Capítulo 2

1137 Words
Alef Depois do meu café da manhã, busco a minha pistola* e a minha carteira, e saio de casa indo ao meu carro para ir à Sede da Máfia, o conselho marcou uma reunião de urgência e já posso até imaginar sobre o que se trata o assunto. Suspiro irritado acelerando o carro, onde vejo os meus homens me seguirem, ou tentarem me acompanhar. Bom, pelo menos não tem tanto trânsito. Minutos depois, chego no prédio da Máfia que fica no centro da cidade, estaciono o carro na minha vaga e entro no prédio indo diretamente para o último andar que fica no 33°. Vejo alguns rostos familiares enquanto caminho para a sala de reuniões e apenas os cumprimento com um leve aceno de cabeça. Logo chego na sala vendo vários homens já nas suas posições, sentados à mesa, todos eles conversando e sorrindo animadamente, mas quando me veem, se calam ajeitando os seus paletós. -Bom dia a todos! – Falo tomando o meu assento. -Bom dia Dom, como tem passado? – Romam, um dos que ocupa um cargo no conselho pergunta. -Muito bem, mas duvido muito que tenham me chamado somente para saber como estou! – Respondo olhando para cada um deles. -De fato senhor, vamos direto ao assunto, pois, sabemos que não gosta de rodeios..., estamos preocupados com a nossa situação, o senhor é o único homem da linhagem Ivanov, está com trinta e dois anos, e não podemos esperar que algo de r**m* lhe aconteça..., o senhor precisa se casar, ter um herdeiro para continuar com a família no poder, e fora que, também sabemos que a sua irmã já está chegando aos dezoito anos... – Não o deixo terminar de falar. -Sei bem de tudo isso! Já andei pensando sobre o meu casamento e garanto que logo terão notícias sobre isso, enquanto a minha irmã, já tenho planos para ela..., desejam algo a mais? – Pergunto sentindo um incômodo, não quero dar oportunidades para eles tramarem algo para Sônia. -Que ótimo, estamos ansiosos por mais detalhes..., somente mais um ponto, conseguiu recuperar a carga? – Outro pergunta referindo aos homens que resolveram me roubar. -De fato..., resolvi tudo pessoalmente e os culpados já estão todos mortos. – Respondo firmemente e eles entram em outro assunto. Como imaginei, queriam me cobrar um casamento, e eu queria poder adiar isso o máximo possível. Não tenho nenhuma mulher em mente que poderia ocupar um cargo tão alto na Máfia, os nossos homens até que tem filhas na organização, mas, nenhuma vale a pena, são todas ambiciosas de nariz empinado e não tenho paciência para isso. A mulher do Dom deve ser obediente, saber o seu lugar e aprender desde cedo como as coisas funcionam. Minutos depois damos a reunião por encerrada, e antes que eu consiga sair da sala, o velho Serguei me chama. -É bom vê-lo bem, meu Dom! Se me permite dizer..., tenho uma sobrinha que já está na hora de se casar, acabou de completar os seus dezoito anos, e no momento, não tem aliança firmada..., é uma boa moça, caseira e muito bonita..., se me permitir novamente, poderia apresentá-los hoje a noite. – Diz com certo receio na voz. -Certo..., mas não garanto nada! – Respondo querendo encerrar o assunto. -Tudo bem senhor, com licença. – Ele se despede e sai indo falar com os outros homens. Saio dali em passos largos, e depois de entrar em meu carro, dirijo em direção a um dos meus bordeis. Fiquei sabendo que uma das putas* do local está dando problemas e tentou matar uma garota nova que chegou a poucos dias, se for o que estou pensando, não tolero esse tipo de comportamento. -Fala! – Atendo uma ligação de Andrei. -Bom dia chefe..., vim ao bordel assim que soube. – Diz em seguida. -Ótimo, estou a caminho. – Desligo voltando a minha atenção a estrada. Dirijo em velocidade média, e pouco depois o sinal fecha. Olho para o lado e vejo um casal sentados numa mesa do lado de fora de uma cafeteria, parecem que se amam e vejo ele deixar um beijo castro na mão da moça que sorri de forma meiga toda derretida. O amor é algo que deixa os seres humanos frágeis, idiotas* ao ponto de se tornarem vulneráveis de si mesmo, nunca amei ninguém e não tenho a mínima vontade de saber o que é isso, pois, sei que me tornaria um fraco, literalmente. Não quero saber de como é ser dependente de alguém, de querer somente uma para toda a vida. O sinal abre e volto ao meu percurso chegando ao bordel que fica mais afastado da cidade, alguns homens estão em volta do local, e quando me veem, acenam em cumprimento e faço o mesmo. Entro no local e vou diretamente ao escritório vendo Andrei sentado no sofá mexendo no seu celular. -Então, o que houve? – Pergunto tirando a parte de cima do meu terno. -Aparentemente, Mattias veio na noite passada e pediu por uma mulher diferente, a fixa dele se irritou e começou a agredir a novata hoje pela manhã, pois, se sentiu ameaçada. – Conta me deixando um pouco confuso. -Mattias? – Pergunto para saber se ouvi certo. -Isso, Mattias Baroevic. – Responde novamente e fico mais confuso ainda. -O que vai ter o noivado de apresentação hoje? – Ele acena em concordância e reviro os olhos. – E ainda sou obrigado a ir nesses eventos de merda*. – Falo, me sentando na cadeira atrás da mesa. – A novata ficou muito machucada? -Ela soube se defender bem, mas, as duas estão machucadas..., uma com o nariz quebrado, e a outra com hematomas no rosto. – Conta puxando a cadeira vazia para se sentar em frente a mesa. – Para uma novata, fiquei surpreso. -Dane-se*, não quero saber disso..., as duas receberam o aviso? – Todas elas sabem que não é tolerado brigas internas. -Sim, mas se quer uma opinião..., a novata não tem culpa por ter sido chamada – Diz dando de ombros. -Bom, pelo menos o aviso foi dado..., tem notícias da carga da Alemanha? – Pergunto abrindo a pasta de documentos. -Sim, Klaus disse que sairá essa madrugada no navio alemão..., deixei avisado que o pagamento cairá assim que recebermos e conferirmos a qualidade. – Aceno em concordância. – Como foi a reunião com o conselho. -Do jeito que já imaginava..., mas, preciso lhe fazer um pedido sobre um assunto! – Falo seriamente vendo ele confuso e surpreso ao mesmo tempo. -Nossa! Um pedido? Normalmente é sempre uma ordem. – Diz com um leve sorriso que logo se desmancha vendo a minha cara. – O assunto é sério? Me levanto da cadeira e tranco a porta para evitar que alguém nos ouça, pois, por aqui, todo o cuidado é pouco.
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