a minha com urgência e diferente do beijo de Marcos, que tinha começado lento, o de Jonas era apressado e possessivo.   Seus dentes morderam meu lábio inferior e eu gemi em sua boca. Jonas, apesar da carinha de neném, gostava das coisas um pouco mais selva.gens.   Separei nossos lábios e me deixei ficar entre eles, movendo meu corpo lentamente, seguindo a batida da música. Fui amassada pelos seus corpos fortes e altos, quando eles se grudaram mais em mim e se beijaram. Naquele momento meus olhos pousaram em Chelly. Chamei-a com um dedo e ela se aproximou segurando a garrafa com o restinho de Whisky.   Virei o conteúdo em sua boca assim que ela se aproximou e depois dela beber uma quantidade boa, eu acabei com o resto da bebida. Puxei a ruiva pela cintura e beijei sua boca. Não precisei forçar seus lábios a se abrirem. Michelle abria a boca de bom grado e permitia que minha língua adentrasse e se embolasse com a sua.   Não olhei para a mesa quando nos separamos. Não olhei ao redor. Não olhei para ninguém. Eu já sabia que encontraria alguns olhares julgadores e outros chocados, mas eu não ligava mais. A muito tempo eu não ligava mais... Eu era dona da minha própria vida.   Peguei na mão da ruiva e entrelacei nossos dedos. Marcos e Jonas estavam de mãos dadas também. Enganchei meu braço no de Marcos e juntos seguimos em direção ao caixa com nossas fichas. Pisquei para João ao passar por ele e o mesmo balançou a cabeça com um sorriso nos lábios. A tempos ele tinha parado de se assustar conosco.   Chegamos ao caixa e dividimos nossa conta em quatro. Quando terminei de pagar minha parte, esperei que os meninos e Chelly acertassem a parte deles. Chamei um Uber com meu celular e nos encaminhamos para a saída.  Não olhei para Anthony Carvalho para saber qual seria sua reação com meu pequeno show, eu não me importava. Ou era isso que eu queria acreditar...  A temperatura gelada da madrugada de São Paulo me acertou em cheio quando coloquei meus pés na rua. Estava frio do lado de fora do bar de João, mas eu não podia me importar menos com isso, pois meu corpo queimava.   Minha noite só estava começando e eu iria aproveita-la muito bem.   [...]  As mãos bobas começaram dentro do Uber. Nós quatro nos me.temos na parte traseira do carro e ali mesmo começamos a nos beijar, para esquentar o clima. Quando chegamos ao nosso destino, saímos do carro entre risinhos. Por mais que o motorista não tenha falado nada, a cara dele não negava o fato de que ele tinha gostado de ver nosso breve ama.sso. E que se o convidássemos para a festinha ele viria de bom grado.   No final, Jonas lhe pagou com cinquenta reais uma corrida que tinha dado trinta, enquanto se desculpava por qualquer embaraço que poderíamos ter causado. O Uber sorriu, piscou descara.damente e partiu para seu próximo destino.   Abri a porta que daria para a garagem e consequentemente para a entrada da minha casa, e esperei que o último deles passassem, para que eu pudesse trancar novamente.   A porta de entrada da casa estava aberta, então assim que eu cheguei à sala, os rapazes e Chelly já estavam lá dentro.   — Banho, e depois site? - perguntei para ninguém em especial. Todos assentiram. — Vocês já conhecem a casa. Temos três banheiros, se virem. Eu vou usar o do segundo quarto e já vou deixar tudo pronto. - murmurei já me encaminhando para o corredor que me levaria aos quartos.   Passei direto pela primeira porta e só parei quando cheguei em frente a segunda porta. Abri a mesma, entrando no ambiente e aspirando o leve cheiro de baunilha e mel. Eu não sabia o porquê, mas eu tinha uma fissura por esse cheiro e o usava em tudo. Observei por um momento o quarto grande e me direcionei ao notebook que estava em cima da cama.   Apertei o botão de ligar e fui em direção ao banheiro, enquanto prendia meus cabelos em um coque firme. Deixaria para lava-los no final.   Eu já tinha terminado o banho quando ouvi uma batidinha na porta. Mandei a pessoa entrar e vi Chelly adentrando o quarto vestida em um roupão e com uma lingerie nas mãos.   — Me ajuda a cobrir a tatuagens? - pedi me virando para ela e lhe estendendo o spray da cor da minha pele.   Ela se agachou a minha frente e começou a cobrir a primeira tatuagem: Um desenho sombreado de um ramo com três flores, em meu pé direito. Era uma tatuagem pequena e delicada, mas que tinha doido que só quando a fiz. Ficava perto dos meus últimos dois dedos.  Ainda do lado direito ela cobria outra tatuagem, também sombreada e de traços delicados. Pegava meu quadril e descia pela lateral da minha coxa, até o meio dela. Eram algumas flores e terminava com um pontilhado delicado, lembrando pingentes no final do desenho.  Me virei, deixando agora o lado esquerdo do meu corpo exposto e ela foi em direção a minha costela. Um pouco abaixo da lateral do meu seio esquerdo, tinha um desenho, também sombreado, de um coração feito em rabisco. Não era perfeitinho e isso o fazia lindo e único. Depois da tatuagem que eu tinha no pé, aquela foi a que mais doeu. Eu ainda podia sentir a agulha furando minha pele para fazer os pequenos traços da tatuagem.   Senti o spray nas minhas costas e soube que ela estava apagando mais uma tatuagem. Essa não era um desenho. Era uma frase que eu tinha em minha espinha dorsal. A frase em uma fonte e traço delicado começava na base do meu pescoço e terminava em meu quadril.   Suspirei quando o som do spray cessou. Quando eu estava sozinha era complicado apagar todas essas tatuagens, mas quando eu estava com eles, um deles sempre fazia esse favor.   Quando terminamos Chelly deixou seu roupão cair e começou a vestir sua lingerie. Quando terminou ela estava com uma lingerie vermelha, completa com meias e cinta liga. A cor da peça se destacava em sua pele branca, a deixando gostosa para ca.ralho.   Sorri em sua direção a fui até o guarda roupa. Abrindo as gavetas e retirando de lá uma lingerie rendada na cor preta. Peguei uma cinta liga e ela me ajudou a vestir a peça.   Já tínhamos terminado e ligado o notebook, quando os meninos entraram no quarto. Ambos vestiam somente cuecas pretas e gotículas de água escorriam de seus corpos.   Sorri mali.ciosamente, enquanto abria a página inicial e ia nas abas de favoritos.   O logo do meu site se abriu, me fazendo tremer de expectativa. Desde o dia em que salvei a vida do Cabo Anthony Carvalho eu não trabalhei mais no site. E agora a página inicial com tons de preto e uma imagem sexy me dava as boas-vindas.   O nome Virtual Girlfriends estava em negrito na página inicial. E a frase “Coins for fun” brilhava no meio da tela, ao mesmo tempo em que nos convidava a acessar o site, perguntando se éramos “m****o” ou “visitantes”.  Cliquei na barra onde estava escrito “m****o” e levei o cursor do notebook até a palavra “entrar”.   E então estávamos online.   O quarto estava muito bem iluminado. Estávamos todos usando belas máscaras, que cobriam nossos rostos parcialmente, pois descrição era algo que presávamos.   Não que tivéssemos vergonha de algo que fazíamos, pelo contrário, era um trabalho digno como qualquer outro. Mas não podíamos garantir que nossas imagens não fossem expostas por aí, afinal, não tinha como o site reconhecer se alguém apontasse uma câmera e nos gravasse, então cabia a cada um dos membros cuidar de sua imagem. Eu, inclusive, recomendava para cada um de meus modelos que não vacilassem com suas imagens.   A câmera estava posicionada no Ring light e meu “Menu de Pedidos” já estava no esquema, totalmente programado com coisas que dava para os quatro fazerem.   Estávamos rindo e descontraindo entre nós, na frente da câmera, quando o som inconfundível de uma caixa registradora ecoou. Era o som que o site fazia sempre que alguém escolhia algo do nosso Menu.   A tela do site tremeu e subiu uma caixa de informação na cor vermelha com os dizeres:   “Se.ios por 50 coins”  Sorri maliciosamente para Chelly, enquanto sentia as mãos de Jonas em minhas costas, soltando o fecho do meu sutiã.   A noite era uma criança e a nossa estava prestes a começar...    *Coins for fun = Moedas por diversão*  *Menu de pedidos é como se fosse um cardápio no perfil da pessoa. Lá ela coloca o que está disposta a fazer ou mostrar e o valor que ela cobra por isso*   
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