Capítulo 4

1045 Words
Larissa narrando Uma semana se passou, depois da minha chegada ao Rio. Acordei um pouco deslocada, tanto tempo dormindo em minha cama de casal. Vai ser difícil se acostumar . - Bom dia.- Luísa chegou quase gritando no quarto. - Que boa forma de me acordar. - falei ainda com voz de sono. - Vamos levanta, come algo que vamos na casa da minha mãe. - Ah tá bom, vou me arrumar. Eu de certa forma estava feliz, agora sim eu sei que teria uma família. Minha tia e minha prima por parte de mãe. Porque meu pai? Nunca me amou, não sei por qual motivo. Me levantei , tomei um banho no pequeno banheiro do apartamento e vesti uma calça jeans preta com uma blusa branca, e um tênis. Teria que me habitar com as roupas que o povo usava no Rio de Janeiro. Comi uma fruta, café e bolo e estava satisfeita. - Vamos! - Disse à Luísa que estava mexendo no celular. - Bora. Tirei meu celular do carregador, coloquei dinheiro na bolsa e saímos. Pegamos o ônibus, e logo chegamos na casa de titia que não era longe do apartamento de Luísa. - Minha sobrinha. - Titia me abraçou docemente. Ela continuava linda, com os grandes cabelos loiros , aparência jovem e gentil como sempre. Ela me lembrava da minha mãe. - Tia que saudades. - dei um beijo nela. - Eu também você está linda Larissa. Nem parece aquela menina. - É. - sorri. - Infelizmente eu cresci. - Ei? Só tem amor pra Larissa é? - Luísa fez biquinho. - Deixa de ciúmes filha , vem cá.- minha tia disse a envolvendo num abraço. Ficamos conversando sobre coisas aleatórias, vários assuntos pra colocar em dia. - Mãe , foi bom te ver mas temos que ir. Tenho que trabalhar, beijos. - Lu disse. - Tchau tia. - a abracei. Pegamos um uber , Luísa foi pro trabalho e eu fiquei em casa. Fazendo nada, as vezes mexia no celular , outras prestava atenção em um filme monótono que passava na tv e rezando mentalmente pra conseguir esquecer a droga do meu passado . Resolvi limpar a casa, parece que Luísa não limpava aquele apartamento a anos eu em... Comecei passando pano na sala, limpando os móveis , e depois colocando as cortinas na máquina de lavar. Depois limpei parte por parte a cozinha , os quartos e área de serviço. Quando acabei estava esgotada, mas isso não era nada que eu não fazia lá na minha antiga casa. Eu era praticamente a "cinderela" e Melissa a madrasta má. - Querida cheguei. - Luísa cantarolou. - Ah meu Deus , menos. - revirei os olhos e sorri. - A gente têm que ir pra um lugarzinho hoje.. - Que lugar? - É tipo assim, é um lugar assim... - Fala logo coisa! - á é super legal e tals.. - Ei pera aí. - a interrompi. - Eu vim de BH mas lá também têm reportagens tá ok? Eu sei que esse lugar aí é uma verdadeira guerra. - Deixa de agonia Lari, eu já fui lá mil vezes. Não é nada disso, só vamos a uma festa e voltamos. - Não vou. - Você vai sim, por favorzinho prima. - Já falei que não, tenho medo. - Lari.- fez birra. Pensando bem... Uma festa não ia fazer m*l. Eu sempre quis sair , ser livre e agora que eu posso fazer isso tô me prendendo. Como isso? - Vamos! - Disse meio receiosa. Vesti um vestidinho rosa, por sinal o mais curto que eu tinha e calcei um salto preto de Luísa. Fiz cachos no meu enorme cabelo loiro e Lu fez uma maquiagem em mim. Nossa eu estava irreconhecível, nem parecia aquela mesma menina que veio triste de Belo Horizonte , abandona e totalmente frustada. Talvez era isso que eu tinha que fazer , dar a volta por cima , me arrumar , mostrar pra mim mesma que eu posso sim ser feliz sem ele! - Bora , o táxi já está na porta. Luísa estava linda, com um shorts jeans curto mas sem ser vulgar, uma blusa de renda e um salto. Entramos no táxi e eu só rezava pra nada nos acontecer nessa comunidade, nunca se sabe o que se passa na mente desses bandidos. - Chegamos. - Luísa disse com um sorriso no rosto. - Eu estou com medo! - Ah Larissa, chega de medo né? Quem sabe a gente arruma um boy. - Pera gata! Tu não têm namorado? - Do verbo passado " tinha " . Terminamos hoje , e também quero que ele se f**a. - Eu em. - sai do carro com aquele salto , eu estava totalmente desconfortável . Paramos na entrada do tal morro, e os homens que faziam a guarda pareciam que iam nos comer com os olhos. Eles liberaram nossa entrada , parece que Luísa já era conhecida por aqui. - Aqueles caras eram sinistros.- sussurrei no ouvido dela enquanto desciamos o morro. - Você que tá com medo. - Ah normal, pra uma caipira que m*l saia de casa! - falei em tom irônico. - Calma, já estamos chegando. Andamos mais um pouco depois de ser assediadas por vários caras idiotas, e até que enfim chegamos nessa merda de baile. Luísa entrou, e eu entrei ao seu lado. Estava lotado, parecia umas feiras que tinham lá na minha cidade. Mulheres totalmente vulgares, se jogando em homens com armas , outros usando drogas. Mas em que diabos de lugar eu fui me meter?! - Luísa eu quero ir embora. - falei baixinho. - Quê ? Tá louca , eu só saio daqui amanhã. - Ah meu Deus... Nos sentamos numa mesa, e Luísa logo trouxe algumas bebidas. De início recusei , mas logo depois aceitei , já estava ali mesmo... Fiquei sentada só escutando a música enquanto minha prima se acabava de dançar , percebi olhares pra mim. Mas o pior todos , era do carinha que parecia estar em um camarote , ele não tirava o olho de mim um sequer segundo. Ele era lindo não vou mentir, todo tatuado, seus cabelos lisos , seu olhar marcante.. Como Luísa diz , um pedaço de m*l caminho.
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