Prólogo
351 Words
Fui para a pracinha correndo o mais rápido possível, eu estava me controlando para não gritar de ódio, raiva, tristeza, decepção. Sentei no banco e comecei a olhar para o nada enquanto as lágrimas caiam sem parar.
Porquê isso? Ele me usou...
Ele me usou para pegar o morro do meu pai.
Tudo isso não passou de uma maldita ilusão.
Ele me usou...
Peguei meu celular e comecei a olhar as fotos, as mensagens, tudo enquanto as lágrimas caiam desesperadamente. Joguei meu celular no chão com toda a força possivel e comecei a chorar desesperadamente.
MERDAAAAA!!!!!! - gritei.
Uma dor inexplicável, sabe a sensação de ter sido feita de palhaça, i****a, otária? Eu estava sentindo isso, 10 vezes pior.
Eu dei o meu melhor, dei carinho, dei o meu bem mais valioso, dei o meu amor. Me entreguei completamente para alguém que só me via como um objeto de uso para capricho própio.
Que nojo de mim mesma, quantas vezes me deitei ao lado de quem tentava matar meu própio pai. Quantas vezes eu dediquei todo o meu amor a quem só queria tirar o meu bem maior. Eu chorava desesperadamente, soluçando cada vez mais e mais, tentado colocar para fora toda a dor que eu sentia.
Minha cabeça estava lotada de palavras, pensamentos inacabados, emoções exageradas, um pesadelo. Mas não consigo por pra fora, não consigo descarregar minha mente.Toda vez que tento me livrar dessa angústia tenho um bloqueio, toda dor,toda essa bagunça da minha cabeça tá tomando conta do meu coração, lugar onde existia muita paz, se tornou vulnerável, frágil...
"A verdade dói só uma vez. A mentira dói toda vez que é lembrada"
Sentei e abracei meus joelhos, abaixei minha cabeça e respirei fundo. Chorei muito, chorei demais. Chorei como nunca. Fechei meus olhos e pedi ajuda para Deus, um conforto e logo minha resposta veio. Preferi evitar pensar nisso e segui para a casa do meu pai.
Entrei no banheiro e lavei meu rosto. Fiquei me encarando no reflexo do espelho. Era como se tudo viesse à tona agora. Fechei meus olhos novamente e enxuguei meu rosto.
- Writer
