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O amor do playboy bilionário

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O coração não escolhe quem ama.

Sophia não era a pessoa mais interessante do mundo. Ela mesma dizia isso, e nunca quis ser como as outras, até que seu maldito coração se apaixonou por Christophe Morson, seu melhor amigo.

Todos sempre diziam que em algum momento o s****o mais novo da família Morson iria aprontar alguma com ela, pois não existe amizade entre um homem e uma mulher. Porém, quase vinte anos depois, eles ainda eram melhores amigos. E quando se tornou uma mulher feita, Soph se viu perdida ao sentir seu coração bater mais forte quando estava perto dele.

Pensando em esquecer e mudar o que sentia por Chris, ela decidiu ir morar na Europa e estudar em uma das melhores escolas de confeitaria do mundo. Sophia achou que os cinco anos em Paris iriam acabar com seus suspiros e sonhos nada amigáveis com o homem mais s****o que conhecia, no entanto reencontrá-lo provou que ela estava totalmente errada.

O problema? Christophe Morson não era tudo aquilo que as pessoas pensavam e nunca disse o que realmente sentia por Sophia.

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CAPÍTULO 1
Sophia Os cinco anos na Europa foram incríveis. Tudo era tão chique e mágico, que pensei em nunca mais sair de lá. Porém, nem toda a magia do mundo fez com que eu realmente ficasse. O que eu mais gostava de lá era a distância, e tudo o que eu mais odiava de lá era a distância. Contraditório, eu sei. Eu era assim desde pequena. Geralmente ficava mais tempo pensando nos prós e contras do que realmente fazendo uma coisa. No entanto, quando fui aceita em uma das melhores escolas de confeitaria do mundo, não pensei duas vezes antes de ir. Sim, eu amava confeitar todo tipo de doce. Contudo, minha decisão em ir naquele momento não foi por esse motivo, e sim pelo sentimento i****a que eu havia descoberto pelo meu melhor amigo. Desde muito pequena, eu era a filha esquecida, a nerd que passava muito mais tempo na cozinha do que no balé, que usava roupas largas, e não as de grife que a tutora comprava sob as ordens do meu pai. Minha mãe morreu de câncer bem cedo, quando eu e Jessica, minha irmã gêmea, tínhamos seis anos. Foi péssimo vê-la definhando até a morte. Mas uma coisa que ela sempre dizia antes de nos deixar era: “Nunca desista dos seus sonhos, lute por eles. E não precisa se descartar ou buscar por aprovação de ninguém; faça aquilo que ama e será feliz”. A concepção de felicidade da minha irmã era totalmente oposta à minha. Na verdade, ela fazia tudo que meu pai queria. Ele tentou se casar mais duas vezes depois da morte da minha mãe, mas não deu muito certo, pois procurava nelas o que tinha na mulher que amava. E isso era impossível de encontrar. Então, afundou-se no trabalho e levou Jessica junto. Nunca fomos como as gêmeas de filmes, que não se desgrudam. A diferença entre nós era uma barreira que ficava entre a gente e impedia isso. Ela costumava dizer que eu estragava a imagem dela e que tinha vergonha de ser comparada a mim. Isso me afetava muito no passado e, talvez, tenha sido o que me levou à baixa autoestima. Minha sorte era ter Christophe me dizendo que tudo era uma bobagem e que, na verdade, minha irmã tinha inveja por eu ser tão independente e forte. Eu o amava e o odiava por isso. Desde muito cedo, ele era doce e gentil comigo. Talvez tenha começado por pena e depois se transformado em uma verdadeira amizade. O que sei é que Chris era o meu bem e m*l; era o que me deixava em cima do muro ou encolhida debaixo da cama. Tudo começou quando eu não tinha ninguém que me levasse ao baile do colégio no último ano. Nunca fui de gostar dessas coisas, mas para uma adolescente que nunca havia tido um pouquinho de ambição ou alguém que achasse interessante para ser o primeiro a beijar na vida, isso até que era importante. Queria sair para o mundo, ver como ele realmente era. E o ápice do ensino médio era o baile de formatura. Então, sim, fiquei deprimida por ter que ficar em casa, chorando e vendo minha irmã ir com o garoto mais bonito e líder do time de futebol. Chris era três anos mais velho que eu e já estava na faculdade; tinha a fama de pegador e era o cara mais bonito que eu já tinha visto. É assim até hoje. Naquele dia, ele abriu a porta do meu quarto e me olhou com o cenho franzido, julgando-me com seus olhos castanho-claros, enquanto eu estava de pijama largo, em cima da cama, tomando um pote de sorvete de chocolate. Eu tentei disfarçar a minha tristeza, porém ele era a pessoa que mais me conhecia no mundo. Sabia quando eu estava triste, feliz, animada, e quando eu mentia. No entanto, tínhamos uma promessa de nunca mentir um para o outro, mesmo que a verdade doesse. Lembro-me de quando ele pegou o pote de sorvete sem dizer uma palavra, fez eu me levantar e exigiu que eu me arrumasse. Disse que passaria em casa, que colocaria uma roupa e que iriamos para o baile i****a. Naquele dia eu tentei mentir, dizendo que odiava bailes e que os achava i****a. Mas, como eu disse, ele sempre sabia quando eu estava mentindo. E não precisou de muito para que eu confessasse. Não tinha como discutir com o Chris, então fiz o que ele pediu e me achei ridícula por usar o vestido que tinham comprado para mim. A primeira vez que senti meu coração bater mais forte por ele foi quando desci as escadas e o vi no fim dela, olhando-me com um sorriso no rosto e estendendo a mão para me ajudar a descer. Ele estava tão lindo, que quase parei de respirar, com medo de acordar e ver que tudo era um sonho. A segunda vez que senti a palpitação foi quando estávamos dançando no salão decorado de dourado e com pouca luz. Chris prestava atenção em mim e não desviava o olhar por um segundo. O que quase me fez cair. Claro... No dia pensei que fosse ansiedade, por estar sendo encarada por todos naquele lugar. Mas depois soube o que era: Christophe Morson fez eu me apaixonar por ele, sendo tudo o que eu mais desejava. Por isso, tempos depois, aceitei ir para Paris. Pensei que minhas experiências longe de Nova York me ajudariam a esquecer essa bobagem. Porém, adivinha. Não funcionou. Eu estava com os pés presos e o corpo paralisado só por pisar no aeroporto depois de descer do avião. — Preciso chamar a emergência. Você está bem? — perguntou-me LP, minha mais nova amiga há cinco anos. Eu a conheci em Paris assim que começamos na escola de confeitaria. Ela era incrível, tinha o cabelo colorido e adorava me importunar. Se não fosse por ela, eu não teria passado tanto tempo longe de casa, já que a saudade era enorme. — Está pálida, com as mãos suadas. Acho que está tendo um ataque. — acrescentou. — É meio que isso. — Respirei fundo e dei pequenos passos para longe de onde estava. — Um ataque de pânico. Estou de volta à Nova York e não quero nem pensar por que estou assim, pois vou desejar me bater. — Posso fazer isso para você. — brincou, animada. — Não vá me dizer que está pensando no que de errado pode dar com a sua volta. — Não. É que já faz muito tempo que não venho aqui. E na última vez que liguei para o meu pai, ele disse que eu não era filha dele. Coisa bem boba. Realmente, eu estava sentindo um ataque no coração; não só por ser a filha deserdada, mas porque teria que reencontrar a minha irmã i****a, que era a estrela de Nova York, a jovem prodígio que iria assumir um dos maiores bancos do país. — Já estou até ouvindo a ridícula da minha irmã dizendo que sou tola por escolher viver de doces, e não do dinheiro que eles sugam de pessoas desesperadas. — Não minta para mim. Você está assim por causa do gostosão da revista. — ela disse, sem medo de que outras pessoas a ouvissem. — Tenho que confessar: ele é gato, um homem com “H” maiúsculo, porém s****o. E esse é um dos maiores defeitos. — Chris não é uma má pessoa, só faz péssimas escolhas. LP me olhou de um jeito como se dissesse “fala sério!” e voltou a prestar atenção no caminho. Estávamos indo buscar as malas na esteira. — O que foi? Eu o conheço muito bem. Ele não era assim antes. — Sei. — sua afirmação soou desacreditada. — Mudando de assunto... Você sabe qual destas é a nossa? — Sabe que elas são etiquetadas, não sabe? — Cerrei os olhos ao observar a minha amiga, que tinha quase o dobro do meu tamanho, procurando a mala no meio de tantas outras. — É esta aqui. — Peguei uma delas. — E aquela. — Apontei. Depois de, finalmente, pegarmos o que era nosso, nós nos dirigimos à saída. Eu estava exausta, apesar de não ter durado muito a nossa viagem. E confesso que estava à procura de alguma coisa. Na verdade, de alguém, em meio às pessoas que entravam e saíam do aeroporto. Eu sabia que era inútil, uma completa besteira, já que não tinha avisado a ele que estava voltando. Porém, permiti que minha cabeça i****a pensasse que, magicamente, ele apareceria com a sua empolgação e me levaria para casa. Casa! Uma coisa que eu não tinha. Podia ter lugares especiais onde morei por tempo determinado, mas nunca me senti em casa verdadeiramente. A coisa que mais chegou perto disso foi a casa na árvore que tínhamos quando mais jovens. Ela ficava entre a mansão do meu pai e a dos pais de Christophe, e nem era minha. Lembro-me de quando ficávamos lá, olhando as estrelas, ou só de olhos fechados, imaginando estar em outro lugar. Eu sempre fui muito cobrada, enquanto Chris tinha o espírito aventureiro. Por isso as nossas famílias sempre arranjavam tempo para brigar conosco. Aquela casa era o nosso lugar de paz, onde só nós dois éramos permitidos entrar, e achávamos que nada poderia estragar o nosso momento. Christophe! Tentei mesmo esquecê-lo, embora fosse injusto, considerando que ele não me deu motivos aparentes para isso, nem tivemos uma briga f**a que justificasse tal coisa. Ele sempre foi como um irmão mais velho para mim, e pensar nisso me deixava deprimida. Desde o momento em que decidi ir para a Europa, Chris nunca deixou de me ligar um dia sequer. Era ele quem me acalmava, quem tirava as paranoias da minha mente e me dava motivação para ser a melhor da turma. Portanto, eu sabia que ele ficaria uma fera ao saber que voltei sem comunicá-lo. Pegamos um taxi até o meu apartamento. Na verdade, o apartamento que meu pai me deu. Eu não o queria e pensei em alugar um outro, bem longe, sem muito luxo, todavia estávamos economizando para abrir uma loja de confeitaria, e eu não usaria a regalia da fortuna do meu pai. Já bastava o apartamento que ele tinha “cedido” a nós. Meu plano era me estabelecer, trabalhar na cozinha de algum restaurante, como chef confeiteira, juntar o dinheiro necessário e, aos poucos, montar o meu próprio negócio. Amava cozinhar, fazer sobremesas lindas e deliciosas. Era o que me deixava feliz. Eu tinha até uma recomendação para trabalhar na cozinha de um dos restaurantes mais reconhecidos da cidade, só precisava chegar em casa, arrumar as coisas, relaxar, ligar para Christophe e, depois, apresentar-me no meu novo trabalho. Após sair do táxi, arrastar a mala e entrar no saguão do prédio enorme e lindo, subimos para o apartamento, que ficava quase no último andar. Para mim, era difícil ter que ficar ali, no entanto eles já haviam me arrancado tantos neurônios, que levava a propriedade como juros de danos, não como uma caridade paterna. As portas do elevador se abriram para o apartamento, que estava perfeito. Andei o mais rápido que pude, deixei a mala de lado e fui para a cozinha beber água. Depois arranquei os saltos que estava usando e os joguei de lado. Uma das melhores coisas que eu podia sentir era o frio do piso nos meus pés depois deles serem torturados por saltos; não muito altos, mas desconfortáveis. A água estava na temperatura exata e relaxou a minha garganta. Observei LP impressionada com o apartamento. Parecia que ela estava vendo algo muito impressionante. — Este lugar é mesmo muito bonito. — falou, abismada. — E a cozinha é clássica, em cores claras. Um sonho. A primeira coisa que uma chef confeiteira observa em um lugar é a cozinha. Eu sabia como isso era satisfatório. — Se quer saber, é até simples se comparado aos outros apartamentos ou à mansão. — Pus o copo na ilha que separava a cozinha e a sala. — Pode escolher o quarto. Para mim tanto faz. — O quanto você é rica? — ela me questionou com o cenho franzido e quase hipnotizada. — Não sou rica, meu pai é. — corrigi. — Você é a herdeira; tanto faz. — Sou a filha simples, quase deserdada. A herdeira é a minha irmã, Jessica. Ela me julgou com seu olhar, revirou os olhos e entrou no corredor que dava para os quartos. Fui até a janela olhar para a cidade de cima. Tinha que admitir que ela era linda. A todo o momento eu só conseguia pensar na pessoa que mais me dava dor de cabeça. Confesso que fugir para Paris não ajudou a minha mente i****a a mudar nada do que sentia por Christophe Morson. Nem mesmo a sua reputação de cafajeste de Nova York mudou esse amor maluco. Ouvi as portas do elevador se abrindo e achei estranho, pois ninguém além de mim e do meu pai tinha acesso ao apartamento. Um assaltante poderia aparecer na minha sala, mas o meu medo era encontrar o meu pai. Meu coração simplesmente parou de funcionar quando encontrei o i****a mais lindo e irresistível me olhando com raiva, segurando uma caixa de pizza na mão. — Vou deixar que se explique antes de eu soltar os cachorros. Tome isso como uma cortesia de “seja bem-vinda”. — ele disse, realmente furioso. No momento só o encarei com espanto. Ou, melhor dizendo, quase tendo um ataque do coração.

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