ERICK NARRANDO
Acordei com o celular tocando no meio da madrugada já virou rotina, levanto-me ao ouvir ele tocando vou até a minha mesa de anotações do outro do quarto pego o celular e vejo que é do trabalho.
— Eu estou de folga. — Falei enquanto observava pela janela do quarto do meu apartamento, ainda estava escuro pois era 03:04 da manhã.
— Eu sei, mas é que uma mulher foi assassinada na entrada do morro e precisamos ir até lá. — Falou um companheiro de farda (O policial que estava no lugar do delegado enquanto ele estava de férias) eu fui até a sacada e acendi um cigarro.
— Como assim precisamos ir lá? Eu estou de folga, é algum caso importante? Quero dizer em especial... — Falei enquanto observava os poucos carros que passavam, eu amava morar em frente ao mar, em Copacabana para ser mais específico.
— Lembra daquela testemunha do caso lá que estamos investigando? Cê sabe... Não posso dar muitos detalhes. — Ele falou e eu entendi tudo.
— Filho da p**a! Foi queima de arquivo? — Perguntei já sabendo da resposta.
— Eu não quero entregar o caso pra outra equipe, sua equipe começou, sua equipe termina, Erick eu vou mandar o endereço pelo seu w******p. — Ele desligou, e eu fui tomar um banho rápido, para ir pro local.
Coloquei a farda, peguei um taxi e fui para entrada do morro, chegando lá vi um alvoroço grande de pessoas e a equipe de perícia estavam lá. Logo Bruno que faz parte da minha equipe veio falar comigo.
—Bom dia chefe
—Bom dia, cadê o relatório? — Perguntei chegando perto da viatura e uma moça até bonitinha veio até mim e me deu um papel, peguei e a encarei.
O que ela está fazendo dentro da cena do crime? Porque não estava atras da faixa amarela iguais os outros curiosos?
—Isto é? — Perguntei sem entender, nossa ela é bem bonita, ela deu um sorriso.
— O relatório o que o senhor pediu Sr. Velásquez. — Ela disse dando um sorriso de lado.
—Bruno? — O chamei encarando ele, tentando entender o que estava acontecendo.
— Essa é a Anastácia, ela vai trabalhar com a gente nesse caso, ela é da equipe criminalista e está estagiando pro seu último ano de faculdade, indicação do delegado. — Ele disse eu passei a mão na cabeça, e dei mais uma analisada nela.
— Pode me chamar de Ana. — Ela falou estendendo a mão e sendo meiga, e eu odeio isso, pessoas meiga me irrita.
— Uma estagiária? Olha não me leve a m*l não Ana, mas deve ter havido um engano, o Dr. Duarte jamais colocaria com um estagiária para trabalhar em casos como esse, isso não é a sua função eu acredito. — Eu disse olhando pra ela que me encarou seria.
— Tem razão Erick, essa realmente não é aminha função, assim como não é a sua função questionar quem o delegado escolhe pra trabalhar com você, enfim, ai está tudo o que você precisa saber, onde foi os tiros aproximadamente que horas, se tem ou não testemunhas, entre outras coisas. — Ela afirmou e eu fiquei impressionado como ela é corajosa, ninguém nunca havia me respondido.
— Já fez o seu trabalho, agora pode se retirar, e na próxima vez Dra. Vista-se a caráter. — Nem esperei ela respondei me virei e sai dali com os papeis na mão, e o Bruno veio atras de mim.
— Ela linda ne? — Ele falou todo empolgado.
— Linda e vai fuder com o nosso grupo, já falei um milhão de vezes que não quero mulher na equipe e o Duarte não entende, ou ele está me gozando. — Eu disse dando um murro na viatura e as pessoas me olharam, olhei para a Anastácia que me olhava e fui até ela novamente e a encarei.
— Que foi? — Ela perguntou olhando rápido pra mim e voltando a atenção para uns papeis que ela estava lendo.
— Quero um café. — Eu disse sério, e logo em seguida colocando as mãos no bolso.
— Você só pode estar brincando... — Ela disso jogando uma mecha de cabelo pra trás da orelha.
— Está vendo todos esses policiais? Se eu fizer esse mesmo pedido eles vão sem questionar, isso porque são mais que estagiários, sou o seu supervisor e quero um café um Ana. — Falei sério, já que o Duarte queria jogar comigo eu iria jogar.
Ana será o novo brinquedo da minha equipe, estávamos mesmo precisando de alguém pra nossa empregada.
ANASTÁCIA NARRANDO
Um café? Ele vai ter o café que merece, sai dali e peguei um taxi e ao invés de ir à cafetaria eu fui embora pra casa, chegando lá subi tirei a calça colada, o tênis e a blusa com o nome da faculdade fui pra deixando do chuveiro e em seguida pedi uma comida e já fui vestindo minha roupa de dormi, não demorou muito a comida chegou, eu comi, e já fui me deitar porque eu teria faculdade amanha cedo, ou melhor hoje.
Acordei com o despertador de sempre o meu pai, me ligando todas as manhãs eu nem se quer me lembro mais do barulho do despertador.
— Bom dia pai. — Coloquei o celular no viva voz e continuei deitada.
— Bom dia querida, vamos enfrentar o trânsito de São Paulo?
— O do Rio também é tenso!
— Já levantou Ana?
— Você advinha? — Falei me levantando da cama.
— Não, mas eu sinto, como foi o trabalho?
— Não é um trabalho pai, é um estágio por enquanto. — Eu disse abrindo a porta do banheiro.
— Quando quiser desistir dessa brincadeira e voltar, sinta-se a vontade. — Ele como sempre se referindo a minha faculdade como se fosse uma brincadeira ou um passa tempo qualquer.
Meu pai sempre quis que eu fosse uma sustentada, ele tem uma agencia de viagem e o sonho dele é que eu tomasse conta dos negócios da família.
— Pai estou prestes a me formar, e já passei na OAB.
— Ok, sua mãe e eu estamos com saudades, quando virar nos ver? — Ele questionou e eu peguei o celular e levei pro box, para poder conversamos enquanto tomava banho.
— No próximo feriado eu prometo! — Falei e em seguida liguei o chuveiro.
— Não é atoa que esse e o seu sexto celular esse ano, leva ele para o vapor do box.
— A culpa é sua por me ligar sempre essa hora papai.
— Ah eu tenho culpa de você só tomar banho uma vez por dia, e justamente na hora que eu ligo. — Ele disse eu dei uma gaitada.
— Estou bem acordada pai, obrigada por me acordar, mas agora tchau.
— Tchau querida. — Ele desligou e eu fui terminar o banho aproveitando já lavando o meu cabelo.
Me vesti rápido, colocando uma calça preta com botas e um moletom preto, estava chovendo bastante, sequei o meu cabelo, peguei minha bolsa e sai para faculdade eu estava morrendo de sono.
ERICK NARRANDO
Acordei era 11:00 da manhã, tomei um banho e fui para delegacia, quando eu cheguei lá vi que o Duarte estava na sala dele, já fui logo entrando, ele reclamou.
— Não sabe bater? — Ele perguntou sério.
— Desculpa, mas tenho um assunto muito sério para resolver.
— Qual seria o problema?
— A estagiária, quero ela fora da minha equipe Delegado, ela é incapacitada e não sabe obedecer o superior, eu pedi um café e ela simplesmente sumiu, sem falar que o meu grupo só tem homens, coloca ela em outra equipe com outro caso. — Desabafei.
— Só isso? — Ele perguntou levantando uma sobrancelha.
— É! — Respondi desconfiado sem entender a reação dele.
— Ana, você pode vir aqui por favor? — Ele disse ao telefone, eu fiquei em silencio e logo a Ana entrou na sala.
— Entre e feche a porta. — Ele falou e assim ela fez, e logo em seguida se sentou ao meu lado.
— Erick, chamei ela aqui para que vocês se resolva, e eu não trocar ela de equipe, e ela e bem capacitada e se caso ela não for... torne-a, Ana tudo que você precisar fale com o Erick, ele é o seu supervisor. — Quando ele terminou de falar me deu vontade de socar alguma coisa, levantei-me e sai dali sem dizer nenhuma palavra.
Fui para sala de treinamento e comecei a dar uns tiros para ver se eu conseguia me acalmar.
— Problemas? — Bruno perguntou já entrando na sala.
— Ana fica na equipe. — Eu falei
— Ah isso não é problema.
— Eu vou fazer ela pedir pra sair.
— Deixa a menina Erick.
— Ah é ne? Deixa a menina, o que a gente vai fazer se ela denunciar as nossas chacinas, porque é isso que ela vai fazer quando descobrir. — Eu falei e ele deu uma olhada em volta.
— Fala baixo!
— O melhor é ela longe.
— Olhando dessa forma eu concordo.
— É claro que concorda, se ela ficar longe conseguimos matar mais bandidos.
— Olha lá. —Ele disse fazendo sugestão com a cabeça e eu olhei era a Ana vindo.
— Bom, eu queria saber se alguém já ligou para perícia para saber do caso? — Ela disse e eu a encarei.
— Não, mas eu tenho um trabalho pra você. — Falei e o bruno me olhou.
— Hum.
— Vai no IML e ver se alguém apareceu ou vai aparecer.
— Hã? Como assim? — Ela questionou.
— Alguém ué, família, amigo, sei lá, alguém que conheça a vítima.
— Você quer que eu faça plantão no IML? E se ninguém aparecer? — Ela perguntou cruzando os braços, e eu revirei os olhos.
— Aí obviamente você liga dizendo que ninguém apareceu. — Eu falei dando uma leve risada.
— Eu não vou ficar lá sozinha.
— O bruno está livre, ele pode te acompanhar. — Eu falei ela virou de costas e foi caminhando em direção a saída.
— Isso vai ser bem divertido. — O bruno falou baixinho dando uma risada.
— Vai sim. — Falei sorridente, logo ele saiu e eu fui pra minha sala.