A Vingança de Rafaela

Capítulo 7

Miguel

____ Miguel...o que houve com você? ___ Perguntou Beth.

Ela me ligou querendo que a levasse para o shopping,mas acabamos em outro lugar. Perto da praia.

Com o táxi parado,apertava o volante e encostei a cabeça nele. Cansado e derrotado.

Por falta de dá atenção,ela saiu do banco do passageiro, abrindo a porta,dando a volta e acabou se sentado do meu lado.

Escondi o meu rosto, virando para o outro lado.

____ Miguel...o que ti aflige?! Estou preocupada contigo. Você...

____ Eu não presto é isso! Se soubesse o quê fiz! Não estaria sentada ai do meu lado. ____ Queria tanto vê-la. Sentia falta de somente ver o seu lindo rosto. Minha morena de olhos verdes...

Senti o toque feminino e me encolhi, afastando-me dela.

____ Por favor... não me toque. ____ Virei o rosto para a única amiga que eu tinha.

____ Deus...seus olhos estão muito vermelhos,andou chorando a noite toda? Me diz... Miguel...o que aconteceu com você...

____ Não importa,todo o meu sofrimento é pouco comparado ao dela. ___ Tentei me recompor, arrumando a blusa que estava para fora da calça. Olhei no espelho retrovisor a cara de acabado que eu me encontrava.

Faz duas noites que eu não dormia,e já começava a fazer efeito,ao dirigir as pálpebras quase se fecharam.

Quando recoloquei o cinto,Beth se assustou com algo, pegando a minha mão ferida. O corte estava bem feio.

Puxei a mão de volta com raiva,era o meu castigo.

____ Miguel. Vamos agora mesmo para o hospital! Precisa de pontos,essa ferida está muito aberta...vai infeccionar. ____ Seu tom preocupado não me abalou.

____ Coloque o cinto,Beth. Vou ti levar para casa, já que não para de falar...

____ Seu tosco! ____ Ficou furiosa e colocou o cinto, emburrada cruzou os braços.

Suspirou pesadamente e dei partida no meu táxi. Passávamos na principal quando ela jogou os braços no volante, fazendo-me freia bruscamente o veículo.

____ Merda! Que nos mata!? ____ A olhei raivosa. Mas Beth sorriu travessamente.

____ Olhe para o outro lado! ____ Olhei e vi um hospital. Voltei a mira-la. ____ Eu não disse que precisava de pontos? Deixa-me cuidar um pouco de ti, Miguel. ____ Seus olhos transmitiam tantos sentimentos que fiquei mexido.

____ Tudo bem... ___ Obedi.

Sai de dentro do carro,e logo ela saiu do outro lado. Andamos juntos em direção ao prédio hospitalar.

Rapidamente entramos e fomos logo atendido.

Sentado na maca,o enfermeiro aplicou uma solução antibacteriana.

Beth se escolheu de nervoso.

____ Não sentiu arder? ____ Quis saber ela. De pé na porta da enfermaria.

____ Não! E não quero anestesia! ____ Informei ao enfermeiro,que somente concordou. ____ Começou a enfiar a agulha grossa na palma da minha, suturava ela. Eu não sentia nada.

Nenhuma dor seria pior do que perde-la.

Enquanto o profissional de saúde fazia o seu trabalho,eu pensava no que o meu amigo Marco disse...o problema seria chegar nela.

Então bolei uma estratégia perfeita...

Mas tarde...a noite...

"Pode aparecer na janela?" ( Mandei uma mensagem para a Rafaela)

Fiquei feliz que não havia me bloqueado...

"Não quero ti ver nem pintado de ouro! Esqueça que um dia passei na sua vida! Adeus!"

" Impossível esquece-lá. Por favor me perdoa e aparece na janela, preciso ti ver..."(Meu coração batia freneticamente)

" Deveria ter pensando antes de acabar com a minha vida..."

"Se não aparecer vou bater a sua porta e irei.... pedir a sua mão em casamento para o seu pai agora mesmo..."(Ameaçei)

Mirava fixamente o segundo andar da sua casa. Mas precisamente a janela do seu quarto.

No mesmo instante deu o ar da sua graça,puxando as cortinas da janela cheia de raiva. Seu olhar era de puro desprezo.

Meu coração quase parou ao vê-la. Eu a amava muito e faria qualquer coisa para me redimir.

Rafaela cruzou os braços no peito esperando...

Sério, guardei o celular no bolso da calça.

A sua rua era deserta e calma,perfeita para a minha demonstração de amor...

Andei até ao meu táxi,abri o porta malas e de lá retirei dois galões de gasolina. Fechei o porta malas deixando um galão em cima dele.

Com o outro levantei para que ela podesse ver, quando reparou o que era ficou tensa, descruzando os braços ,suas mãos agarraram o beiral da sua janela.

Sem perder mais tempo joguei o líquido amarelo em todas as partes do meu querido táxi. Terminando um galão, peguei o outro fazendo o mesmo gesto.

Rafaela Sussurrou..." não Miguel"

Mesmo assim continue e dessa vez além de jogar mais gasolina em cima do automóvel,fiz um trilha no chão.

Terminando joguei os galões no mato.

Me distanciei do táxi, peguei um caixinha de fósforo, peguei dois palitos e risquei,olhando para o fogo e a minha Rafaela. Sussurei olhando dentro daqueles olhos verdes apreesivos... "Te amo"

E joguei o fósforo no chão que rapidamente pegou fogo,a corrente se alastrou até ao carro,o fogo consumia o meu táxi. Eu sorria de braços cruzados.

Estava me livrando de algo de muito valor sentimental pra mim.

Quis mostrá-la que ela era muito mais importante do que qualquer coisa, objeto e até mesmo...mas valiosa do que a minha própria vida.

____ Te amoooo Rafaelaaaa!!! ____ Gritei acordando os vizinhos,eles acenderam as luzes da suas casas,na mesma hora o fogo tomou uma grande proporção de uma forte e intensa labareda,bem alta e teve uma leve explosão.

Me afastei,se escondendo num corredor de muros altos,vendo-os que saíram das suas casas, tentando apagar o incêndio que causei,ficaram assustados... porém não descansaram até a chama abaixar e ai foi que avistei a dama dos meus sonhos.

Rafaela estava na rua...procurando-me. Sua irmã mais nova me viu e avisou a ela.

Quando mirou-me nos olhos...eu podia ver que me perdoaria...seus olhinhos verdes transbordavam lágrimas,e sua feição de antes...como olhava-me antes...estava lá... Rafaela ainda me amava.

Meus olhos se encheram de lágrimas e sorri para a minha amada e ela me sorriu de volta...

Sua irmã puxou o seu robe,todavia não praravamos de nos encarar...minha nossa como eu amo essa morena.

Desistindo de chamar a sua atenção,resolveu vim na minha direção, Rafaela a segurou pelo braço e seu pai gritou para que as duas entrassem de volta para casa.

Toquei dois dedos trêmulos nos meus lábios e depois mostrei a ela,era o nosso símbolo quando não podíamos nos comunicar, quando seu pai estava perto.

Antes dela entrar,ela fez pra mim o símbolo do nosso amor escondido.

Fechei os olhos sentindo lá no fundo que ainda tínhamos como dar certo.

Sorri para mim mesmo... saindo dali com o recomeço das nossas histórias nas minhas mãos...