CAPÍTULO 4 VOU FICAR ATENTO

1071 Words
CAPÍTULO 4 VOU FICAR ATENTO Narrado por Richard “Desconfiança, o maior sabotador das relações “ A convivência com a Isabelly tem sido uma lufada de ar fresco na minha vida. Ela é uma ótima pintora e acredito que ela consiga mesmo realizar os seus sonhos e ser reconhecida nos quatro cantos do mundo como ela diz. Ela é extremamente alegre, paciente, divertida e acabei por me dar conta que talvez esta união não seja tão má assim. Sempre vi a Isabelly como apenas uma conhecida, alguém com quem eu cruzava esporadicamente, mas nunca havia parado para observá-la com mais atenção. Eu só de saber que estávamos prometidos fazia com que não houvesse nenhum tipo de contacto entre nós, podia ser que assim esquecessem essa história estupida Porém, com a nossa forçada convivência algo mudou dentro de mim e comecei a perceber os pequenos detalhes que antes passavam despercebidos. Comecei a perceber, que os meus olhos agora brilhavam ao vê-la, o seu sorriso se tornou o motivo dos meus bons momentos e sua voz ecoava nos meus pensamentos. Eu fico até surpreendido com a forma como ela me faz rir e como os seus gestos simples me encantam de uma maneira que eu jamais imaginei. Aos poucos, comecei a pensar nela com mais frequência, desejando estar ao seu lado e compartilhar todos os momentos juntos. As nossas conversas ganharam um significado especial e eu passei a me abrir mais, mostrando um lado meu que nunca tinha revelado a ninguém. Isabelly começou a ocupar um lugar especial no meu coração, fazendo com que eu percebesse que o amor pode surgir de onde menos se espera. E, pouco a pouco, eu me rendi aos seus encantos, entregando-me de corpo e alma a este novo sentimento que surjiu dentro de mim. Mas agora, depois que a Jade falou tudo aquilo, coloco tudo isto em causa. Será que é mesmo verdade? Será que a Isabelly já se entregou aos prazeres da carne? Ela me disse que nunca esteve com nenhum homem, mas porque a Jade me iria mentir? Não, a Jade não é mentirosa. Mas por outro lado, também não acho que a Isabelly me esteja a enganar. Estou muito confuso e não sei o que pensar. Talvez seja melhor me manter atento. Já só faltam menos de quinze dias para o nosso casamento acontecer. SENTIMENTOS Narrado por Isabelly “Tem coisas que só o silêncio diz” Sempre me considerei uma mulher forte, determinada e muito alegre e esta história de que eu estava prometida sempre me chateou a valer. Embora achasse o Richard bem lindo e charmoso, isso não queria dizer que estava minimamente interessada nele. Mas depois de começar a conhecer ele realmente, o quanto ele é diferente de tudo o que eu pensava dele, como ele é tranquilo, gentil, e com um sorriso que derrete o meu coração. No início, eu resisti à atração que sentia por ele, mas conforme nos fomos conhecendo melhor, eu percebi que estava a começar a gostar mais do que devia do Richard. Comecei a sentir-me ansiosa por cada encontro e cada troca de olhares. O meu coração bate acelerado todas as vezes que estamos juntos. Se me tivessem dito antes que isto se iria passar, eu diria prontamente que isso nunca iria acontecer. Mas me vejo agora numa encruzilhada, porque ele com toda a certeza não nutre sentimentos por mim, pelo menos não da maneira que eu gostaria. Mas o nosso casamento está bem perto de se realizar e eu não sei como vai ser depois disso. DOIS DIAS ANTES DO CASAMENTO SOU UMA SONHADORA Narrado por Isabelly “Os sonhos desfazem-se como um baralho de cartas” Acabo de sair da última prova do vestido e a minha mãe vai para casa enquanto eu fico na esplanada à espera que o Richard venha ter comigo. Ainda é muito cedo, mas eu vou fazer aqui tempo. Estou aqui há uns cinco minutos quando alguém se senta na cadeira ao meu lado. Olho para a pessoa, pensando que era o Richard, mas não, quem olha para mim com cara de parvo é o Clabe. Como não gosto de ser m*l educada, Sorrio e pergunto o que ele quer. — Ora, Isabelly, venho te dar os parabéns, o teu casamento é já daqui a dois dias, não é? Eu acho a conversa dele bem estranha, mas ele não está a fazer nada de m*l e está apenas a ser simpático, no mínimo vou ser também simpática para ele, por uma questão de educação. — Sim, é verdade, é já daqui a dois dias. — Nervosa? — Muito mesmo, mas acho que qualquer noiva fique nervosa com a proximidade do grande dia. — Sim, eu também acho. Bem, mas agora vou ter que ir. Desejo-vos as maiores felicidades do mundo. Ele levanta-se, pega na minha mão e a beija muito cavalheiro, mas eu acho que ele fica tempo demais com os seus lábios colados na minha mão.ele acaba por deixar a minha mão e vai embora. Mas que coisa mais estranha. Enfim. Acabo por me esquecer rápido do sucedido e continuo à espera do Richard que chega pouco depois. Vem com cara de poucos amigos, acho que nem nunca o vi assim. Ele senta-se bruscamente e pergunta. — O que tu e o Clabe tanto conversavam? Eu me espanto com a tamanha da brutalidade com que ele me pergunta aquilo. — Desculpa! Como assim? — pergunto ainda meio atordoada com as suas maneira. — Tu andas metida com aquele parvalhão? É que eu não vou ser corno, Isabelly. Eu estou estupefacta com o que está a sair da boca dele. — Mas o que tu estás para aí a dizer? Estás a acusar-me de quê mesmo? — Olha, eu sei que o nosso casamento é apenas um Contrato, que tanto eu como tu estamos a casar obrigados por causa dessa estúpida maldição, que cada vez acho mais que isso é tudo conversa para realizarem os casamentos entre as famílias. — Então não acreditas na maldição? — pergunto surpresa. — Não, acho tudo isso uma grande estupidez. — Então se achas tudo isso, porque vais casar? — Porque prometi aos meus pais que não ia quebrar a tradição. A minha vontade é chorar. Pensei que ele no fundo estivesse a começar a nutrir sentimentos por mim, mas afinal não. Eu é que realmente sou uma parva de uma sonhadora.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD