Pode Confiar.

1548 Words
Acordo de manhã assustada com uma sirene escandalosa em meus ouvidos, uma gritaria para todos os lados, sons e tiros que pareciam anunciar uma guerra. Fico um tempo paralisada tentando entender o que estava acontecendo, e logo depois meu irmão arromba a porta do quarto me fazendo da um um grito desesperada e um salto da cama. - Elle, temos que sair daqui agora, vem._ não dá nem tempo de dizer nada, ele segura meu braço forte, quase me arrastando quarto a fora. Nos corredores, nós nos escondemos dos tiros, e das coisas se quebrando a o nosso redor. Ele me leva pra uma parte da casa que eu nunca tinha visto antes, e me deixa ainda mais assustada que antes. - Pelo amor de Deus Marcos, o que está acontecendo caramba?_ falo já chorando_ cadê meu pai? cadê minha mãe?_ pergunto desesperadamente suplicando por respostas. - Eu vou voltar pra busca eles Elle, agora você precisa entra nesse quarto, não sai daqui até eu vim te buscar, não faz nenhum barulho, e Elle._ ele chama me fazendo presta mais atenção_ eu amo você irmãzinha, desculpa por isso, é tudo culpa minha, mas eu vou consertar tudo, pode confiar em mim._ ele fala e eu pulo nos braços dele e o abraço muito forte, como se nossas vidas dependesse daquele abraço. - Eu te amo, toma cuidado e volta logo, por favor._ ele balança a cabeça e sai. Fico ali no escuro preocupada e com muito medo do que estava acontecendo lá fora, meu corpo parece está em convulsão de tanto que eu tremo, os pelos do meu corpo estão todos arrepiados, meu coração parece querer sair pela boca. Os seguranças da casa estão lá fora trocando tiro com a máfia, e parece uma guerra sem fim. E se eles não forem o suficiente? E se a máfia mata todos nós? Não meu Deus, isso não pode acontecer. A demora é tanta que eu já começo a pensar no pior. Começo a chorar desesperadamente e nada do Marcos voltar. Minutos depois, começo a ouvir passos do lado de fora do cômodo e o alívio percorrer meu corpo como uma onda de eletricidade. Graças a Deus, ele voltou. A porta do quarto abre bruscamente, revelando um homem enorme encapuzado e armado. - Achei ela._ ele grita pra alguém do lado de fora e então vem em minha direção me segurando pelos braços. - Me solta, me solta._ fico me debatendo e tentando me libertar de seus braços, mas ele me arrasta até a sala e quando eu chego lá, me desespero ainda mais com a cena que vejo. Ao redor da sala, tem uns 30 homens encapuzados posicionados em fileira e suas armas nas mãos. Meus olhos varrem todo o local, e eu não consigo acreditar no que eles vêem a seguir. O corpo do meu irmão, perfurado por vários buracos de tiro, completamente ensanguentado no chão frio da sala. Meu peito gela na mesma hora, e a única coisa que consigo escutar são os batimentos acelerado do meu coração em meus ouvidos. Me desespero é quase palpável, minha respiração fica presa na garganta, e não consigo mais sentir minha perna. Eu me sinto completamente dormente. Olho para o lado e vejo meu pai chorando abaixado no chão, segurando minha mãe desmaiada nós seus braços, e um cara apontando a arma pra cabeça dele. Um grito estrondoso, que vem de dentro da minha alma e parece fazer a casa inteira se mover, vem em minha garganta. - NÃOO, NÃOOO, MARCOS? POR FAVOR. NÃO, ACORDA MARCOS ACORDA._ choro e grito desesperada me debatendo e o cara não me larga. - Filha, por favor fica calma, não faça nada, filha._ meu pai pede chorando sem forças, com uma das mãos levantadas em minha direção. Eu só consigo presta atenção o corpo do meu irmão sem vida de bruços em minha frente. Ele podia ter todos os defeitos do mundo, mas ele não merecia uma coisa dessas, ele era um homem bom, era meu irmão, e eu amo tanto. Meu coração está em mil pedaços, só quero o abraçar e fazê-lo levantar dali. - Só me deixa ir até ele, por favor eu te imploro._ peço olhando pro cara que me tem em seus braços, e ele me solta. Sem perder tempo, eu saio correndo em direção ao corpo de Marcos, viro o de frente e começo a chorar mais ainda_ por quê? Meus Deus por quê? Não precisava disso, eu sei que você ia mudar, eu sei._ abraço ele e choro muito, minha mãe acorda desesperada gritando o nome dele, e eu vou até ela tentando acalma-la. Quando ela vê minha roupa toda suja de sangue, ela fica mais desesperada que antes. - Não meu Deus, não, minha filha não, eu não vou aguentar, filha._ seguro o rosto dela e tendo fazer ela olhar dentro dos meus olhos. - Mãe, mãe, fica calma, eu tô bem, calma._ abraço ela e ela começa a chorar. - Por favor, vocês já acabaram com a gente, saiam, nos deixe em paz pelo amor de Deus, vão embora._ meu pai pede abraçando nos duas devastado. Eu me aconchego encolhida nos braços dos meus pais desolada, e encarando o corpo sem vida do meu único irmão. - Ele quer ela._ o um dos homens faz sinal com a cabeça para mim, e minha mãe me abraça mais forte, quase se fundinho a mim. Meu coração acelera e eu me encolho ainda mais em seus braços. - Não._ ela diz me apertando desesperada. - O que? Não. Vocês não vão levá-la, já mataram o meu filho, deixam ela fora disso, ele já limpou a honra dele com o sangue do meu menino, não vou permitir que levem a minha filha também._ papai diz firme o encarando. - Apenas cumpro ordens, só vamos sair daqui com ela._ ele se aproxima de nós e no mesmo estante meu pai levanta ficando na nossa frente, tentando de alguma forma impedir que o homem se aproxime de nós. Minha mãe chora descontroladamente e eu tento acalmar ela, alisando seus cabelos. - Vai ficar tudo bem, vai fica tudo bem._ falo a abraçando forte tentando convencer a mim mesmo. - Saia da minha casa, se vocês levarem ela daqui, eu prometo que eu acabo com todos vocês._ meu pai rosna feito um leão encarando o homem. O capanga da máfia levanta sua mão encapada com uma luva preta, e dá um tapa no rosto do meu pai, o fazendo voar longe. - PAAAI._ grito tentando levantar, mas minha mãe me prende no lugar, tentando me proteger de alguma forma. - Ou ela vai e vocês não fazem nada, ou nos matamos ela aqui mesmo, a senhora escolhe._ o cara fala encarando minha mãe. - Por favor._ minha mãe choraminga, e é isso que ela consegue dizer em meio aos choros e soluços. Ela me abraça com toda a sua força. O homem saca a arma e aponta pra minha cabeça, e eu e minha mãe gritamos na mesma hora. Eu fecho meus olhos me preparando para o impacto. - NÃO._ meu pai grita_ ela vai, pelo amor de Deus não faça nada, ela vai com você._ ele fala se levantando. - Não Antônio, é a minha menina._ minha mãe encosta o rosto molhado no meu em forma de carinho e amor. Ela se balança me ninando, tentando passar alguma tranquilidade para mim, e encarando o homem com a arma ainda em minha cabeça. - Deixa ela ir Marta, não podemos deixar que matem nossa filha._ ele ajoelha do lado dela_ Elle, eu prometo que nós ainda vamos voltar a ser uma família de novo filha._ ele deixa as lágrimas caírem, me dá um beijo na testa e puxa minha mãe prós braços dele, mas ela me segura sem conseguir soltar_ Marta, por favor._ papai sussura cansado. - Eu te amo filha, eu te amo muito._ ela diz me soltando aos poucos e o homem me pega pelo braço. - Mãe._ eu sussuro com a mão estendida antes de ser arrastada com força, em direção a porta do jardim. A última cena que eu tenho da minha casa, é meu pai destruído segurando minha mãe chorando desolada em seus braços. O corpo do meu irmão sem vida estirado no chão da sala, que está completamente destruída por marcas de tiros, e vidros espalhados quebrado para todos os lados. No jardim, os corpos dos seguranças da casa estão por toda parte, e eu só sei chorar. O que vão fazer comigo? Por que eles me querem? Eles não já deram a lição que queria? Por quê me leva também? O homem enorme me joga dentro de um carro todo preto alto, e entra no banco do carona. Depois dele, mais três homens entra no carro, um de cada lado e um no volante. - Pra onde estão me levando?_ pergunto chorando_ por quê ele me quer? Me deixa aqui por favor, eu tenho que cuidar dos meus pais._ peço gritando desesperada. O homem do carona vira para trás, e encara o homem que está na minha esquerda. Quando os olhos deles se encontram, ele tira uma seringa do bolso do colete e injeta alguma coisa nas minhas pernas, me fazendo apagar em dois segundos.
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