24" Recomeços e conflito"

1497 Words
Três Semanas Depois... Maria Luiza Três semanas se passaram e foram as melhores da minha vida, a maior parte dela, estou passando a maior parte do meu tempo na casa do meu pai. Apesar das brigas constantes entre ele e minha mãe, que no fundo, acredito que isso vai virar um relacionamento e tanto. Parte disso é por finalmente ter a chance de conhecê-lo melhor e, principalmente, conhecer minha irmã. Ela é um doce, e o LC, parece que se afeiçoou tanto a ela quanto eu. Rebeca, continua se enrolando com o Gb. Esses dois se amam, mas parecem ter um medo absurdo de admitir isso. É um drama contínuo que, sinceramente, às vezes me irrita. Já no que diz respeito ao Águia, minha relação com ele mudou drasticamente. Desde que minha mãe pediu desculpas a ele na minha frente, ele tem me evitado completamente. Em qualquer lugar que estou, ele sai. Tentei falar com ele duas vezes, mas ele me ignorou totalmente. Decidi que não vou mais correr atrás de quem não se importa comigo. Já fiz isso antes e não deu certo. Uma nova pessoa que quero muito que vocês conheçam é a Letícia. Ela se mudou para o morro há duas semanas, e eu e a Rebeca fomos as primeiras a conversar com ela. Letícia é uma figura incrível, tão doida quanto a Rebeca, e, além de uma nova amiga, também trouxe uma nova oportunidade de emprego para mim. A mãe dela tem um salão de beleza no asfalto, e eu, que sempre sonhei em trabalhar com nail design, consegui um emprego lá. Melhor ainda, a mãe da Letícia está pensando em abrir um salão no morro, o que vai facilitar muito minha vida. [...] Terminei de fazer as unhas da minha última cliente do dia quando a Rebeca entrou no salão. Ela estava visivelmente exausta, com o uniforme de trabalho amassado e o cabelo todo bagunçado. Rebeca— Estou morta! — ela se jogou no sofá. Malu— Prontinho, amiga! — finalizei a unha da cliente e me levantei. Giovanna— Arrasou de novo, Malu. Muito obrigada, querida! — disse Giovanna, a cliente, indo até o caixa para pagar. Rebeca, imitando meu tom de voz, debochou: Rebeca- Prontinho, amiga! Malu— Não começa com ciúmes uma hora dessas, e que cara é essa, hein? Rebeca— Aquele emprego está acabando comigo, Malu. Não aguento mais. Meu chefe é um escroto, chato pra caramba, um filho da p**a! Malu— Já te falei para parar de trabalhar lá e vir trabalhar aqui. A Vanessa está precisando de uma cabeleireira, e você sabe mexer com cabelo. Você já trabalhou com isso antes. Rebeca— Anos atrás, né, Malu. Acho que nem sei fazer uma progressiva direito. Malu— Claro que sabe. Você faz em mim! — falei, levantando-me. — Vou falar com a Vanessa que já terminei aqui. Me espera! Avisei Vanessa que tinha terminado e ela me passou os horários de amanhã. Peguei minhas coisas no armário e fui ao banheiro trocar de roupa. Estava cheia de pó pelo corpo e precisava urgentemente de um banho. Quando saí, Rebeca estava conversando com o segurança. Malu—Deixa o Gb ver uma coisa dessas, ele mata vocês dois! — falei, chegando perto. Rebeca_ Nem me fala desse i****a. Estou com ódio da cara dele, Malu. — Rebeca e eu começamos a caminhar em direção ao morro, que não era tão longe. Malu— Brigaram de novo, Rebeca? Meu Deus, se resolvam logo para casarem e terem um filho. Quero meu sobrinho logo! — falei, e ela se benzeu, me fazendo rir. Rebeca— Vira essa boca para lá. Você vai ter filho antes de mim ainda. Malu— Só se for com o invi, né? Não estou transando com ninguém. Rebeca- Você e o Águia não se resolveram até hoje? — neguei com a cabeça. — Depois fala de mim! Malu— Meu caso é diferente. Minha mãe mandou ele ficar longe. Já você e o Gb é só frescura. Rebeca— Uma s*******m o que a tia Mari fez, mas enfim, amanhã vai ter pagodinho no bar do Jucá. Você vai, né? Malu— Claro, não perco um pagodinho por nada na vida! Rebeca— É isso aí, Maluzinha. Você está voltando a ser aquela Malu de antes. É assim que eu gosto! — me abraçou de lado. Quando estávamos passando pela barreira, vi o Águia descendo o morro com o Gb e o Lc. Ele estava de bermuda, a camisa jogada no ombro, o fuzil atravessado nas costas, e, como sempre, um baseado entre os dedos. Eles estavam conversando e rindo, mas assim que ele me viu, fechou o sorriso e desviou o olhar. Lc, ao me ver, gritou e veio na minha direção, me abraçando. Lc— E aí, gnomo, como foi o dia de trabalho hoje? — beijou o topo da minha cabeça. Malu— Cansativo! Rebeca— O meu também, Lucas. Muito obrigado por perguntar! — debochou Rebeca. Lc— Nem te vi aí, sua chata. E aí, vocês vão colar no pagodinho amanhã? — confirmamos. Gb e Águia ficaram do outro lado da rua, observando de longe. Adoro um desaforo, então fui até o Gb para cumprimentá-lo. Malu— E aí, feioso. Tá desumilde, hein? Nem cumprimenta as amizades mais. — falei, dando um abraço nele. Gb— Eu só não queria chegar perto da Rebeca, pô. — revirei os olhos. Malu— É isso então. Só vim aqui dar um oi. Vou meter o pé. — dei outro abraço nele e fui até onde Rebeca estava conversando com Lc. Fiz questão de nem olhar para a cara do Águia. Acho essa situação toda uma palhaçada, e quem está ficando com raiva sou eu. Malu— Vamos logo, Rebeca. Estou morrendo de calor, quero tomar um banho gelado e comer alguma coisa. Lc— Vou mandar uma parada para você comer lá na sua casa. Fica no aguardo! — Lc me abraçou e voltou para os meninos. Malu— Lc é um amor, né, amiga? Por que não fica com ele? — perguntou Rebeca. Malu— Ele é da minha irmãzinha. O Gb também é um amorzinho. Por que você não fica com ele? — devolvi suas palavras com sarcasmo, e ela me mostrou o dedo do meio. Rebeca— Você não é Ave Maria, mas está cheia de graça, né? Rebeca pegou o rumo dela e eu peguei o meu. Assim que cheguei em casa, dei de cara com minha mãe e meu pai se agarrando no meio da sala. Eles se assustaram com minha presença e minha mãe jogou meu pai no sofá. Tive um déjà vu. Malu— Desculpa, não queria atrapalhar! — sorri sem graça. — Não sabia que o senhor estava aqui. — fui até meu pai e o abracei. Lobo— Eu vim te ver, mas sua mãe disse que você ainda não tinha chegado do trabalho, então fiquei esperando. — meu pai explicou. Malu— Pelo menos ficou ocupado com alguma coisa. — olhei para minha mãe sorrindo. Mariana— Para de gracinha, Maria Luiza. Vai tomar seu banho! — minha mãe tacou uma almofada em mim. Fui até meu quarto, deixei minha mochila em cima da cama, peguei minha toalha e fui ao banheiro tomar um banho. Meu cabelo estava cheio de pó, então tive que lavar. Quando terminei, troquei de roupa, coloquei meu pijama, penteei meu cabelo, passei hidratante no corpo e usei o body splash que comprei, do qual estou simplesmente viciada. Escutei a voz do Lucas e corri para ver o que ele tinha trago para comer, já que estava morrendo de fome. Na sala, vi cinco caixas de pizza na mesa de centro e duas cocas. Malu— Trouxe comida para um batalhão? — me sentei no sofá. Lc—Os meninos estão chegando aí! — Lc respondeu, e eu o olhei, entendendo o que queria saber. — Ele também — falou baixo. Malu— Já posso começar a comer? — olhei para ele, que negou com a cabeça. Mariana— Você e o Águia se resolveram, Malu? — minha mãe perguntou, curiosa, assim como meu pai. Malu— Não, a senhora fez questão de mandar ele ficar longe, não foi?_debochei Mariana— Eu falei para ele que tinha dito aquilo porque estava nervosa. Ele está distante de você porque quer, ué! — deu de ombros. Malu— Depois da senhora encher a cabeça dele de minhoca, né? Você disse que era o melhor para mim. Que diferença faz ele longe? Meu pai é traficante também, e dono de morro. — falei irritada. Lc— Isso é verdade, não fez diferença nenhuma! — Lc riu. Mariana— Eu já disse que falei aquilo porque estava nervosa. — minha mãe repetiu. Lobo— Vou aproveitar que ele está vindo e vou conversar com ele sobre isso. Talvez ajude. — meu pai falou dando de ombros e eu concordei.
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