CAPITULO 46

1164 Words
Helena estava de volta ao seu apartamento em São Paulo, dividido com a sua amiga, Lucia. O final de semana em Paraty com Bruno tinha sido incrível, mas terminou com eles se separando e isso a deixava melancólica. Ela não conseguia conter as lágrimas que escorriam pelo seu rosto enquanto pensava em Bruno. Ela estava deitada no sofá da sala, com os olhos inchados de tanto chorar. Lucia, sua amiga de longa data, sentou-se ao lado dela e começou a acariciar seus cabelos. "Eu sei que você está sofrendo, Helena. Mas lembre-se, essa decisão é a melhor para ambos." Helena soluçou e olhou para Lucia. "Eu sei, Lucia, mas isso não torna mais fácil. Eu o amo tanto, e agora estamos separados." Lucia suspirou e abraçou Helena com força. "Às vezes, tomar decisões difíceis é a coisa certa a fazer, mesmo que doa. Você precisa dar tempo a si mesma para curar. E lembre-se de que estou aqui para você, sempre." As duas amigas ficaram em silêncio por um tempo, Helena se acalmando gradualmente. Finalmente, ela se afastou de Lucia e enxugou as lágrimas. "Você está certa, Lucia. Eu preciso seguir em frente." Lucia sorriu solidária. "Isso mesmo. E talvez seja hora de você reconsiderar a sua relação com a sua mãe e o seu irmão. Eles são sua família, Helena." Helena abaixou a cabeça, pensativa. Ela tinha se afastado da mãe e do irmão depois de toda a confusão em torno do casamento com Leandro. Mas agora, ela estava começando a perceber que talvez fosse hora de reconstruir essas relações. "Você está certa, Lucia. Eu deveria pelo menos tentar." Lucia assentiu. "E sobre o trabalho, pensa só. Não foi boa a notícia que a empresa quer você?" Helena deu um pequeno sorriso. "Foi uma ótima notícia, Lucia. Eles querem que eu faça parte como advogada do escritório." Lucia ficou empolgada. "Você merece muito. Agora, pelo menos uma preocupação foi resolvida." Helena assentiu. "Sim, isso é um alívio. E talvez seja uma oportunidade para construir uma vida aqui em São Paulo, mesmo sem Bruno." Lucia continuou a acariciar os cabelos de Helena. " Às vezes, a vida nos coloca em situações difíceis e nos obriga a tomar decisões difíceis. Mas lembre-se de que você é forte, e este é apenas um capítulo da sua história." Helena sentou-se lentamente no sofá, olhando em volta do apartamento que compartilhava com Lucia. Ela percebeu o quanto sua vida havia mudado nos últimos anos. Ela havia se afastado de sua família, escapado de um casamento que não desejava e encontrado o amor em Paraty com Bruno, apenas para perdê-lo devido às circunstâncias. "Lucia, eu só queria que minha vida fosse mais simples", murmurou Helena. Lucia a abraçou com carinho. "A vida raramente é simples, Helena. Mas é a complexidade dela que nos faz crescer, aprender e encontrar nosso caminho." Enquanto as duas amigas conversavam, Helena começou a perceber que, apesar da dor da separação de Bruno, ela ainda tinha um futuro pela frente. Ela precisava enfrentar seus desafios pessoais e profissionais, reconstruir seus relacionamentos com sua família e, quem sabe, eventualmente encontrar o amor novamente. *** Bruno estava sozinho no táxi, observando as casas da cidade passarem pela janela enquanto se afastavam do terminal de ônibus. Sua mente estava uma bagunça de pensamentos e emoções após a dolorosa despedida de Helena. Ele tentou focar em sua respiração, mas a tristeza era avassaladora. Finalmente, o táxi parou em frente à casa onde Bruno morava com seus pais, Nilton e Loreta. Ele pagou o motorista e saiu do carro, sentindo um nó se formar em sua garganta. Tudo parecia vazio e silencioso, como se o mundo tivesse perdido a cor após a partida de Helena. Ao entrar em casa, Bruno encontrou seus pais sentados à mesa da cozinha tomando café. Nilton olhou para o filho e percebeu imediatamente a tristeza em seus olhos. "Onde está Helena, filho?" Nilton perguntou com preocupação. Bruno suspirou profundamente antes de responder. "Ela foi embora, pai. Pegou um ônibus de volta para São Paulo." Loreta, sua mãe, franziu a testa. "Já? Mas nós m*l a vimos." Bruno concordou com a cabeça, incapaz de conter suas próprias lágrimas. "Eu sei, mãe. Eu não esperava que fosse acontecer tão rápido. Porém, foi bom, pois a gente terminou." Nilton se levantou da mesa e se aproximou de seu filho, colocando uma mão em seu ombro. "Sentimos muito, Bruno. Sabemos o quanto você gostava dela." Bruno olhou para o pai com gratidão. "Eu a amo, pai. Mais do que posso expressar." Loreta, com os olhos cheios de compreensão, disse suavemente: "O amor pode ser a coisa mais bonita e dolorosa do mundo, filho." Bruno assentiu, sentindo o aperto em seu peito. "Eu sei disso agora, mãe." Nilton o abraçou, e Bruno deixou-se afundar no calor e na segurança do abraço de seu pai. Por um momento, ele se sentiu como um menino novamente, buscando conforto em seu pai sempre que as coisas ficavam difíceis. Nilton afastou-se e olhou para o filho com seriedade. "Bruno, às vezes, o amor nos leva a caminhos que não esperávamos. E, embora pareça impossível agora, há algo de belo na forma como o amor pode mudar nossas vidas." Bruno limpou as lágrimas dos olhos e olhou para o pai com curiosidade. "O que você quer dizer, pai?" Nilton sorriu com tristeza. "Quero dizer que o amor não é apenas sobre estar com alguém. Às vezes, é sobre aprender com essa pessoa, crescer, e se tornar uma versão melhor de si mesmo. O amor pode ser uma jornada que nos leva a lugares inesperados e nem sempre com a pessoa que a gente ama." Bruno refletiu sobre as palavras de seu pai. "Então, você acha que isso é um sinal de que não era para ser?" Nilton balançou a cabeça. "Não posso dizer com certeza, filho. Apenas o tempo dirá. Mas, independentemente do que aconteça, lembre-se de que o amor que você compartilhou com Helena foi real e valioso. E ele sempre fará parte de você." Loreta se juntou à conversa, apoiando seu marido. "E você é uma pessoa incrível, Bruno. Não se subestime. Você tem muito amor para dar, e tenho certeza de que o destino ainda tem surpresas reservadas para você." Bruno sorriu para seus pais, sentindo-se grato por seu apoio. "Obrigado, pai, mãe. Eu vou tentar manter a cabeça erguida e seguir em frente." Nilton colocou a mão no peito do filho com carinho. "Essa é a atitude certa, Bruno. Lembre-se de que sempre estaremos aqui para você, não importa o que aconteça." Com o apoio amoroso de seus pais, Bruno começou a se dar conta de que o amor não é apenas sobre estar com alguém, mas também sobre aprender e crescer com a experiência, mesmo que isso signifique enfrentar a dor da separação. Ele estava determinado a continuar sua jornada, confiante de que o amor ainda o aguardava no futuro, em formas que ele talvez não pudesse prever naquele momento.
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