43" Preparativos e reflexões "

1663 Words
Águia O plano para o roubo estava detalhadamente elaborado, resultado de semanas, se não meses, de trabalho meticuloso. O alvo era um dos edifícios mais sofisticados e tecnologicamente avançados do Rio de Janeiro, uma verdadeira fortaleza. Eu havia passado incontáveis horas revisando e refinando cada aspecto da operação. Desde a estrutura do prédio até os sistemas de segurança, nada foi deixado ao acaso. A meta era ambiciosa: sair de lá com uma quantia colossal, na ordem de bilhões de reais. Era uma chance única e eu não poderia permitir que nada falhasse. Para garantir a perfeição da missão, convoquei meu mano Jp, um especialista renomado em tecnologia e segurança. Ele era o cérebro por trás da análise dos sistemas de segurança do prédio. Jp conseguiu acessar dados cruciais e identificar pontos fracos que seriam essenciais para nossa operação. Enquanto ele cuidava da parte tecnológica, eu selecionei a dedo os melhores homens para a missão. Cada um deles era um especialista em uma área específica, e eu sabia que só trabalhando em conjunto poderíamos alcançar o sucesso. Cada etapa do plano foi revisada e testada várias vezes. O nível de preparação era tão alto que a margem para erros era praticamente inexistente. Marquei a reunião final para hoje, ansioso para reunir a equipe e garantir que todos estivessem na mesma página. A reunião ocorreu em um local discreto, longe dos olhares curiosos. A sala estava equipada com um grande quadro branco, onde eu desenhei um diagrama detalhado do prédio e do plano de infiltração. Expliquei cada passo da operação com precisão, detalhando as responsabilidades individuais e a coordenação entre os membros da equipe. Reforcei a importância da comunicação e do cumprimento rigoroso dos procedimentos. Cada m****o tinha uma função específica, desde a infiltração até a retirada do dinheiro, e qualquer falha poderia comprometer o sucesso da missão. Após a reunião, uma nova preocupação surgiu: eu precisaria ficar afastado do morro por alguns meses após o roubo. Para manter a ordem e garantir que nada fugisse do controle enquanto eu estivesse fora, já havia solicitado a ajuda do Lc e do Lobo. Eles eram conhecidos por sua capacidade de manter a paz e a segurança em áreas problemáticas, e eu confiava plenamente neles para manter a estabilidade. Ainda não tinha discutido os detalhes da operação com Maria Luiza. Por isso, planejei visitá-la à noite. Queria passar o máximo de tempo possível com ela antes do dia do roubo, que estava marcado para a madrugada de sábado. Estar com ela me dava um alívio temporário da tensão que eu sentia, mas também aumentava minha apreensão. Normalmente, eu lidava bem com a pressão das missões, mas esta era diferente. A presença de Maria Luiza na minha vida trouxe novas emoções e preocupações. Eu não costumava me preocupar com nada, vivia minha vida sem pensar no amanhã. Mas agora, com Maria Luiza, a situação era diferente. Maria Luiza tinha um impacto profundo sobre mim. Ela mexia com minha mente e corpo de maneiras que eu nunca havia experimentado. A sensação de sua pele quente e macia contra a minha, o toque dela, era como uma droga. Cada encontro com ela me fazia querer mais, e eu não conseguia mais ficar longe dela. A intensidade dos meus sentimentos era tão forte que questionava minha capacidade de manter minha fachada fria e calculista. Eu nunca fui bom em demonstrar meus sentimentos. Cresci com uma proteção emocional, desenvolvida a partir de um trauma profundo. Meu pai, ou o que eu prefiro chamar de pai, era o responsável por isso. Não sei se posso realmente chamá-lo de pai. O que fiz com ele foi uma pequena parte do que ele merecia. A verdadeira dor foi a que ele causou à minha mãe. Eu deveria ter feito ele sofrer mais, ter feito ele implorar por misericórdia, assim como minha mãe fez enquanto ele a matava diante de mim. Sua crueldade me privou do amor e do carinho que uma mãe pode oferecer. Mariana me criou após a morte de minha mãe, mas nunca foi a mesma coisa. O ódio e a raiva que carregava, alimentados pela visão do assassinato de minha mãe, moldaram minha vida. Cresci com uma sede de vingança e um desejo insaciável de justiça. Minha criação foi marcada pelo desejo de retribuição e pelo sangue nos olhos. Depois da reunião, fui receber a carga que estava para chegar – armamento pesado e de alta qualidade. Era essencial que tudo estivesse em perfeito estado para a missão. O Gb havia providenciado as roupas adequadas para a equipe. Não podíamos nos dar ao luxo de errar no dia do roubo; era vital que estivessemos uniformizados e preparados para qualquer eventualidade. Eu queria que todos usassem a mesma roupa para evitar confusões e, ao mesmo tempo, as máscaras seriam a única forma de identificar cada um. Se alguém cometesse um erro, eu queria saber exatamente quem era o responsável. Recebi a carga e, com a ajuda da equipe, organizamos tudo meticulosamente. As armas foram inspecionadas e distribuídas, e as roupas foram ajustadas para garantir que estivessem perfeitas. Após esses preparativos, ainda tinha questões a resolver na boca. Era um dia agitado, mas cada tarefa era essencial para garantir que tudo estivesse sob controle. À medida que o dia avançava, a pressão aumentava, mas também me motivava. Estava determinado a garantir que nada saísse do plano. Cada detalhe precisava estar perfeitamente ajustado, e eu estava pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse. O plano estava pronto e a missão estava se aproximando. O sucesso dependia de nossa preparação, nossa coordenação e da precisão com que executássemos cada etapa. A ansiedade misturada com a determinação era a força que me impulsionava para frente. O futuro estava prestes a ser definido, e eu estava pronto para enfrentar o que viesse. Maria Luiza Finalmente cheguei em casa, exausta. O dia havia sido longo e desgastante; a dor de cabeça pulsava e meus músculos pareciam implorar por um descanso. m*l consegui arrastar meus pés até o quarto. Larguei minhas coisas no chão, sem me importar com a bagunça, e me joguei na cama com um suspiro de alívio. O descanso que eu esperava o dia todo finalmente havia chegado. Alguns minutos depois, ouvi uma batida suave na porta do quarto. Murmurei um "entra" sem muita força, completamente imersa na minha fadiga. A porta se abriu e, apesar de estar tão cansada, eu não consegui me mexer para olhar quem estava entrando. A sensação de estar deitada na cama era simplesmente boa demais. Então, uma voz conhecida soou, trazendo um misto de surpresa e conforto. Isabella _ Achei que ia me receber com mais alegria, irmãzinha! _ a voz de Isabella chegou até meus ouvidos, suave e reconfortante. Surpresa e com um leve esforço, eu levantei e fui até a entrada do quarto. Em um movimento rápido, me joguei em seus braços, envolvida pela sensação acolhedora do seu abraço. Embora não tivéssemos um convívio constante, havia algo em Isabella que me fazia sentir como se a conhecesse há muito tempo. Nossa personalidade parecia tão semelhante; ela era tão meiga e delicada, como uma lisianthus, e sua voz tinha um tom suave que sempre me acalmava. Malu _ Estava com saudades de você! _ falei, enquanto me afastava para olhar em seus olhos. Isabella _ Eu também estava com saudades _ respondeu Isabella, com um sorriso carinhoso. _ Custei a fazer o papai deixar eu vir aqui te ver. Ele é super protetor comigo, tem medo do que pode me acontecer. Malu _ Claro, meu amor _ concordei, entendendo a preocupação do nosso pai . _ Você é filha de um dos maiores traficantes do Rio. Ele tem muitos inimigos. Imagina o que eles fariam se tivessem a chance de te tocar?! Isabella _ Mas você também é filha dele, Malu. E ele nunca te proíbe de nada! _ Isabella respondeu, um pouco triste. Malu _ É verdade _ disse, com um tom de reflexão. _ Quase ninguém sabe disso. É uma descoberta recente, e eu tenho certeza de que ele faria o mesmo se as pessoas soubessem que ele é meu pai. Observei Isabella com um olhar pensativo, e parecia que ela estava começando a entender a complexidade da situação. Para mudar o foco da conversa, perguntei: Malu _ E a relação entre você e o Lc? Como está? Isabella parecia um pouco hesitante, mas sorriu de forma genuína. Isabella _ Não sei dizer ao certo o que está rolando entre nós dois, mas gosto muito disso _ respondeu, com um brilho nos olhos. Malu _ Que bom que você está feliz — eu disse, sentindo um calor no coração. _ Lucas é a melhor pessoa do mundo. Eu gosto muito dele, ele é como um irmão para mim. Isabella me olhou com um leve deboche, o que me fez rir. Malu _ Não precisa ficar com ciúmes, amo você ainda mais _ garanti. Isabella percebeu que eu estava realmente cansada e disse com preocupação: Isabella _ Sua cara está péssima. Vai tomar um banho quente para relaxar um pouco. Você está com uma carinha de cansada. Malu _ Estou exausta _ admiti, com um sorriso cansado. _ Preciso mesmo de um banho, e depois de me jogar na cama. Isabella _ Então vai lá tomar seu banho _ disse Isabella, animada. _ Vou preparar alguma coisa para comermos e assistir a um filmezinho! Malu _ Tudo bem _ concordei. _ Mas não te garanto que vou conseguir ficar acordada o filme inteiro. Meus olhos estão super pesados pelo sono. Enquanto eu me dirigia para o banheiro, a promessa de uma noite tranquila e o calor reconfortante da companhia de Isabella me deram um pequeno impulso de energia. Sabia que, apesar do cansaço, a presença dela e a perspectiva de uma noite agradável ajudariam a recuperar minhas forças. Isabella sempre teve uma maneira especial de tornar tudo mais suportável, e eu estava ansiosa para desfrutar desse momento com ela.

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