Mônica
— Como assim? É só o Senhor me levar ao hospital mais próximo, ou chamar um médico pelo seu celular!
Falo séria assistindo ele tocar o meu tornozelo que ganhou um tom roxo misturado com verde.
— Moça da cidade grande eu não tenho celular. — Entortou o nariz. — Particularmente não suporto, muito menos tenho um fixo.
Disse se erguendo, vendo o quanto o homem era alto, forte, uma mistura de brutalidade masculina com o mais doce das criaturas.
— E o hospital fica na outra parte da cidade, a léguas de distância do bosque, uma viagem de dois dias, o que temos mais perto é uma veterinária para os animais de grande e pequeno porte dessa floresta. — Deu um largo sorriso fazendo-me admirá-lo excessivamente mais. — Posso cura-la eficazmente.
Cruzou os braços flexionando os músculos, recheadas de tatuagens. Comparei elas duas como montanhas altas da colina. Erguendo um braço encrespou os dedos na sua densa barba espetacularmente cuidada, me deu vontade de toca-la.
Quando estava nos seus braços roçou na minha pele, gostei da sensação da sua barba entrando em contato comigo, tanto que ri sem motivo aparente.
— Então... — Digo em fim. Lembrando que o meu aparelho celular havia descarregado no trajeto, tudo para fotografar aquele pássaro levado.
— Dei-me as chaves do seu jipe e vou por ele aqui na frente, nesse meio tempo curo esse tornozelo, já curei gazelas, lebres e coelhos daqui da reserva.
O fitei abismada.
— O quê tu comes? — Mudei de assunto, impressionada pela sua massa corporal. — Estou confusa, por acaso é vegetariano? Como faz para ter esse físico?
OPA! Acho que falei demais, vi um brilho malicioso nos seus olhos castanhos.
— A senhorita verás. Chaves do carro. Declarou com aquela voz grossa. A mão em concha.
Peguei ele do meu bolso da calça jeans e joguei na sua direção, pegou numa desenvoltura incrível.
— Adorável reflexo lenhador. — Indaguei olhando sua boca se contorcer num sorriso, mostrando os dentes brancos, alinhados e perfeitos.
— Obrigado. Onde ele está?
Expliquei exatamente a sua posição.
—Já volto. Fica a vontade. Tá? — Disse me analisando.
Retirei a máquina fotográfica do meu pescoço concordando ao me deitar no seu sofá.
— Está com frio? Se estiver pego uma manta pra você. — Falou bastante solícito.
— Não. Mais agradeço sua gentileza.
— Disponha. — Articulou animado indo buscar o carro, ao passar pela porta deixou encostada, provando que seu objetivo não era me prender na sua cabana feita de madeiras grossas, envernizadas,de boa qualidade.
Era acolhedor, dava uma sensação de lar.
Mônica, aonde você foi se meter?
Questionei a mim mesma.
Os últimos minutos com esse barbudo gigante e corpulento se desenrolava na minha memória, despertando dentro do meu interior algo a muito tempo adormecido.
E aquele bigode... hum... me deu vontade de correr os dedos ali, senti a textura igual a da barba comprida.
Seu rosto esculpido, duro, ao mesmo tempo terno, uma mistura perigosa e envolvente.
Ruben é o típico macho alfa, viril, esbanjando vitalidade masculina. Suspeito que seja bastante dominante na cama, do tipo que não permitiria a fêmea ficar por cima...montada naquela tora de homem, deixando-se guiado pelos ritmos intensos do sexo.
Pois é a minha posição favorita, e os parceiros sexuais que tive no passado não gostavam desse meu lado.
O droga! Só de vislumbrar a cena picante fico molhada... tendo um surto erótico visualizando o lenhador barbudo deslizando seu rosto lotado de t***o no meu corpo nú.
Aí...fecho os olhos sentindo aquele maravilhoso sabor dos prazeres, cruzo as minhas pernas, travando a minha v****a, soltando um gemido angustiado.
Que t***o absurda, acho que nunca me senti tão atingida dessa forma por uma figura máscula desse jeito.
Como vou passar sei lá quantos dias aqui ao lado dele?
Somos dois desconhecidos.
O cara nem têm TV!
Pra passar o tempo, talvez tenha jogo de cartas, um baralho.
Só que a atração que senti não foi única, isolada, foi unilateral, vejo em seus olhos que sentiu o mesmo, aumentando o meu alertar.
Senhor... dai-me juízo na minha vida.
Abro os olhos deslizando minhas mãos nos cabelos, olho o fogo crepitar na lareira, pensando onde vou dormir.
Será que o lenhador vai propor dormimos juntos? Assim logo de cara?
Ele não me parece um tipo que gosta de perder tempo.
Escuto o som do meu jipe, em segundos ele retorna trazendo a minha bolsa grande, pondo no tapete do meu lado.
Ainda bem que trouxe uma roupa reserva, porém esqueci idiotamente a calcinha. Garota estúpida!
— Como se sente? —Abaixou-se ficando mais ou menos na altura do meu rosto. Sua mão correu para buscar a minha, correspondi aceitado ela.
— Melhor agora que voltou. — Seu semblante se iluminou consideravelmente.
— Quer tomar banho pra relaxar?
Afastei a mão ganhando uma carranca sua.
— Por que razão quer eu relaxada, Sr. Ruben?
— Só Ruben, não precisa do Senhor. — Discorreu meio irritado.
— Tenho educação. Apenas isso. — Rebati.
Seus olhos dançaram de divertimento.
— Tudo bem. Senhorita Mônica. — Abri a boca, mas resolvi fechá-la, selando os lábios, cruzando os braços.
— O banho morno ajudará na recuperação, quer ficar livre da minha pessoa rápido?
O mirei sem saber o que dizer, seu olhar caiu direto na minha boca, molhei os lábios sentindo uma secura neles.
— Vou por a água para esquentar, depois de pronta, enquanto toma seu banho farei a janta. — Sua voz saiu séria. — Se a sua preocupação é que eu vá espiar, não se preocupe sou respeitador nunca faria nada contra a vontade de uma dama.
— Eu não quis dizer...
— Mas pensou. — Ficou de pé lentamente. — Admito que os meus pensamentos são bastantes intensos em relação a senhorita...
— Só, Mônica, sem a senhorita.
Colocou as mãos grandes na cintura observando-me intensamente.
— Como quiser... Mônica. — A voz dele saiu carregada de desejo.
Deu de ombros indo fazer o que acabará de dizer.
Fico aqui detalhando mentalmente cada movimento seu.
Que macho delicioso.