Capítulo 5

1455 Words
Alef Estou em meu escritório relendo pela terceira vez o relatório completo que Ivan me enviou, nele diz que Mattias foi morto* com três tiros na cabeça e que Dominik foi atingido com um tiro no coração por tentar defender Mattias. Vejo outras informações que são bem valiosas também. Leio que Mattias foi exposto por suas merdas*, e dentre elas, ele estava comendo uma mulher casada, o seu celular foi grampeado e encontraram mensagens dele com essa tal mulher. E o que todos acreditam, é que, ele foi morto pelo marido dela! Hoje faz três dias que tudo ocorreu, acredito que Ivan armou tudo e logo ele aparecerá para me contar em mais detalhes como tudo aconteceu. Se estou preocupado? Não sei responder com convicção, até porque é tudo muito recente e por mais que confie no trabalho de Ivan, erros podem ocorrer. -Sônia parecia mais tranquila no café hoje! – Andrei comenta depois de entrarmos em meu escritório. -Também percebi..., me sinto aliviado de certa forma. – Confesso, não estava mais aguentando vê-la triste e cabisbaixa pela casa. -Eu também..., e falando nela, eu já tomei a minha decisão. – Ele diz com convicção e faço um gesto com a mão para ele prosseguir. – Eu aceito! -Isso é sério? -Pergunto para ter uma certeza maior. – Não vou aceitar desistência Andrei, isso é assunto sério. -Estou falando sério Alef, e como você já deve saber, eu... – Corto a sua fala com um meio sorriso no rosto. -Gosta dela..., claro que eu sabia disso e a muito tempo já, por isso sugeri a proposta..., só não pensei que demoraria tanto para me dar uma resposta. – Falo negando com a cabeça e reviro os olhos. -Demorei, porque sei que ela não sente o mesmo..., e nem sei como ela reagirá quando você conversar com ela. – Diz preocupado e entendo o seu ponto de vista. -Entendo, com ela eu me resolvo..., ela vai entender, pois, não tem outra pessoa que eu confie. – Falo a verdade, garanti a ela que não a deixaria com um qualquer e é isso que estou fazendo. -Fico lisonjeado..., e... –O meu celular toca e reconheço o número que pertence a Ivan. -Poderia me dar licença? – Peço e ele acena com a cabeça e sai fechando a porta. Me levanto e vou em direção a porta a trancando, e só depois que eu atendo a ligação. -Sim! – Atendo e ouço a sua voz bem próxima. -Pensei que ele não sairia nunca... – Diz do outro lado da linha e me viro vendo a passagem ser aberta por ele. -Não sabia que viria em pleno dia, Urik. – Falo desligando e volto ao meu assento. -Melhor revezar do que ser pego..., aqui está! – Ele me entrega um envelope e abro o vendo se sentar à minha frente. No envelope, contém um relatório e algumas fotos da noite em questão, vejo nitidamente Mattias morto no chão com o crânio aberto, Dominik caído ao lado pela perfuração no peito por tentar defende-lo, e tem no total, quatro fotos em dois ângulos diferentes. -Não se preocupe, tudo foi bem feito..., a arma e balas usadas, não fazem parte da sua organização, um dia antes consegui grampear o celular dele e foi quando descobri que o filho da p**a* estava indo pra cama com uma mulher casada..., uma italiana esposa de um capo, e naquela noite em questão, depois do serviço, ele iria vê-la, e assim que o matei, enviei um torpedo de um pré-pago se passando pelo marido dela..., então, todos pensarão que foi uma vingança. – Ele conta tranquilamente enquanto limpa os seus óculos escuros com um pano. Ouço tudo atentamente e releio o relatório que condiz com tudo. -Muito bem! sabia que faria um ótimo trabalho. – Falo me levantando e vou atrás de uma estante. Lá, busco dois pacotes que contêm o restante do acordo, só faço isso de extrema urgência e não sou i****a* ao ponto de deixar essas coisas guardadas frequentemente, mas em ocasiões como essa, faço sem problemas. -O seu pai teria muito orgulho de você, pois se tornou um líder nato..., e ele sempre falava sobre querer ver o homem que se tornaria, ele mesmo me disse isso. – Ele fala seriamente, meu pai e Ivan eram muito próximos, e diversas vezes, fez serviços como esse para meu pai quando necessário. -Obrigado..., aqui está, como combinado! – Lhe entrego os dois pacotes vendo ele sorrir satisfeito. -Pra ser sincero..., gostaria muito ser chamado mais vezes, pois você é o homem que mais sabe negociar Ivanov. – Diz se levantando da cadeira. -Digo o mesmo, e confesso que não confiaria esse serviço para outro... – Falo apertando a sua mão em forma de cumprimento. -E pode ficar tranquilo..., não sei de nada, não vi nada e nunca nos vimos depois da morte dos seus pais. – Fala me correspondendo o aperto e caminha em direção a passagem. – Boa sorte Ivanov, espero nos encontrarmos em breve. Ele sai e tranco a passagem por dentro, volto a minha cadeira e começo a ver novamente as fotos, e não posso negar a satisfação que percorre o meu corpo. Ainda não fiquei sabendo da reação da Lya sobre o ocorrido, e Sônia está tentando vê-la a dois dias, mas parece que o pai a trancou em casa desde então. Me levanto depois de algumas horas, saio do meu escritório e subo as escadas indo em direção ao quarto de Sônia, bato na porta e quando ela permite a entrada, a vejo deitada olhando para o teto e me aproximo dela se sentando na ponta da cama. -Precisamos conversar. – Falo seriamente e ela se levanta ficando ao meu lado. -Por favor não..., não me diga que... – Ela já sabe do que se trata. -O conselho está no meu pé para resolver sobre o seu casamento..., e só tenho uma única opção para garantir a sua segurança. – Falo segurando a sua mão. -Você que escolheu? – Ela pergunta com os seus olhos cheios de lágrimas. -Sim, e para ser sincero..., não tem outra pessoa que eu confiaria para entrega-la em casamento. – Falo e respiro fundo, Sônia parece entender o que eu disse, mas não consegue falar uma palavra se quer. – Se casará com Andrei. Ela fica em silêncio por um tempo, sei que precisa digerir tudo. Ela se deita colocando a sua cabeça em meu colo e aliso os seus cabelos ouvindo o seu choro que quase não sai som, ela sabe que ele é a melhor escolha, e acho que por saber disso, ela ainda não tentou questionar-me. -Ele já sabe? – Pergunta um tempo depois. -Sim, conversei com ele dias atrás e hoje ele me deu a resposta que eu precisava..., e Sônia. – Faço ela me olhar e continuo. – Ele cuidará de você, não o obriguei, mas ele é a única pessoa que eu tenho certeza de que lhe protegerá, fora que, ele não tem a intenção de prende-la dentro de casa ou algo pior que já tenha escutado de outras mulheres..., ele gosta de você. – Falo vendo ela prestar atenção em tudo o que falo. -Não sei o que dizer, pelo menos não é um homem escroto e nem um velho para mim..., mas..., se já tem certeza disso..., quando será anunciado? – Pergunta enxugando as suas lágrimas. -Próxima semana..., acredito que ele virá conversar com você esses dias, então, tire as suas dúvidas pessoalmente, e saiba que sempre estarei por perto – Ela balança a cabeça concordando e me abraça. Faço companhia para ela e conversamos um pouco, Sônia é uma boa irmã, ela teme por ser mulher em nosso meio e não tiro a sua razão em querer se proteger. Muitas mulheres sofrem diariamente por culpa dos seus maridos, e não quero isso para ela, pois ela não merece sofrer. Ela já foi a eventos e presenciou coisas que acredito que a deixou temerosa. Alguns homens não deixam as suas mulheres falarem em público, muitas delas ficam presas em casa sem poder sair e não tem uma expectativa de vida, fora que, muitas vezes são agredidas por seus maridos sem motivos, são cobradas constantemente por herdeiros, e muitas vezes, são traídas da pior forma possível e que prefiro nem mencionar. Sônia já recebeu muitas e muitas ofertas de casamento desde criança, mas meu pai recusou todas, e fiz o mesmo até onde eu pude. Conheço os homens da organização e nenhum deles está a altura de ter ela como esposa, a minha irmã é uma boa mulher, é doce, meiga, quer aprender muito ainda e por mim, adiaria esse momento por muito mais tempo.
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