16" Laços e Segredos "

1670 Words
Maria Luiza Malu_ Sei manusear bem o extintor! — falei olhando nos olhos dele, desafiando-o. Águia_ Safada! — murmurou antes de tomar meus lábios em um beijo quente e cheio de desejo. Passei meus braços em volta de seu pescoço, aprofundando o beijo, enquanto ele colocava uma mão na minha cintura e a outra na minha nuca, apertando levemente. O beijo estava esquentando, mas fomos interrompidos pelo LC que entrou de repente, nos assustando. Com o susto, acabei empurrando o Águia no sofá. Passei meus braços em volta de seu pescoço, aprofundando o beijo com uma intensidade que fazia meu coração bater mais rápido. Senti o calor da pele dele, enquanto suas mãos deslizavam com firmeza. Uma de suas mãos envolveu minha cintura, segurando-me com uma mistura de força e ternura, enquanto a outra subiu até a minha nuca, apertando levemente, enviando arrepios por toda a minha coluna. O beijo ficou mais urgente, cada movimento, cada toque, carregado de um desejo palpável. Nossos corpos estavam tão próximos que eu podia sentir o ritmo acelerado de sua respiração, misturando-se à minha. A tensão entre nós crescia, e o ambiente ao nosso redor parecia desaparecer, existindo apenas nós dois naquele momento. O calor do beijo fazia minha pele arder e meus sentidos se aguçarem. De repente, a porta se abriu com um estrondo, e LC entrou sem avisar. O barulho nos pegou de surpresa, e a invasão abrupta quebrou o encanto. No susto, instintivamente empurrei o Águia com força, fazendo-o cair desajeitadamente no sofá. LC_ Eita! Foi m*l aí empatar a f**a de vocês, mas como você não atende o celular, vim avisar. O Lobo ligou dizendo que amanhã não vai conseguir vir, aí pediu pra avisar que vai vir jantar aqui hoje! — falou pro Águia, e eu já olhei pra ele assustada. Malu_ Espera aí! Lobo? É o mesmo Lobo que eu tô pensando ou eu tô ficando maluca? — perguntei olhando para Guilherme. Águia_ Malu, tú acabou de sair do hospital, relaxa aí garota. E sim, é o Lobo, o cara que tua mãe teve um caso anos atrás. Malu_ Por qual motivo ele tá aqui? — perguntei já sentindo meu coração disparar. Não sou burra. Sei muito bem o que está passando na cabeça do Guilherme. A tensão em seu olhar, as conversas meio ditas e o jeito como ele observa cada movimento meu não me passam despercebidos. Há dias percebo que ele tem algo a mais em mente, uma desconfiança que está corroendo seus pensamentos. E sei exatamente o que é: ele acha que esse tal de Lobo é meu pai. Todas as pequenas pistas que ele soltou ao longo do tempo, os comentários sobre o passado de minha mãe e as ligações que ele fez, cada peça do quebra-cabeça começou a se encaixar. Guilherme nunca foi de dar ponto sem nó, e seu interesse repentino em trazer o Lobo para perto, para um jantar, não pode ser mera coincidência. Ele está buscando respostas, assim como eu. Desde que vi aquela foto da minha mãe deitada em uma cama, parecendo estar em um quarto simples e sombrio, a esperança de que ela estivesse viva cresceu em mim. A ideia de que ela pudesse ter algum vínculo com o Lobo, alguém tão próximo do Águia, só aumenta minha ansiedade e curiosidade. A possibilidade de que ele seja meu pai biológico está começando a fazer sentido, apesar de ser uma ideia perturbadora. Águia_Malu! — falou baixo, chegando perto de mim e segurando minhas mãos. — O motivo de eu chamar o Lobo aqui é importante e é do seu interesse. Malu_É sobre minha mãe, não é?! — perguntei já sentindo um nó na garganta. Eu tinha um pouquinho de fé de que minha mãe estivesse viva. E depois que vi a foto que me mandaram dela deitada em uma cama, parecia estar em um quarto. Isso só me deu mais esperanças. Águia_ É sobre isso e outro assunto. Vai tomar um banho, eu vou preparar a janta. — falou, e eu olhei pra ele segurando o riso. Malu_ Você sabe cozinhar desde quando? Águia_Qual foi ? O pai aqui sabe fazer de tudo um pouco! — se gabou. Malu_Sei, estou indo tomar meu banho. Onde fica o banheiro? Águia_ Subindo as escadas, segunda porta à direita é meu quarto. Pode tomar banho lá. Malu_ Acho melhor não, Águia!_falei, um pouco sem graça Águia_Relaxa, pô. E também é a única porta destrancada lá em cima. Pode ir, fica suave! — falou, e eu concordei, subindo as escadas e deixando o Águia com o LC. Fui até o quarto onde ele disse, e assim que entrei, o aroma familiar me envolveu imediatamente. O cheiro do perfume dele, uma fragrância amadeirada com um toque de especiarias, misturava-se ao inconfundível odor da maconha, criando uma assinatura olfativa única que já fazia parte do seu ambiente. O quarto era surpreendentemente arrumado, com cada coisa em seu lugar, o que contrastava com a imagem caótica que eu tinha do Guilherme. O espaço era amplo, com paredes pintadas em tons neutros que transmitiam uma sensação de calma. A cama enorme, com lençóis impecavelmente esticados, ocupava o centro do quarto, convidativa e majestosa. A cabeceira era de madeira escura, combinando com os móveis do ambiente, que incluíam uma cômoda robusta e um guarda-roupa espaçoso. Havia um grande tapete felpudo ao lado da cama, que dava um toque acolhedor ao ambiente. No canto, uma poltrona confortável estava posicionada ao lado de uma luminária de pé, criando um espaço perfeito para leitura ou simplesmente relaxar. As janelas, cobertas por cortinas pesadas, deixavam entrar uma luz suave que iluminava o quarto de maneira indireta. O quarto estava decorado com alguns detalhes pessoais que chamaram minha atenção. Em uma prateleira acima da cômoda, havia várias fotografias emolduradas. Algumas mostravam Guilherme em momentos de descontração com amigos, outras ele estava com o fuzil na mão. Uma guitarra encostada em um canto sugeria que ele tinha um lado musical que eu desconhecia. Na verdade, toda a casa era enorme e bem decorada, com um estilo que combinava modernidade e conforto. O piso de madeira polida brilhava sob a luz suave, e as paredes eram adornadas com obras de arte contemporâneas que eu nunca imaginaria que ele apreciasse. Não consigo entender como ele mora aqui sozinho, em um espaço que claramente tem espaço para mais vida e mais histórias. Tirei minha mochila das costas e fui separar uma roupa para vestir depois do banho. Escolhi um vestido midi vermelho com uma f***a frontal e uma havaiana branca para os pés. Entrei no banheiro, onde encontrei tudo impecavelmente organizado. Toalhas limpas estavam dispostas em um armário, e os produtos de higiene pessoal de Guilherme estavam arrumados de maneira quase meticulosa. Despi-me e entrei no chuveiro, deixando a água quente lavar não apenas o cansaço físico, mas também a tensão emocional que eu carregava. Usei o shampoo e o sabonete de Guilherme, que tinham o mesmo cheiro familiar que preenchia o quarto. A sensação era ao mesmo tempo reconfortante e intimista, como se eu estivesse descobrindo um novo lado dele a cada momento. Ao terminar, enrolei uma toalha ao redor do corpo e outra no cabelo, absorvendo o último resquício de umidade. Saí do banheiro e voltei ao quarto, onde encontrei Guilherme sentado na ponta da cama, mexendo no celular. Ele levantou o olhar quando me viu, um sorriso brincando em seus lábios enquanto me olhava de cima a baixo. Malu_ Pode me dar licença? — perguntei, tentando esconder a timidez sob seu olhar intenso. Águia_Vim só te perguntar se tu gosta de strogonoff de frango ou de carne — falou, sem desviar os olhos de mim. Malu_De frango. Já vou descer para te ajudar — respondi, tentando manter a compostura_Vai ficar me olhando assim? — questionei, sentindo o rosto esquentar. Águia_Só estou imaginando como você fica sem essa toalha! — disse, provocando, enquanto um sorriso de lado surgia em seu rosto. Malu_ Para de gracinha, Águia. Me dá licença, preciso trocar de roupa! — falei, tentando não rir, enquanto ele se levantava rindo e saía do quarto, me deixando sozinha para me vestir. Fui até a porta e tranquei a mesma. Passei meus cremes, coloquei a lingerie vermelha que escolhi e vesti um vestido midi com f***a frontal vermelho. Coloquei uma Havaiana branca nos pés, já que eu estava em casa. Penteei meu cabelo, deixando-o secar naturalmente, já que não tinha secador ali. Passei um hidratante no rosto e, por fim, um perfume. Coloquei as toalhas pra secar e desci as escadas, indo até a cozinha. Quando entrei, vi o Guilherme de costas, cortando alguns maracujás. Fui até ele e o abracei por trás. Malu_ Quer ajuda, gatinho? — falei, e ele me olhou por cima do ombro. Águia_ Tá cheirosa! — falou rindo de lado, e pqp, aquele sorriso me desmonta todinha. Malu_Sempre, né? Vai lá tomar seu banho, eu termino aqui! — ele concordou, indo lavar as mãos. Águia_Não vou demorar. Só falta o arroz secar e colocar o creme de leite no strogonoff. — me deu um beijo rápido e foi tomar banho. O arroz já tinha secado e o strogonoff estava pronto. Eu estava colocando gelo no suco de maracujá quando ouvi alguém bater no portão. Fui abrir. Dei de cara com um homem mais velho, forte, com algumas tatuagens no braço. Tenho certeza que já vi ele em algum lugar. Assim que ele me viu, ficou paralisado. Fiquei olhando pra ele, analisando seu rosto, e acabei lembrando quem ele era. Malu_ Você é o...— fui interrompida. Águia_Lobo! — veio até a porta e fez um toque com o homem à minha frente. Assim como eu, ele não tirava os olhos de mim. Eu tava sentindo uma coisa estranha, um frio pelo corpo, meu coração disparado. Lobo_ E aí, Águia! Não vai me apresentar a moça? Águia_ Vou, pô. Essa é a Maria Luiza, a garota que te falei lá no hospital. Malu, esse é o Lobo, meu segundo pai!
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