Liza ...
Vejo a cor do seu rosto sumir ao ouvir, o nome Dário saindo da minha boca.
Carla : Vem aqui e me fale exatamente o que ele te disse. - ela me puxa pelo braço.
Liza : O que você acabou de ouvir. Ele quer o dinheiro dele. O que você fez, tia ?
Carla : Eu não fiz nada, garota.
Liza : Ele não estava com cara de que você não fez nada tia. Eles são perigosos .
Carla : Quem você pensa que é ? Acha que pode mesmo me dá algum tipo de sermão?
Liza : Eu não quis dizer isso. Eu só acho que ...
Carla : Você não tem que achar nada , agora vá , vá . Saia daqui.
Não adianta bater de frente com ela.
E eu prefiro retirar-me já que não estou me sentindo muito bem.
Uma semana se passou , e a minha rotina continua a mesma , apenas com uma alteração.
As visitas inesperadas do Heitor , daquele dia em diante, parece que ele se acostumou a abusar de mim.
Eu me desligo sempre, viro uma pedra para não sentir.
Suas agressões eram constantes .
Criei um trauma de qualquer aproximação.
Mas passei a aceitar que a minha vida agora seria aquela.
Procurei um médico , ele receitou-me um remédio preventivo.
Mas um fim de expediente, se inicia. Estou arrumando as cadeiras.
Minha tia , estava na sua sala fazendo a contagem do dinheiro arrecadado.
Heitor : Tira a roupa.
Liza : Aqui Heitor ? Tem funcionário aqui ainda.
Minha tia está lá dentro.
Heitor: Eu não me importo.
Liza : Desta vez eu terei que negar. Aqui não.
Saio de perto dele , e ele me segue.
Heitor : Você acha mesmo , que tem força contra mim ?
Liza : Eu não quero Heitor, aqui não.
Heitor : Mas eu sim. E você vai fazer o que estou mandando.
Ele me puxa pelo , braço e joga-me em uma das mesas de aposta.
Liza : Me larga , Heitor.
Heitor : Você è minha , entendeu ?
Liza : Não eu não sou. Não sou uma mercadoria.
Heitor : Isso é o que você pensa.
Ele me empurra novamente, e comprime o meu rosto na mesa, levanta o meu vestido, rasga a minha calcinha e me invade ali mesmo. Por sorte nenhum funcionário está presente.
E mais uma vez eu me desligo. O meu olhar fica perdido no nada e eu fico estática.
De repente a porta se abre , e vários homens entram.
O Heitor pula , saindo de cima de mim, e eu permaneço ali, sobre aquela mesa.
Desta vez algumas lágrimas caem sob meu rosto.
Dário : Levanta daí garota.
Eu escuto a voz dele , bem lá, no fundo mas não tenho forças para levantar. Se ele me matasse ali eu não sentiria nada.
Ele se aproxima de mim, e coloca o seu rosto junto a mesa. Fixa os seus olhos no meu.
Dário : Você vai ficar bem , pode voltar.
Ele parecia entender, o que havia acabado de acontecer ali.
Ele soube me trazer de volta.
Eu volto a piscar os olhos novamente e vou me levantando aos poucos.
Enquanto ele baixa o meu vestido.
Dário : Você vai ficar bem.
Enxugo as lágrimas que insistia em cair. Eu estava com vergonha, me sentindo humilhada em público.
Olho para o lado e vejo o Heitor desfigurado. De tanto que apanhou e amarrado.
Eu perdi isso.
Vou até ele e cuspo no rosto dele.
Dário : Carlaaaaaa , Carlinhaaaa. ?
Ele a chama cantarolando.
Dário : Se não aparecer o seu amantezinho de merda morre.
Ele aponta a arma para a cabeça do Heitor.
Liza : O que ? Que nojo.
Dário : É Coelhinha. Tem muita coisa aqui que você não sabe.
Carla : Dário ! - Ela olha em choque para ele.
Dário : A coelhinha não te deu o meu recado?
Carla : Não !
Liza : Sim , eu dei. - Eu já não estava nem ai para o que fosse acontecer.
Dário : Mediante a tantas coisas , sabe Carlinha eu prefiro acreditar nela.
Senta ai para gente conversar.
Carla : Não calma , escuta eu vou te pagar. Eu já estou com uma parte.
Dário : Você é uma v***a mentirosa.
Carla : Eu falo sério.
Dário : Ah é de quanto estamos falando ?
Carla : Eu não sei ao certo, me dá só mais uma semana eu juro que te p**o.
Dário : Está escrito na minha cara o****o?
Carla : Eu faço o que você quiser mais não mata ninguém por favor.
Dário : Até parece que se importa com alguém nessa sala , a não ser você mesma.
Você sabia que esse maldito estupra a sua sobrinha todos os dias. E você não faz nada a respeito a sua vagabunda.
Carla : ele é namorado dela não é ?
Dário : E ele é o que o seu? Você é uma porca ordinária.
Ele faz sinal com a cabeça para que os seus homens comecem a vasculhar o cassino.
Carla : Espere , realmente eu não tenho o seu dinheiro. Fique com o que quiser. Para pagar a dívida só me deixe viva por favor. Eu não quero morrer.
Dário : Ok, te deixar você viva .
Ele circula entre nós , eu já estava apavorada .
Meu desespero aumenta quando ele engatilha a arma.
Dário : Já ouviu falar sobre roleta russa ?
Carla : por favor Dário, eu sei que você gosta de brincar desse jeito.
Eu estou te falando, fique com o que quiser.
Dário : Claro que vou ficar , esse cassino já é meu.
Mas eu não posso deixar você sair assim ilesa.
Você precisa aprender, que você não pode simplesmente enganar-me e ficar por isso mesmo.
Ele coloca a arma na minha testa , e eu olho para ele. Sem esboçar nenhum sentimento.
Com a outra mão , ele segura meu queixo.
No fundo , no fundo .
Aquele tiro era tudo que eu mais queria. Eu não tinha mais nada, nunca tive ninguém
Por mim, ele já poderia acabar com a minha vida ali mesmo , que para mim seria um enorme favor.
Dário : Não vou começar com você ...
Heitor : Deixe ela em paz. - Ele fala num sussurro.
Dário : Olha só , Will ele fala.
E é corajoso. Você se importa com ela ? um ? Se importa?
Ele abaixa-se para ficar frente a frente com ele.
Heitor : Sim !
Dário : E por que, abusava dela ?
Ele se cala.
Dário: Eu te fiz uma pergunta. Por que abusava dela?
Heitor : Era um fetiche da Carla.
Liza : O que ? - Eu fico aterrorizada
Heitor : Me desculpa Liza , me perdoa por favor. Ela me ameaçava o tempo inteiro.
Liza : Dário , por favor. Começa por mim, eu já vivi o suficiente.
Dário : Assim ? fácil ? Prefiro começar por ela.
Você é pior que eu imaginei Carla. A sua própria sobrinha ?
Carla : Ela é uma maldita , ela teve um caso com o padrasto.
Liza : Eu nunca faria algo assim , você sabia que eu era virgem. Você e a minha mãe são duas doentes. Eu odeio vocês.
Eu odeio vocês .
Eu me levanto e tento pegar a arma do homem que o Dário havia acabado de chamar de Will.
Não consigo, o homem era duro como uma pedra.
Liza : Me mata por favor. Eu não quero mais viver.
Vejo o Will olhar para o Dário, que n**a com o olhar.
Dário : que merda vocês fizeram com a cabeça dessa menina?
Liza : Dário , olha para mim por favor.
Olha pra mim.
Assim que consigo o olhar dele começo a falar desesperadamente.
Liza : Eu cresci sendo odiada por minha mãe , porque não cabeça dela meu pai a deixou por minha causa. Tiraram tudo de mim. A única coisa boa que eu ainda tinha , era o carinho do meu padrasto que cuidava de mim e do meu irmão como se fossemos dele.
E o amor do meu irmão, que depois de alguns anos a minha mãe deu ele para um casal perto de onde eu morava.
A minha mãe tirou tudo de mim, colocou uma ideia na cabeça dela que eu tinha um caso com o meu padrasto , torturava-me todos os dias. Até que um dia a minha tia chegou lá e me comprou dela. Achei que eu viveria melhor.
Mas aqui estou como pode ver. Eu não tenho vida. Eu fui amaldiçoada desde quando nasci.
E você fazendo isso será um favor.
Eu sei que não deve prestar muitos favores a quem não conhece. Mas eu te imploro. Falo com lágrimas nos olhos.
Olho para o lado vejo o Will , respirando fundo e olhando para o lado.
Carla : Deixa de drama , sua v***a.
Dário : Você assinou um documento quando pegou o dinheiro comigo , e nesse documento está incluso o casino como troca.
Fiquei aterrorizado quando incluiu a sua sobrinha, para trabalhos sexuais para a máfia. Dali percebi que não era boa bisca.
E Liza , a única pessoa que deve morrer aqui é ela.
Carla : Não, eu faço o que você quiser.
Assim que ela termina a frase. Ele dispara um tiro certeiro na sua cabeça.