Alexandria levou a sua caneca de cerveja a boca e degustou daquele líquido.
Ela soltou um suspiro de satisfação.
– Tskl! – ela chiou, estando deveras irritada.
Ela puxou levemente a manga da sua camisola e deu uma vista de olhos no seu relógio de pulso.
“Já se passam quase 45 minutos da hora combinada… onde aquele c*****o está?” perguntou-se ela, ainda olhando para o relógio de pulso.
Ela pegou na sua caneca de cerveja e tomou o último gole da sua cerveja.
- Ah! – ela devolveu a caneca a mesa. Ela olhou em direção ao bar – Ola! – ela acenou para a garçonete.
A garçonete assentiu.
“Não estas a beber demais?” a voz de um homem foi ouvida.
Alexandria reconheceu a voz, ergueu a cabeça e viu Cassidy, já a puxar a cadeira na sua frente.
Cassidy sentou-se e olhou-lhe fixamente.
Alexandria retribui o olhar, mas de forma intimidadora.
Naquele instante, Cassidy usava um paletó preto, por baixo um blusão cinza de gola alta. Tinha os seus cabelos puxados para trás, dando a perceber que tinha feito um pequeno totó.
- Como chegaste a casa ontem?
- Eu não vim aqui para conversar… - disse Alexandria, num tom intimidador. – Quero os meus pertences de volta se faz favor.
Cassidy não falou nada, levou a mão para algures nas suas calcas, o que dava a entender a Alexandria que ele estava prestes a entregar-lhe os seus cartões.
- Com licença… - disse a garçonete aproximando-se a mesa.
Alexandria direcionou o seu olhar para a garçonete, a qual já pousava outra caneca de cerveja por cima da mesa bem em frente de Alexandria.
- Obrigada! – disse Alexandria, toda simpática.
- Com licença – disse a garçonete, já se retirando.
Finalmente Alexandria olhou para a frente e viu Cassidy de braços cruzados, todo sério com aqueles olhos verdes lindos cravados nela, como se estivesse a lhe despir com os olhos.
Alexandria sentiu-se um pouco desconfortável e desviou o olhar direcionando para a mesa, vendo o seu bilhete de identidade.
- Huh!
Ela olhou para Cassidy.
- Esta aí o que você pediu que eu trouxesse.
Alexandria franziu o sobrolho estando toda horrorizada.
- Você deve estar louco… você levou a minha carteira e o meu telemóvel…
- Sim eu disse e…?
- Como e? Eu quero as minhas coisas!
Cassidy deu um ligeiro riso enquanto olhava ao redor.
- O que foi? – perguntou Alexandria, estando toda confusa.
- Eu nunca disse que traria tudo hoje… - disse ele, com a voz toda sedutora, olhando para Alexandria nos olhos.
- Você… - Alexandria fez uma pausa, tentando conter a raiva.
- O quê? – Cassidy cobriu a boca com o punho, mantendo olhar ocular com Alexendria.
- Você sabe que posso chamar a polícia?
- Humph! – Cassidy segurou um riso.
- Qual e a graca? – perguntou Alexandria, tentando entender a razão do riso dele.
- Tudo bem! Vais chamar a polícia e o quê? Vais dizer-lhes que nos transamos na primeira noite que nos conhecemos e levei os teus pertences? – ele olhou-lhe os olhos como se estivesse a confortar-lhe.
Alexandria engoliu em seco ficando sem palavras.
- Ou talvez… - Cassidy entrou em modo pensativo. – Mas quem realmente dorme depois do sexo com um desconhecido? Ademais… Quem ia acreditar numa mulher que… bem… convenhamos… transa com um desconhecido da primeira noite? Seria uma prost---
De repente Alexandria deu-lhe uma bofetada.
- Tsk! Quer saber…? – Alexandria foi arrumando os seus pertences. – Pode ficar com o resto! – disse ela, já se levantando.
Quando ela se virou, Cassidy segurou-lhe pelo pulso e fez-lhe virar.
Alexandria virou-se – O que---
De repente Cassidy afundou a mão nos cabelos dela e deu-lhe um beijo nos lábios.
- Hmmm… - Alexandria tentou- soltar-se, mas Cassidy continuava segurando-lhe forte.
Alexandria parou de lutar e envolveu-se naquele beijo intenso com Cassidy.
De repente Cassidy cessou o beijo e afastou-se dela, olhando-lhe nos olhos.
Ele abriu um sorriso provocador assim que percebeu que Alexandria queria continuar o beijo.
Cassidy segurou-lhe firme pelo queixo – Ainda queres mais?
Alexandria soltou-se e quando estava para se virar, Cassidy o segurou pelo pulso novamente.
- Me larga! – Alexandria ordenou.
- Se quiseres os teus pertences, encontre-me aqui na sexta-feira a mesma hora.
Alexandria olhou-lhe com desdém, soltou-se de Cassidy e foi embora.
Cassidy ficou ali em pé, acompanhando os passos de Alexandria, vendo-lhe desaparecer.
- Ah! – ele passou a mão na cabeça enquanto se sentava.
Ele tirou o telemóvel do bolso e foi mexendo no dispositivo como se estivesse a procurar por algo.
Ele fez uma chamada e levou o telemóvel a orelha.
- Boa tarde chefe! – disse um homem do outro lado da chamada.
- Matheus! Diga-me que já tem informações sobre Alexandria Cooper?
- Bem… - o homem fez uma pausa.
- Tem ou não tem? – perguntou Cassidy, já num tom de irritação.
- Já tenho informações sobre a mulher, só não sei como o senhor prefere que eu lhe mande a informação?
- Quero em físico! Daqui a trinta minutos. Me encontre no armazém.
- Sim senhor!
Cassidy desligou a chamada.
– Incompetente! – disse ele, olhando para o ecrã do seu telemóvel.
Ele tirou a carteira do bolso, de dentro tirou uma nota de 20 euros, pousou dinheiro sobre a mesa e levantou-se.
Ele saiu da boate e foi em direção a um chrysler 300c de cor preta o qual do lado de fora ao pé da porta estava um homem branco vestido de terno preto e óculos escuros que parecia ser o segurança.
Assim que Cassidy alcançou o carro o homem abriu a porta. Cassidy entrou.
- Vamos ao armazém! – ordenou ele, enquanto se sentava.
- Sim chefe! – disse o motorista.
O segurança entrou e logo a seguir o motorista colocou-se a conduzir.
Cassidy relaxou contra o assento e olhou pela janela.
“Quem realmente é Alexandra Cooper?”
A viagem foi continuando e depois de quase vinte e cinco minutos o carro parou.
Cassidy clicou no botão de vidro e enquanto o vidro baixava ele pôde ver que um homem se aproximava ao carro.
O homem era branco, usava goro preto, hoddie, calcas largas e sapatilhas da cor preta e, trazia um envelope castanho na sua mão esquerda.
Finalmente o homem aproximou-se a janela.
- Chefe! – disse ele, entregando a Cassidy o envelope.
Cassidy recebeu o envelope e deu uma vista rápida de olhos ao redor do mesmo.
Ele voltou a realidade e olhou pela janela, vendo que o seu subordinado ainda estava ali.
- Bom trabalho! Se houver necessidade volto a contactar. Vamos embora! – ordenou ele, ao motorista antes mesmo que o subordinado reagisse.
- Sim senhor! – disse o homem, se afastando para trás, vendo o carro já se distanciar.
O carro estava em movimento, Cassidy baixou a cabeça e começou a olhar para o envelope sobre as suas pernas.
Ele olhou virou o envelope e sobre ele estava escrito, “Alexandra Cooper”.
Cassidy suspirou, relaxando contra o assento e olhou pela janela.
“Dentro em breve irei descobrir quem é essa mulher e qual é a relação com Alexandra.”
(…)
Cassidy desceu do carro e foi em direção a uma casa, que parecia mais uma mansão.
No exterior da casa haviam algumas arvores e no topo da casa algumas cameras de vigilância.
Ele alcançou a porta principal, abriu-a e entrou e, enquanto o fazia foi revelada uma linda sala de estar.
A sala era ampla e, parecia estar repartida. A esquerda havia uma mesa vidro larga de jantar e do lado oposto a própria sala de estar com sofás luxuosos de napa branca.
Nas paredes, haviam várias pinturas e enormes retratos que pareciam ser de família.
Cassidy alcançou a mesinha de estar e pousou o envelope sobre a mesma. De seguida ele foi em direção ao bar que ficava do outro lado da sala, um pouco a frente da mesa de jantar.
Ele pegou num copo de whisky e pousou sobre o balcão, a seguir pegou numa garrafa de doze anos e serviu-se um pouco daquela bebida espirituosa.
Ele pousou a garrafa sobre a mesa, pegou no seu copo e colocou-se andar em direção a sala de estar.
Ele alcançou o sofá e sentou-se, pousando o seu copo sobre a mesinha de centro.
Finalmente ele alcançou o envelope, relaxou contra o sofá enquanto abria o item.
Ele despejou todos os itens que estavam no interior do envelope sobre a mesa e de dentro foram caindo papéis que pareciam fichas e muitas fotos.
Cassidy pegou num papel, ergueu-o levando a fronte da sua face.
Naquele momento o papel que ele trazia nas suas mãos parecia ser um assento de nascimento.
- Alexandria Cooper… filha de Darius Cooper e Antoniette Copper… nascida aos 3 de julho de 2000… - Cassidy parou a sua leitura
“… essa data…”
Ele devolveu aquele papel a mesa e pegou noutro.
Ele foi dando uma rápida vista de olhos no papel.
- Darius Cooper… nascido a bla bla… teve duas filhas… Huh! Duas filhas…! – ele parou e começou a fazer uma leitura silenciosa. – Duas filhas gémeas… Alexandria e Alexandra Cooper. No entanto Alexandra foi assassinada de forma macabra pela mafia e nunca foi encontrado o assassino… - ele fez uma pausa.
Logo a seguir atirou aquele papel sobre a mesa, parecendo estar bem irritado.
Ele apoiou os braços sobre as suas pernas, inclinando levemente a cabeça e passou a mão sobre ela.
Ele soltou um longo suspiro.
- Cassidy? – uma voz feminina foi ouvida.
Cassidy ergueu a cabeça e virou-se, olhando em direção de onde vinha aquela voz.
Na direção de onde vinha aquela voz feminina, estava uma mulher descendo as escadas de forma suave enquanto pegava o corrimão.
A mulher era branca, linda de cabelos curtos e lisos até o pescoço. Naquele momento ela usava um vestido de dormir longo de seda de cor azul e por cima um robe da mesma cor e material a qual ela segurava com a outra mão e nos pés trazia um par de pantufas brancas.
- Não devias estar a dormir? – perguntou Cassidy vendo a mulher já perto dele.
A mulher aproximou-se e deu-lhe um beijo na testa.
Ela sentou-se, pegou no copo de whisky de Cassidy e levou para a boca.
Cassidy permanecia sentado olhando para ela.
- Ah! – a mulher fez uma cara de satisfação. Ela pousou o copo sobre a mesa. – Não consigo dormir…
Cassidy suspirou.
- É o Matthew, não?
A moça cruzou os braços e desviou o olhar, enquanto abanava a cabeça negativamente.
- Ele não dorme em casa já tem uma semana.
- Ah… - Cassidy passou a mão sobre a cabeça. – Eu irei falar com ele…
- Ainda vai a tempo? Ele não tira aquela mulher da cabeça dele…
- Deixa disso…! Não posso negar que ele tenha tido uma química com ela…, mas ela é uma policial… A relação entre eles não ia durar e ademais, do momento ele esta foragido da polícia. Não há como a relação dar certo… São opostos e cada um deles é um veneno para o outro.
- Humph! – a moça segurou um sorriso. – Só falas porque não é contigo…
- Jeanette… Jeanette…
Jeanette olhou por acaso para a mesa e viu inúmeros documentos sobre ela.
- O que é isso? – perguntou ela, toda curiosa, alcançando a mesa.
- Hmm… é confidencial… - Cassidy tentou lhe parar.
Jeanette esquivou - Humph! Confidencial! – disse ela, erguendo o papel. – Huh! – ela ficou surpresa. Ela baixou o papel e olhou fixamente para Cassidy. – Alexandria Cooper? Quem é essa mulher?
- Tudo aponta que ela era a irmã gémea de Alexandra…
- Não há certeza? - Jeanette olhava fixamente para o papel que trazia sobre na sua mão.
- Bem, elas eram irmãs…
- E porque começaste a pesquisar sobre essa pessoa? Porque só agora? Depois de três anos…?
- A aparição dessa mulher é uma incógnita… conheci ela ontem, na boate… e bem… nós transamos…
- Huh! – Jeanette olhou-lhe fixamente.
- Foi… foi algo natural… - Cassidy gesticulava com as mãos. – Foi química momentânea…
- Ela sabe quem você é?
- Duvido…
- O que você pensa em fazer sobre isso?
- Não sei… - Cassidy abanava a cabeça negativamente. – Sinto que Deus possa estar a dar-me uma segunda chance.
- Não sei Cassidy… - Jeanette pousava o papel sobre a mesa. – Como você disse… a aparição dessa mulher é uma incógnita. Não entendo porque só agora ela voltou a Middlesbrough…
- É a sua terra natal… pelos arquivos ela estudava fora do país…
- E do jeito que você fala… você quer se relacionar com ela? – Jeanette olhava-lhe nos olhos. – Ela não é Alexandra…
Cassidy desviou o olhar e soltou um longo suspiro.
- Tenho pleno conhecimento disso…
Jeanette levantou-se, parou em frente a Cassidy e começou a acariciar-lhe a cabeça.
- Mano! Veja bem onde te metes… - disse ela, olhando-lhe nos olhos.
Cassidy assentiu.
- Eu vou dormir…
- Tudo bem.
Jeanette baixou-se e deu um beijo na testa de Cassidy.
- Até amanha!
- Até.
Jeanette colocou-se a andar e Cassidy acompanhava-lhe com os olhos.
Jeanette finalmente desapareceu entre as escadas e Cassidy olhou para a bagunça de papeis e fotos sobre a mesinha de centro.
Ele suspirou.
- O que eu realmente estou a fazer? – perguntou-se ele, olhando para os papeis e fotos sobre a mesinha de centro.