Capítulo 4

1428 Words
Alef A minha cabeça está um turbilhão, depois daquele “noivado de apresentação”, não consigo tirar aquela moça da cabeça. Lya, Lya Severo! Que p***a* estou fazendo? Nem a conheço, não sei absolutamente nada dela e aqui estou eu me lembrando do seu olhar tímido e amedrontado, dos seus lábios levemente carnudos, aquelas bochechas rosadas..., não sei o que pensar. Já se passaram dois dias desde aquela noite e até sonhar com ela já sonhei nessas duas noites. Estou em um estado de perdição total, fiquei sabendo que o casamento ocorrerá em cinco dias e, além disso me causar um incomodo que não entendo, vejo Sônia cabisbaixa pela casa, não a vejo sorrir desde aquela noite, ela não quer falar com quase ninguém e não sei se é uma boa hora de termos uma conversa séria. -Droga*! – Jogo o meu copo na parede vendo ele se espatifar e quebrar em milhares de pedaços. Estou no meu escritório de casa, não consegui dormir bem e os poucos minutos de descanso, foi com ela invadindo os meus sonhos, a via chorando visivelmente com dor e clamava por ajuda. Nunca me importei com isso, nunca na vida fui de me incomodar com a dor de alguém que não fosse próximo a mim, e aqui estou eu, tendo o meu sono e descanso roubados por uma moça que acabou de se tornar maior de idade e que não chega nem a altura dos meus ombros direito. Isso é loucura! Fico revivendo aqueles poucos minutos, a delicadeza dos seus passos, o único sorriso de alívio ao ver Sônia que durou pouquíssimos segundos e o seu susto de medo por ter sido praticamente arrastada por Mattias na frente de todos. Naquele momento tive a plena certeza de que se esse casamento ocorrer, ela sofrerá de uma forma absurda, Mattias sempre foi um inconsequente e nunca se importou com ninguém, nem com a própria família, quem dirá com a própria esposa. Comecei a vigia-lo de perto, ele continua indo todos os dias aos bordeis e sempre causa alguma confusão, depois de dois dias investigando pessoalmente, descobri que ele não pagava as putas* do local, bebia até não aguentar, saia sem pagar o que consumia e isso me intrigou, continuei a investigar e estou esperando um documento muito importante para tirar as minhas dúvidas. -Sim? – Meu celular toca e é Ivan. -Abra o seu e-mail..., vai gostar do que vai ver! – Ele desliga e caminho até a minha cadeira para ligar o meu notebook. Assim que o meu notebook liga, abro a minha caixa de mensagens do meu e-mail e vejo um relatório interessante. Nele, diz que Mattias adquiriu uma grande divida nos meus bordeis com mulheres e drogas, nunca me passaram nada, pois ele começou a comer* a responsável pelo local. Alguns dos meus bordeis são administrados por mulheres mais velhas que eram esposas de homens de confiança da Máfia e que morrerão em algum confronto. Foi uma forma de garantir o seu lugar na Máfia e sustento, pois tinham filhos e não seria justo ignora-las. Isso foi ideia do meu pai! Abro um leve sorriso tendo algo em mente, não posso simplesmente cobrar isso e entrega-lo ao conselho, pois eles o absorveriam de tais infrações em consideração ao pai dele que morreu salvando o meu pai uma vez. Começo a pensar em algo e chego a uma conclusão. -Foi rápido! – Diz assim que atende. -Lembra de como se chega aqui? – Pergunto sem rodeios e ele sorri ao telefone. -Como se fosse hoje, sabia que iria me chamar..., nos vemos em poucos minutos. – Diz desligando a ligação. Me sirvo de um uísque e decido fumar um charuto, fico ali em meu escritório vendo as horas passarem. Novamente Lya se faz presente em meus pensamentos, fico me lembrando de suas curvas, a sua pele delicada que deve ter um perfume delicioso e tenho a plena certeza de que os seus s***s* cabem perfeitamente nas minhas mãos, pois, nada nela é exagerado. -Pensei que demoraria mais. – Falo sentindo uma presença próximo a mim. -Não sei como faz isso, não emiti nenhum som. – Ivan diz e se senta à minha frente, lanço um olhar de interrogação e ele continua. – Não, ninguém me viu, nem os seus homens..., a sua passagem continua secreta. – Diz com indiferença. Balanço a cabeça positivamente e sirvo um copo de uísque para ele e lhe ofereço um charuto. -Obrigado! Devo confessar que os seus charutos são os melhores. – Diz acendendo e se entregando a satisfação. -A Sigara i Sigareta agradece..., preciso de seus serviços. – Falo sem rodeios e ele sorri de lado. -Isso é óbvio..., mas como sabe, não cobro barato! – Diz me olhando seriamente. -E como sabe, dinheiro não é problema para mim. – Falo o encarando. -Gosto assim, pena que é uma raridade você precisar de mim..., o que tem em mente? – Pergunta com curiosidade e lança um meio sorriso. -Primeiro, será muito bem pago, tanto pelo seu serviço como pelo seu silêncio..., e você sabe que pago muito bem..., nada pode ser levado a mim como suspeito ou responsável, pagarei metade hoje e quando o serviço for feito, pagarei a outra metade com um bônus generoso. – Falo vendo ele abrir um sorriso largo mostrando o seu interesse. -É assim que se negocia..., o que eu preciso fazer? – Pergunta tragando o seu charuto. -Quero Mattias morto*, não me interessa como..., irei mandar ele e alguns homens para interceptarem uma encomenda de drogas e armas a dois dias..., será ai que você entra, não pode haver falhas e tudo deve ser feito com todo o cuidado. – Falo vendo ele pensar em algo. -Fique tranquilo, já tenho algo em mente..., posso saber o motivo de querer a morte dele? – Pergunta com curiosidade e toma um gole da sua bebida. -Ótimo, e respondendo sua pergunta, não! Somente isso e o que está naquele relatório que você mesmo fez. – Respondo seriamente, não preciso dar detalhes de nada. -Tudo bem, melhor assim..., aguardarei as informações do local. – Diz se levantando e busco um pacote dentro da gaveta da minha mesa. -A metade está aqui, o restante do combinado lhe pagarei quando finalizar o serviço... – Falo lhe entregando o pacote e ele recebe de bom grado com um sorriso satisfeito. -Que pesado..., é sempre bom fazer negócios com você Ivanov. – Diz falando o meu sobrenome. -Digo o mesmo Urik. – Falo o seu sobrenome vendo ele gargalhar. Ivan sai pelo mesmo lugar que entrou, e volto para a minha cadeira. A minha mansão tem algumas entradas secretas, nem os meus homens as conhece, sendo assim, somente eu, Sônia, Andrei e Ivan sabem delas. Conheci Ivan na minha adolescência, ele era amigo do meu pai e sempre guardei o seu contato para trabalhos discretos, ele nunca errou uma vez se quer e nunca foi descoberto por nada. Ele é um atirador de primeira devo confessar, o seu alvo pode estar em movimento, ele pode estar numa distância enorme, mas errar, nunca vi. Passei a noite inteira no escritório, bebi, fumei e me perdi em pensamentos. A minha mente sempre a trazia de volta, e se tudo o que planejei der certo, logo ela estará próxima a mim e irei desfrutar daquilo que está tirando o meu sono. [...] -Sua cara não está nada boa. – Andrei fala me olhando curioso. -Apenas insônia..., quero que reúna esses homens e os instrua a interceptar a carga de drogas e armas de amanhã a noite! – Lhe entrego um envelope e ele o abre olhando o conteúdo, nele tem os nomes dos cinco homens escolhidos e as informações da entrega e local. -Tem certeza disso? Mattias e Dominik? – Pergunta, sei bem que Andrei não confia neles como eu. -É uma tarefa simples, eles trabalham para mim e não vou usar os meus melhores homens para algo tão irrelevante, fora que, faz muito tempo que não são chamados! – Respondo dando de ombros. -Certo, tem razão..., cuidarei disso agora pela manhã. – Percebo ele preocupado e o olho arqueando a minha sobrancelha. – Como ela está? – Pergunta se referindo a Sonia. -Do mesmo jeito..., quase não sai do quarto. – Respondo mostrando a minha preocupação. -Ela já sabe? – Ele pergunta e n**o* com a cabeça. -Não tive como falar ainda..., fora que não me deu uma certeza! – Ele sabe que sou impaciente. -Desculpe..., bom, volto mais tarde! – Diz já indo em direção a porta.
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