Helena e Bruno retornaram à casa dos pais de Bruno, Loreta e Nilton, depois da emocionante notícia sobre a gravidez. Enquanto caminhavam pelo corredor em direção à sala de estar, Helena se sentia radiante e ansiosa para compartilhar a grande novidade com seus sogros.
Ao entrarem na sala, encontraram Loreta e Nilton sentados juntos, conversando animadamente. Helena percebeu que Loreta estava em um dos seus dias de maior clareza, o que deixava o momento ainda mais especial. Nilton, por outro lado, estava claramente preocupado, pensando que algo de r**m poderia ter acontecido com o casal.
Nilton, com a voz carregada de preocupação, perguntou: "Onde vocês estavam? Aconteceu alguma coisa?"
Bruno e Helena se entreolharam, compartilhando um sorriso. Era hora de contar a novidade. Bruno se aproximou de Nilton e colocou a mão no ombro do pai, dizendo com um brilho nos olhos: "Pai, a boa notícia é que nada de r**m aconteceu. Pelo contrário, algo maravilhoso aconteceu."
Nilton olhou com expectativa para Bruno, e Helena juntou-se a eles, uma mão sobre sua própria barriga, como se quisesse enfatizar a mensagem. Com um sorriso que não podia ser contido, Helena anunciou: "Estamos grávidos."
A expressão de Nilton mudou de preocupação para uma alegria incrível e surpresa. Ele se levantou abruptamente e abraçou Bruno, batendo nas costas do filho com entusiasmo. "Isso é maravilhoso, meu garoto! Parabéns, vocês vão ser pais!"
Helena também se sentiu emocionada com a reação de Nilton. Ela então se aproximou de Loreta, que estava observando a cena com um sorriso gentil. Helena sentou-se ao lado dela e, com carinho, disse: "Loreta, tenho uma grande notícia. Estamos grávidos."
Loreta olhou para Helena, seus olhos brilhando de maneira afetuosa. Ela sorriu e assentiu, como se estivesse totalmente ciente do que estava acontecendo. "Você está radiante, minha querida."
Helena se sentiu tocada pela resposta de Loreta e pela calma da mulher naquele momento. Ela se inclinou um pouco mais perto de Loreta e sussurrou: "Estou muito feliz, Loreta."
Loreta passou a mão em sua própria barriga, como se estivesse compartilhando um segredo com Helena. Ela então sussurrou de volta: "Eu também, minha querida."
Helena entrou no mundo de Loreta, compreendendo que ela estava em um dos seus momentos de crise do Alzheimer. Ela respeitou a alegria de sua sogra e perguntou, "Você também está grávida?"
Loreta assentiu com entusiasmo. "Sim, também estou."
Helena abraçou Loreta com carinho e disse, "Parabéns."
Loreta olhou para Helena com ternura e perguntou, "Você já sabe o s**o do bebê?"
Helena sorriu e respondeu, "Ainda não, mamãe. Vamos descobrir daqui a um mês. E você já sabe o s**o do seu bebê?"
Loreta riu suavemente e acariciou sua própria barriga, como se estivesse contando um segredo. Ela disse: "Ainda não sei, mas já tenho nomes em mente."
Curiosa, Helena perguntou: "Quais nomes você pensou?"
Loreta sorriu e revelou com um olhar brilhante nos olhos: "Se for um menino, eu o chamaria de Bruno. E se for uma menina, Isabel."
Helena ficou encantada com os nomes. Ela abraçou Loreta com carinho e respondeu: "Esses são nomes muito bonitos, Loreta."
Loreta parecia satisfeita com a reação de Helena. Depois, deu um sorriso terno e sugeriu: "Se você tiver uma menina, querida, pode ficar com o nome Isabel."
Helena ficou comovida com a generosidade de Loreta e abraçou-a com carinho. "Obrigada, Loreta. Isabel é um nome adorável."
Loreta sorriu com satisfação, como se tivesse feito uma boa ação. A conversa entre elas foi um momento especial de conexão entre Helena e sua sogra, mesmo que fosse breve, devido à natureza variável do Alzheimer de Loreta.
O clima na sala era de felicidade e amor. Bruno se aproximou de Helena e acariciou a barriga dela com gentileza, pensando em todas as bênçãos que estavam por vir.
***
Helena deixou Bruno e seus pais na sala, onde a conversa sobre a notícia da gravidez continuava animada. Ela sentiu a necessidade de compartilhar essa notícia com sua própria família, especialmente com sua mãe, Regina. Era um momento significativo, a chegada de um neto, e Helena queria que sua mãe fizesse parte disso.
Ela foi até a varanda, pegou seu telefone e decidiu ligar para casa. As mãos de Helena tremiam ligeiramente de nervosismo e emoção enquanto discava o número de sua família. Após alguns toques, finalmente, sua mãe atendeu. No entanto, a voz do outro lado soava fria e distante.
Helena respondeu com um suspiro tenso: "Sou eu, mãe, Helena."
Houve um momento de silêncio do outro lado da linha antes de Regina responder de forma ríspida: "O que você quer?"
A pergunta direta de sua mãe pegou Helena de surpresa. Ela se sentiu momentaneamente desconcertada, mas logo recuperou a compostura e respondeu com uma pitada de ansiedade em sua voz: "Tenho uma notícia maravilhosa para dar."
A resposta de Regina foi carregada de desdém: "Finalmente caiu em si e se separou desse Bruno, é isso?"
Helena balançou a cabeça com incredulidade. Ela não podia acreditar que sua mãe ainda estava tão negativa em relação a seu casamento com Bruno. Com determinação, Helena respondeu: "Não, mãe. Na verdade, estou muito feliz com Bruno, e nossa notícia é que estou grávida."
Houve uma pausa prolongada do outro lado da linha. Regina respirou fundo, e sua voz ficou ainda mais fria quando ela finalmente respondeu: "O que raios você está fazendo da sua vida, Helena? Agora, você realmente chegou ao fundo do poço."
Helena ficou chocada com as palavras cruéis de sua mãe. Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto enquanto tentava entender como sua mãe podia reagir dessa maneira. Com uma voz embargada, ela perguntou: "Mãe, como você pode dizer isso? Não é um momento feliz para nós?"
Regina respondeu com um tom amargo: "Você está se iludindo, Helena. Uma criança vai atrapalhar ainda mais suas chances de seguir com sua carreira de advogada. Você está destruindo sua própria vida."
Helena tentou argumentar: "Mãe, eu continuo sendo advogada. Posso conciliar minha carreira com a maternidade. Muitas mulheres fazem isso."
Regina disse de forma dura: "Não finja que isso é uma conquista, Helena. Você está jogando fora suas oportunidades, sua juventude, tudo por causa desse homem."
A dor que Helena sentia era profunda. Ela não conseguia entender como sua mãe podia ser tão insensível e negativa em um momento tão especial. Helena tentou uma última vez: "Mãe, por favor, apenas me apoie. Isso é importante para mim."
Regina não mostrou nenhum sinal de compreensão ou empatia. Em vez disso, ela respondeu com frieza: "Se essa era a notícia maravilhosa que você tinha para dar, então foi melhor nem ter ligado."
Ela desligou o telefone abruptamente, deixando Helena chocada e chorando na varanda. A mistura de emoções dentro dela era avassaladora. Ela se sentia feliz por seu bebê, mas também estava magoada e decepcionada com a falta de apoio de sua mãe. No entanto, Helena sabia que tinha o apoio amoroso de Bruno e de seus sogros, o que a ajudaria a enfrentar os desafios que viriam com a chegada do bebê.