15" Envolvimentos e Consequências "

1341 Words
Lobo Na época que eu me envolvi com a Mariana, eu tinha 23 anos e ela 19. Eu tinha acabado de assumir o comando do Complexo da Maré, uma responsabilidade que meu pai, o antigo chefe, estava passando para mim. Para comemorar, ele organizou um baile, e foi lá que conheci a Mariana. Quando bati os olhos nela, me interessei imediatamente. Ela era linda demais, com cabelos cacheados, pele bronzeada e um olhar inocente. Mandei um dos caras chamar ela e suas amigas para o camarote. Me aproximei e comecei a puxar conversa. Ela era difícil, mas como estava bebendo bastante, ficou mais fácil. Não forcei nada, tá ligado? No dia seguinte, ela mesma disse que sabia o que estava fazendo e que não se arrependeu de nada. Nós acabamos transando naquela noite, e ela dormiu comigo. Na semana seguinte, eu tinha uma missão fora do país para resolver com meu pai. Fui avisado em cima da hora e não tive tempo de falar com ela. Mandei várias cartas de lá, já que não podia usar celular para não comprometer a missão. Ela não respondeu a nenhuma delas. Fiquei fora por dois meses. Quando voltei, fui atrás dela no morro onde ela morava, na Cidade de Deus. Foi complicado ir lá, já que era um morro inimigo. Então, mandei um dos vapores no meu lugar. Disseram que ela tinha se mudado para o Complexo do Alemão. Como era um morro aliado, foi fácil entrar e procurá-la. Quando a encontrei, ela não queria conversar e pediu para eu ir embora e nunca mais voltar. Fiz o que ela pediu, mas não deixei de ficar de olho nela. Todos esses anos, eu estava lá, vigiando de longe.Quando soube que ela estava grávida e prestes a dar à luz, fiquei bolado. Ela estava grávida de outro cara. Decidi seguir em frente, mas não totalmente. Eu ainda queria saber dela, mas segui minha vida. Tive um caso com uma mulher, e ela acabou engravidando de uma menina, Isabella Alencar Bueno, minha princesa. Hoje, ela tem 17 anos.Infelizmente, a mãe dela morreu nas mãos de inimigos meus. Cuidei da minha filha sozinho. Ela é a pessoa mais doce que já conheci, muito educada. Faço de tudo por ela, tudo mesmo. Águia Lobo tinha contado toda a história para nós três: eu, Gb, e o Lc, que estava meio perdido. Na hora que ele falou do dia que foi atrás da Tia Mari no meu morro, eu já saquei que ela sabia da gravidez e também que ele era bandido e preferiu se manter longe para o bem das duas. Lc_ E você sabe como ela descobriu que você era bandido? Lobo_ Eu contei em uma das muitas cartas que mandei. Falei toda a verdade para ela, pô! — falou, e eu neguei com a cabeça. Águia_Como você pode confiar tanto em uma pessoa que você só viu uma vez na vida? Você é maluco, e se ela tivesse contado para o polícia? Lobo_ Sei lá, pô. Eu era novo, não tinha muita consciência das coisas do crime, e algo dentro de mim estava me dizendo que eu podia acreditar nela Rebeca_A Malu já vai receber alta, Águia. Você pode levar ela para casa? — falou vindo na nossa direção, e eu concordei. Lobo_ E quem é essa Malu? Sua mulher, Águia? — perguntou rindo, e eu neguei. Lc_ Ainda não, mas em breve sim! _ disse rindo enquanto me olhava Águia_Não viaja Lc. Lobo, queria te convidar para almoçar lá em casa amanhã, pode ser? — ele me olhou estranho. Lobo_ Qual o motivo? Tú nunca me chama assim do nada! — cruzou os braços me olhando. Águia_ Quero que tú conheça uma pessoa muito importante e quero saber mais da Mariana! Rebeca_O quê? Quer saber de quem? — tinha me esquecido dela ali, agora ferrou, mina fofoqueira do c*****o. Gb_ Longa história, gatinha. Vamos embora, no caminho te explico! — falou, e ela concordou relutante, mas foi saindo com ele. Lobo_ Quem é essa pessoa que você quer que eu conheça? É tua mina, a Malu? — concordei rindo. Águia_Não é minha mina, mas é ela que quero que tú conheça! Lobo_ Beleza, amanhã tô colando na tua casa. Fé pra tú aí, e manda um oi pra tua futura mulher! — saiu rindo, e eu fui para o quarto onde a Malu estava. Chegando lá, vi o LC deitado na cama com ela, e eles estavam abraçados. Não queria admitir, mas não gostei de ver aquela cena. Sei que eles são como irmãos, mas não gostei de ver eles tão juntos assim. Águia_ Atrapalho? — falei sério cruzando os braços e me encostando no batente da porta. Lc_Que isso, chefinho. Fica suave. Ela é só minha irmãzinha, pô. Não quero nada com esse gnomo não! — falou bagunçando o cabelo dela. Águia_Bora, Maria Luiza, pra casa. Tú vai dormir lá em casa hoje, beleza! — falei, e ela me olhou levantando. Malu_ Por qual motivo? Você ia ficar comigo lá em casa hoje._ me olhou curiosa Águia_ Mudanças de planos. Vamos passar lá na sua casa para você pegar algumas roupas. E vamos para a minha casa, tenho que te apresentar uma pessoa, amanhã.— estendi minha mão para ela pegar. Ela pegou na minha mão e eu saí puxando ela até onde minha moto estava. Fomos até a casa dela, para ela pegar algumas roupas, e depois fomos para a minha. Nunca tinha trazido nenhuma mulher aqui, e Malu foi a primeira. A casa sempre foi meu refúgio, um espaço intocado pelos relacionamentos passageiros que tive. Mas com ela foi diferente desde o início. Desde que nos conhecemos, senti uma conexão que nunca experimentei antes. Malu tem uma presença que preenche o ambiente, uma energia que me deixa à vontade e ao mesmo tempo inquieto, como se algo novo estivesse sempre prestes a acontecer. Ela tem um jeito descontraído e natural, uma confiança silenciosa que a distingue das outras. Quando entrou pela porta e se jogou no sofá, parecia que sempre pertenceu a esse lugar. E isso me desarmou completamente. O que me atrai nela não é só a aparência física – embora seja linda – mas algo mais profundo. É o jeito que ela ri das minhas piadas, mesmo as sem graça, a forma como seus olhos brilham quando fala sobre algo que ama, e a maneira como seu toque, mesmo o mais casual, parece elétrico. Não é sobre o sexo, porque, até agora, não chegamos a esse ponto. É sobre a sensação de estar ao lado dela, a tranquilidade que sua presença traz, misturada com uma excitação constante. É como se Malu tivesse desbloqueado uma parte de mim que eu nem sabia que existia. De todas as outras mulheres com quem já fiquei, ela é a única que me faz questionar, que me faz querer mais, que me faz sentir que talvez, só talvez, eu possa ser alguém diferente ao lado dela. E isso é assustador e maravilhoso ao mesmo tempo. Águia_ Vai tomar um banho, Maria Luiza. Tu tá fedendo a hospital, pô. Vai lá que vou pedir alguma coisa pra gente comer. — falei batendo na barriga dela. Malu_ Eu tô morta, Guilherme. Hospital cansa, sabia? — falou levantando a cabeça e me olhando. Águia_ Quem manda ficar desmaiando à toa? Toda fresca você também! — falei, e ela mostrou o dedo do meio. Malu_Nem vou falar nada, tá periquito? — falou brincando, e eu fechei a cara na hora._ A Maluzinha aqui está indo tomar banho! — piscou. Águia: — Brinca muito, Maria Luiza. Brinca muito! — falei passando a mão na cabeça. Malu_A brincadeira que eu queria brincar não tô podendo no momento. Preciso da sua ajuda pra executar! — mordeu o lábio superior. Já senti meu amigo dar sinal de vida. Me aproximei dela, segurei sua nuca com uma mão enquanto a outra segurava sua cintura com certa força. Águia_ Não brinca com fogo se você não sabe apagar o incêndio! — falei em seu ouvido.
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