Alef Ivanov
Sangue, desespero, gritos histéricos, súplicas, e ranger de dentes. Esses são os cheiros e sons que entram nas minhas narinas e ouvidos, me trazendo uma grande satisfação, pois, esse filho da p**a* teve a ousadia de tentar me roubar. Miserável*! Se enganou em meio a ganância e resolveu trair quem não devia, e não tenho pena de traidor.
-Me mata*logo..., por favor, me mata* logo! – Guilherme pede suplicando em meio ao sussurro, pois, a sua voz já está fraca de tanto gritar.
-Achou mesmo que seria fácil?..., quem decide isso sou eu. – Respondo firmemente enquanto r***o* a sua coxa com uma faca.
O sangue jorra se formando uma poça no chão, isso é uma p***a*, pois, acabei de sujar o meu sapato italiano. Me irrito mais quando ele desmaia e tenho que chamar o médico da máfia para traze-lo de volta, longos minutos depois o desgraçado* acorda e respiro fundo procurando paciência, então, decido terminar logo essa p***a*, mas, de uma forma que me satisfaz bastante.
Guilherme está sem os dedos das mãos e dos pés, sem orelhas, vários cortes pelo corpo e algumas queimaduras, perdeu alguns dentes depois da surra dos meus soldados, e algumas costelas quebradas.
-Tragam os carnívoros. – Falo para os meus soldados que olham tudo atentamente.
Em seguida, eles trazem os três pitbulls que estão há dois dias sem comer nada, fico ansioso para a cena a seguir e me apoio sobre uma pequena mesa cruzando os meus braços.
-Por favor, Ivanov..., não faz isso..., só, atira na minha cabeça. – Pede suplicando e não dou a mínima para o seu pedido.
-Isso serve como lição para todos vocês! – Falo olhando para cada um dos dez soldados que estão presentes. – Soltem-nos. – Dou a ordem e assim eles fazem.
Os cachorros correm de forma desesperada devorando o infeliz* que grita com o restante das forças que tem, pouco depois o que é ouvido, são os ossos dele estralando na boca dos cachorros, que o comem como se fosse a melhor refeição de todas.
-Limpem essa bagunça. – Dou a ordem olhando as horas no meu relógio.
Passam um pouco das onze da noite, sinto o meu corpo querendo se entregar ao cansaço, pois, estou a quase dois dias sem dormir. Tive alguns problemas com uma carga de drogas e dinheiro, um contender foi invadido por homens estúpidos que queriam se rebelar contra mim, e Guilherme foi um deles, e não é à toa que teve um fim mais que justo.
Lavo as minhas mãos em uma pequena pia que fica numa sala do escritório ao canto do galpão, busco um lenço e tento limpar uma gota de sangue do desgraçado* que caiu no meu terno. Bufo irritado, pois, ainda dá para ver e saio dali querendo ir o mais rápido possível para a minha casa. Preciso urgentemente de um banho e de algumas horas de sono, fora que, o meu mau* humor é perceptível de longe e poderia matar alguém sem motivo algum.
Passo da entrada principal do galpão e entro no meu carro depois de dar mais algumas ordens aos meus homens que estão de plantão essa noite, dou a partida dirigindo tranquilamente um pouco mais de 100/hora, e só consigo pensar no quanto preciso dormir. Vejo pelo retrovisor mais dois carros dos meus homens me dando cobertura como sempre fazem, e pouco depois chego nos portões da minha mansão e eles são abertos assim que percebem que sou eu.
Estaciono o carro na garagem e caminho em direção a entrada da minha casa, quando passo pela porta principal, vejo Andrei sentado no sofá de pernas cruzadas bebendo o meu uísque como se a casa fosse dele.
Se ele realmente não fosse meu braço direito, já teria o matado* por tamanha ousadia.
-Pensei que demoraria mais. – Diz ainda sentado no sofá depois de mais um gole da bebida.
-Estou sem paciência..., o que faz aqui? – Falo mostrando a minha irritação e retiro a parte de cima do meu terno.
-Falar com você, mas pelo visto, não é uma boa hora. – Ele sabe bem que quando estou de m*l* humor, não tenho paciência para nada que não for urgente.
-É importante? – Pergunto tomando o copo da sua mão.
-Posso esperar..., e não sei se vai conseguir dormir. – Diz rindo e fico sem entender. – Mas não esqueça de que amanhã tem uma reunião com o conselho às sete e depois um noivado de apresentação para comparecer à noite. – Suspiro imaginando o motivo dessa reunião.
-Vontade de mandar todos para casa do c*****o* - Falo me sentando no sofá ao lado dele.
-Inclusive eu? – Pergunta rindo da minha cara.
-Seria o primeiro..., e já falei para não mexer nas minhas bebidas. – Odeio quem mexe em minhas coisas.
-Me perdoe, meu querido Dom, mas não resisti..., não são fáceis e muito menos baratos, então, aqui tem à vontade. – Diz pegando a garrafa que está ao seu lado em cima da mesa de centro.
Bebemos alguns goles enquanto conversávamos e não me aguento mais, preciso de um banho e dormir o quanto antes.
-Como falei anteriormente..., não sei se vai conseguir dormir! – Diz rindo novamente e fico sem entender. – No quarto vai saber. –
Fala se levantando do sofá e abotoa os botões do seu terno. – Boa noite meu Dom, nos vemos amanhã.
Diz simplesmente saindo pela porta principal e bebo o último gole de uísque, subo as escadas indo em direção ao meu quarto, e sinto um cheiro diferente, porém conhecido, e quando acendo a luz, vejo Nathalya deitada na minha cama somente de lingerie vermelha que não cobre praticamente nada, os seus cabelos longos e soltos estão espalhados pelo colchão e quando ela me vê, se movimenta engatinhando na cama.
-Estava te esperando. – Diz de forma sensual e retiro a minha blusa social a jogando na poltrona.
-Quero que vá embora! – Falo caminhando em direção ao banheiro.
-Mas..., estou aqui a horas te esperando. – Fala saindo da cama e me segue até o banheiro.
-Não me interessa quanto tempo ficou me esperando, não lhe chamei e não mandei lhe chamarem..., agora vai embora. – Falo já impaciente.
-Nossa que m*l* humor..., posso ajudar a relaxar e... – Perco a resto de paciência que tinha e a pego pelo pescoço a pressionando na parede.
-Mandei ir embora, e não gosto de repetir as minhas ordens..., e da próxima vez que entrar no meu quarto sem a minha autorização, se prepare para perder a cabeça. – Falo firmemente e vejo medo nos seus olhos. – Entendeu p***a*? – Falo entre dentes e ela acena em positivo. – Ótimo, agora sai.
Nathalya corre saindo do quarto e ouço a porta ser fechada, retiro as minhas roupas e ligo o chuveiro sentindo a água gelada descer em meu corpo o relaxando na hora. Depois do banho, escovo os meus dentes e me visto somente de uma calça moletom. Me jogo na cama e durmo pouco depois me entregando ao cansaço.
[...]
Acordo automaticamente as seis da manhã, pois, o meu corpo já se acostumou com esse horário, não tinha como não se acostumar, passei por tantos treinamentos e missões que o meu corpo já reage tudo na hora certa. Depois de fazer as minhas higienes, saio do quarto indo em direção a cozinha já sentindo um cheiro de comida.
-Bom Sr. Ivanov, estou colocando a mesa. – Yelena diz colocando uma chaleira na mesa.
-Bom dia Yelena, não venho almoçar hoje e provavelmente nem jantar, então, depois de suas obrigações, pode tirar o resto do dia. – Falo me sentando a mesa.
-Tudo bem senhor, bom apetite. – Diz se retirando e coloco o meu chá numa xícara.
Essa casa nunca foi tão silenciosa como é hoje, é até estranho, não tive outra opção do que não se acostumar. Faz dois anos que perdi os meus pais e o meu irmão, sofremos uma emboscada no meio da noite e somente eu e minha irmã Sônia conseguimos escapar. Ver os meus pais e o meu irmão serem mortos não foi nada fácil, e naquele momento, jurei vingança em nome deles e cumpri com a minha promessa.
Cacei Kamarov em todos os lugares e o encontrei junto com seus homens dentro de um cassino clandestino, os torturei por quase uma semana e só não fiz mais, pois, não suportaram se entregando a morte. Desde então, sou o Dom da Máfia Russa e só tenho de confiança a minha irmã Sônia e o Andrei que é meu braço direito onde fez por merecer o posto.
A minha irmã tem dezessete anos e logo fará os seus dezoito, ela sente medo, pois será pressionada pelo conselho a se casar em breve, mas, confesso que não estou com cabeça para isso, a protegerei a prolongarei o máximo que puder esse dia.
Prometi a mim mesmo que farei de tudo por ela!
-Bom dia irmão! – Sônia diz se entrando na sala de jantar.
-Bom dia. – Respondo e ela me abraça de lado. -Que cara é essa? – Pergunto percebendo algumas olheiras no seu rosto.
-Só preocupada com uma amiga. – Responde com tristeza e coloca algumas gotas de café na xícara.
-Hum. – Resmungo mostrando o meu total desinteresse no assunto.
-As vezes me esqueço que você é um insensível. – Diz irritada e suspiro alto revirando os olhos.
-Tá, fala..., o que houve? – Peço sem o menor interesse, mas, não gosto de magoá-la.
-Se tem alguém que pode ajudá-la é você Alef..., a minha amiga está sofrendo, já não basta ela ser maltratada pelo pai, agora, terá que se casar obrigatoriamente com alguém que a ameaça constantemente..., ele até a agrediu com uma bofetada no rosto. – Ela conta já chorando e continua. – Você é o Dom, por favor, ajuda ela.
-Eu não posso me meter nesses assuntos, você sabe muito bem como a Máfia funciona. – Respondo a verdade, por mais que eu seja o Dom, não posso me meter nesses assuntos, fora que nem é do meu interesse.
-Então é isso que vai dizer para mim quando chegar a minha hora de se casar? – Pergunta indignada em meio as lágrimas.
-Claro que não, você é minha irmã, eu mesmo irei cuidar de cada detalhe..., eu nem conheço essa sua amiga! – Falo tentando não me irritar com ela.
-Alef..., por... – Não a deixo terminar de falar.
-Chega Sônia, assunto encerrado..., não posso fazer nada por ela. – Respondo por fim e saio da mesa a deixando sozinha.