CAPÍTULO 71
1000 Words
Em uma noite tranquila, a família de Bruno e Helena se reuniu na sala de jantar para um jantar alegre. A mesa estava posta com uma variedade de pratos saborosos, e o som de conversas animadas enchia o ar. Isabel, Antônio e Emanoel compartilhavam suas histórias do dia com a avó Loreta, que sorria e ria junto com eles. Era uma cena de calor e alegria familiar.
Bruno se levantou quando o telefone fixo da sala começou a tocar. Helena observou enquanto ele caminhava até o telefone e atendia. Seu rosto ficou sério enquanto conversava com a pessoa do outro lado da linha. Helena percebeu a mudança em sua expressão e sabia que algo importante estava acontecendo.
Bruno, levantando-se da mesa, se desculpou e seguiu para a sala de estar para atender a chamada. Quando ele ouviu a voz do advogado do outro lado da linha, uma expressão de surpresa se apoderou de seu rosto. Ele não esperava um telefonema naquele momento.
"Gustavo Nery, o advogado responsável pelo inventário, do que se trata? Está tudo bem?" Bruno indagou, sua curiosidade claramente demonstrada em sua voz.
Gustavo explicou rapidamente a razão de sua chamada. "Olá, Bruno. Sim, está tudo bem, obrigado. Só precisamos que Loreta e seu representante legal, compareçam a Cuiabá. O juiz homologou a partilha dos bens."
Bruno estava lutando para acompanhar o que o advogado estava dizendo. Aquilo era um assunto tão distante da rotina familiar que ele se sentiu desorientado por um momento. Ele então pediu para Gustavo aguardar um instante e chamou Helena, trazendo-a até o telefone.
Enquanto a família reunida na cozinha mantinha um olhar curioso sobre o que estava acontecendo, Helena pegou o telefone da mão de Bruno e cumprimentou o advogado. Com calma, Gustavo explicou a situação.
"O juiz já homologou a partilha dos bens, o que significa que o processo de partilha dos bens de Loreta foi concluído e reconhecido como válido pela justiça. Agora, ela pode usufruir de sua herança. No caso de imóveis, ela tem o direito de vender, alugar ou até mesmo doar. No caso de veículos, Loreta precisará transferir a propriedade para o nome dela."
Quando Bruno retornou à sala de jantar, Nilton o encontrou com um olhar inquisitivo. Ele o olhou e disse: "Era o advogado Gustavo Nery, responsável pelo inventário de Loreta."
Nilton, atento à conversa, perguntou: "Está tudo bem, Bruno? O que ele disse?"
Bruno respirou fundo antes de responder: "Gustavo disse que o juiz homologou a partilha dos bens da família Siqueira."
A notícia pegou todos de surpresa. Nilton franziu a testa, tentando entender o que isso significava. "Homologou a partilha? O que isso quer dizer, exatamente?"
Helena explicou: "Parece que, de acordo com Gustavo, a partilha dos bens da família Siqueira foi reconhecida pelo juiz. Isso torna a partilha válida."
Nilton olhou para Helena, perplexo. "Mas o que isso significa para Loreta e para nós?"
Helena continuou: "Isso significa que Loreta agora pode usufruir da herança da família Siqueira. No caso dos bens imóveis, ela pode vendê-los, alugá-los ou doá-los. E no caso dos veículos, ela precisará transferir a propriedade para seu nome."
A notícia provocou uma mistura de emoções na sala. Helena e Nilton trocaram olhares, enquanto Loreta parecia alheia à conversa, perdida em seus próprios pensamentos.
Helena falou com cautela: "Isso é um grande passo, Bruno. Nós precisamos considerar o que é melhor para Loreta, para todos nós."
Nilton concordou: "Sim, precisamos tomar decisões sensatas, que garantam o bem-estar da Loreta e o futuro de nossa família."
Helena disse, sua voz determinada enquanto olhava para Nilton e Loreta. "Nilton, Loreta, eu sei que isso é muito para processar, mas é importante que vocês viajem para Cuiabá o mais rápido possível para lidar com a situação."
Nilton olhou para Helena com gratidão. Ele sabia que ela estava se esforçando ao máximo para cuidar de todos os aspectos desta situação complexa. "Helena, eu não me sinto bem em viajar sozinho com Loreta, dada a sua condição."
Bruno, que estava prestando atenção na conversa, ofereceu prontamente: "Pai, você não precisa fazer isso sozinho. Eu vou com vocês."
Nilton assentiu, aliviado por não ter que enfrentar essa jornada sozinho. "Obrigado, Bruno. Significa muito para mim."
Loreta, sentada à mesa, observava a conversa com interesse, mas suas palavras eram incoerentes e desconexas, reflexo de sua batalha contínua com o Alzheimer.
Helena olhou para as crianças, Isabel, Antônio e Emanoel, que estavam terminando o jantar, alheios à seriedade da discussão dos adultos. "As crianças ainda estão em período de aula, e eu preciso cuidar da loja e da casa. Bruno, Nilton, vocês podem partir assim que estiverem prontos."
Isabel, a filha mais velha do casal, olhou para sua mãe com uma expressão curiosa, mas não disse nada. Os mais novos, Antônio e Emanoel, estavam imersos em seu próprio mundo infantil, ansiosos para terminar o jantar e continuar brincando.
Nilton agradeceu a Helena: "Obrigado, minha querida. Nós vamos cuidar disso o mais rápido possível e voltar para casa."
Bruno assentiu e disse: "Vou ligar de volta para o Gustavo e discutir mais detalhes com ele. Quero ter certeza de que estamos fazendo o que é certo."
Loreta, ainda imersa em sua própria realidade, parecia não compreender completamente a gravidade da situação. Nilton se aproximou de Loreta, acariciando seu cabelo com carinho, e murmurou: "Nós cuidaremos de você, Loreta, sempre. Vamos tomar as decisões certas para garantir que você tenha a melhor qualidade de vida possível."
Enquanto todos terminavam o jantar, a família compartilhava olhares e silêncios carregados de preocupação e determinação. Eles sabiam que o caminho à frente não seria fácil, mas enfrentariam cada desafio com amor e união, mantendo a promessa de cuidar uns dos outros, independentemente dos obstáculos que surgissem em seu caminho.
Com a mesa limpa, Helena começou a arrumar a cozinha, uma expressão de resolução e confiança em seu rosto. Enquanto isso, Nilton e Bruno começaram a fazer planos para a viagem, conversando sobre como resolver os assuntos em Cuiabá da melhor maneira possível.
- Writer
