*** Thomas ***
— Eu te amo, Thomas! — Chloe diz quando deitamos na sua cama.
Tínhamos acabado de trans4r, ela acha que namoramos, mas eu nunca oficializei o nosso relacionamento, o meu pai nunca aceitaria que eu me casasse com alguém que não fosse do “nosso mundo”. — Você não vai dizer nada? — Ela pergunta.
— O que você quer que eu diga?
— Que me ama! — Ela se senta na cama. — Já estamos juntos quase cinco anos, e você nunca disse que me ama!
— Chloe...
— Que saber?! Vai embora daqui! — Ela se levanta e começa a pegar as minhas roupas que estavam jogadas no chão, e as jogam em mim. — Enquanto você não se decidir o que quer, eu não quero te ver.
Isso seria meio impossível, pois estudávamos no mesmo polo, cursos diferentes.
O que eu sinto por ela, é apenas carinho, nada mais, além disso, só que o que ela sente por mim, vai muito além.
Nos conhecemos na faculdade, ela cursa engenharia elétrica, começamos a conversar, porque esse, era o curso que eu queria fazer, mas acabei cursando Direito, e como eu estava sozinho, juntei o útil ao agradável, só que com isso, ela acabou se apaixonando, não sei se é paixão, tem vezes que ela diz que me ama.
Visto as minhas roupas e quando saio de lá, ela bate à porta com tudo.
Chloe vem de uma família rica, mas isso não muda nada para o meu pai, negócios são negócios, essa é a pior parte de ser primogênito de um mafioso.
Eu já conhecia os seus pais, e toda vez que eles diziam que queriam conhece os meus, eu sempre mudava de assunto ou dava uma desculpa, eles começaram a entender, que os meus pais não me amavam, e não me davam atenção, e aos poucos, eles começaram a não tocar mais no assunto.
(...)
Me chamo Thomas Rossi Kuhn, tenho 22 anos, sou filho de uma italiana aventureira e um alemão que só pensa em negócios, eu ainda não consigo acreditar que o meu pai ama a minha mãe, na maioria das vezes ele é bruto com ela, e não foi isso que a minha mãe me ensinou, ela sempre diz que eu preciso ser romântico, e conquistar a pessoa que eu desejo aos poucos, e que o amor é algo que temos sempre que cultivar, é igual a uma planta, quanto mais você cultiva, mais forte e lindo ele fica, caso contrário, ele murcha e morre.
A minha mãe tem apenas 39 anos, ela se casou com o meu pai quando tinha 13 anos, e após 3 anos de casamento, ela engravidou, ela foi prometida enquanto estava no ventre da minha vozinha, era assim o destino de todas as
Família Rossi, pelo menos com as mulheres.
— Vai que você se apaixona por ela? — A minha mãe pergunta quando me mostra a foto da Bella McNigth, não vou negar que ela é muito linda, os seus olhos verdes e o seu sorriso, me chamaram atenção.
— E por quanto tempo ele quer que eu fique casado com ela?
Estamos tomando café da manhã, sempre fazíamos isso todas as manhãs, o meu pai dizia ser uma forma de aproximar a nossa família. Começamos a ficar distante, depois que eu o vi dando um, tapa no rosto da minha mãe, e em seguida ele matou o seu amante, sei que a minha mãe está errada em ter alguns amantes, mas isso não justifica a agressão, e muito menos ele matar aquele homem.
Foi aí que parei de admirar o casamento deles, só aí eu descobrir que tudo aquilo era apenas aparência, e agora eles vivem de aparências para a minha irmãzinha a Valentina ela tem apenas 6 anos e os dois evitam brigar na frente dela, e já o Pietro, tem 18 anos e já sabe com as coisas funcionam.
— Então o Thomas vai se casar com ela, para expandir os negócios da máfia? — Pietro pergunta.
— Eu vou me casar, para agradar o Papa. — Afirmo.
— Parem meninos, daqui a pouco ele aparece. — A nossa mamma nos adverte.
— Eu não sei por que você ainda mantém essa farsa. — Desabafo.
— Só até a Valen ficar de maior. — A minha fala.
— Mais mamma...
— Qual o assunto? — Pietro tenta argumentar, mas o nosso papa nos atrapalha.
— A mamma está mostrando uma foto da noiva do Thomas. — Pietro conta.
— Viu como ela é tão Bella quanto o nome?
— Por quanto tempo é esse contrato?
— Dois anos. — Ele fala com toda a naturalidade do mundo e se senta á mesa.
— Papa, é muito tempo. — Digo.
— Podemos mudar, um ano e um herdeiro. — Ele fala e toma um gole do seu café que a Maria acabou de lhe entregar.
— Sem chances. O que ela diz sobre esse contrato?
— Eu não sei, não me interessa, a única coisa que me interessa, é o acordo com o seu pai, apenas isso. — Como vocês podem ver, o meu pai é um ogro. — Cadê a Valen?
— O Afonso já a levou. — A mamma responde.
Terminamos o nosso café em silêncio.
(...)
— Que cara de enterro, é essa? — Brian pergunta assim que eu entro na sala de aula.
— O meu papa.
— O que ele aprontou dessa vez?
— Quer que eu me case com a filha de um italiano, um tal de McNight.
— O zio nunca vai mudar. — Brian e o meu primo, o seu pai trabalha com o meu. — O que ele disse?
— Contrato de dois anos, ou de um ano e um herdeiro. — Bufo.
— Que merd4. — Ele ri.
Ficamos em silêncio, o professor de Conciliação, e sim, eu curso direito, a merd4 de você ser o primogênito de um mafioso, é que eles exigem que você saiba de todas as leis, só para você saber sair de emboscadas. Mas isso não faz sentindo, eles vão pelo, o caminho mais fácil, subornam as pessoas, caso isso não funciona, eles matam, ou seja, não faz sentindo nenhum.
— Ein! — Brian me cutuca. — Já falou com a Chloe?
— Não. — Murmuro.
— Que bosta. — Ele ri e me joga uma bolinha de papel.
(...)
— Eu pesquisei o insta da sua noiva. — Brian conta enquanto caminhamos para o meu carro.
— Como você a achou?
— Não foi muito difícil, eles são... Digamos que “famosinhos”, e ela é prima de uma amiga minha, a Jenny... E olha essa foto, cara ela é muito gata, com todo o respeito primo. — Ele me mostra a última foto que a Bella tinha postado.
Ela está muito diferente dá foto que a minha mãe tinha me mostrado hoje cedo, nessa ela está usando um shorts na cor preto, um cropped branco, ela não está usando maquiagem, mas ela não precisa, a sua beleza é natural, e ela tem umas leves sardas no rosto, o que realça mais ainda o seu olhar.
— Ah! Eu não creio, tu gostou dela! — Brian afirma.
— Não vou negar que ela me atraiu, mas eu tenho a Chloe.
— A sem sal que você não gosta? — Os dois nunca se deram bem, Chloe diz que o meu primo é má influência, porque ele sempre me arrasta para as baladas e nunca a convida.
(...)
Não vou negar que depois que eu cheguei em casa, fui direto stalker o insta da Bella, e por incrível que pareça eu me encantei por ela, mas algo me chamou atenção, tem um tal de Charles que curte todas as suas fotos e ainda comenta com “coração”, é claro que eu também vou olhar o insta dele. Bost4! É privado, nesse momento o meu celular toca, olho no visor e é a Chloe, mas eu ignoro a sua ligação.
— Droga! — Grito e jogo o meu celular em cima da minha cama.
— O que foi meu regazzo? — A minha mãe pergunta assim que entra no meu quarto.
— A Chloe. — A minha mãe sabia sobre ela.
— Você contou á ela, sobre o casamento? — ela pergunta e se senta ao meu lado.
— Não, eu não quero magoá-la.
— Mas sabe que quanto mais demorar, pior vai ser.
— Eu sei mamma. — Dorg4!
— No final de semana, é a sua festa de noivado.
— Mais já? — o meço a andar de um lado para o outro, pois eu não esperava por aquela notícia, pelo menos não tão rápido.
— Sim, o seu papa quer que esse casamento aconteça assim que a Bella completar 18 anos.
— Ela ainda é de menor?
— Sim. Mas ela deve ser um amor, assim como a mãe. — Mamma tenta me confortar.
— Tudo bem Mamma.