O dia havia amanhecido e eu não consegui pregar meus olhos para dormir. Aquela cena de Tom naquele laptop falando com uma qualquer não saía da minha cabeça. Eu não posso acreditar que o homem que está fazendo de tudo para ter meu amor de volta está me apunhalando pelas costas, talvez eu seja parte de algum plano dele no qual não descobri. Ou talvez sim, ele tenha um dia me amado, mas hoje já não ama mais.
Me levantei da cama e fui ao banheiro, fiz todos os meus afazeres e tomei um banho. Vesti uma roupa simples e arrumei minhas malas, minhas coisas já estavam prontas para ir a cidade. Hoje eu pediria uma outra coisa a Tom, uma coisa que ele não concorde, mas é o que eu quero.
Já era por volta das 09:30 e Tom entra em meu quarto já arrumado.
— Bom dia meu amor, não sabia que já estava acordada. Vim trazer seu remédio, como dormiu? —Ele pergunta e me dar um beijo na testa.
Aja normalmente, Emma. —Pensei comigo mesma.
— Dormi feito um anjo. E a sua como foi? Teve insônia ou dormiu feito um anjo também? —Pergunto enquanto apanhava o remédio de sua mão e engolindo com a ajuda de um copo d'água.
— Como se estivesse nas nuvens. E só para te lembrar, eu não tenho insônia, querida.—Ele diz e cutuca meu nariz sorrindo e eu sorriu forçado. E ele se vira para sair do meu quarto.—Já vamos, vou só pegar minhas coisas.
— Claro que não tem.—Digo em um sussurro.
— O que disse querida? —Ele olha para trás parando em frente a porta.
— Eu disse que a minha mala já está pronta.—Respondo.
— Ah sim, eu já volto para buscar. Fique aqui.—Ele diz e caminha pelos corredores do andar de cima.
Tom é tão descarado, ele age como se não estivesse cometido nenhum erro.
Peguei minhas malas e desci eu mesma com elas, eu tenho mãos porque eu mesma não poderia fazer isso? Levei as malas até o lado de fora e as coloquei no porta malas.
— Querida, o que está fazendo? Temos empregados para isso. Você não precisava fazer esse esforço todo, isso pode te afetar.—Tom diz vindo na minha direção.
— Tom, eu já estou muito bem. Eu posso fazer as coisas sem a ajuda de ninguém, não se preocupe.—Digo fechando o porta malas.— E então? Vamos? —Pergunto abrindo a porta do carro e entrando.
O motorista guarda as malas de Tom e ele entra se sentando junto a mim.
— Tom, eu andei pensando. Eu queria voltar a morar na minha antiga casa.— Digo sem enrolação.
— Claro querida, eu mandarei arrumar as coisas e..—O interferir.
— Mas eu quero ir sozinha, eu preciso disso. Acho que está em um ambiente aonde eu nasci e cresci talvez me ajude a lembrar algumas coisas. E eu preciso fazer isso, mas sozinha.—Respondo e seu rosto não apresentava nenhuma reação. Ele abria a boca e a fechava diversas vezes.
— Você tem toda razão! Mas eu não vou te deixar, Emma. Lutarei pelo seu amor até o fim.—Tom diz em um tom convincente.
Apenas o olhei e sorri fraco. Tom pede ao seu motorista para me deixar em casa, Tom me ajuda com as malas e se despede de mim prometendo voltar a noite para me buscar para jantarmos com sua família. Após Tom sair olhei ao redor da casa e estava bastante empuerada, mas os móveis parecia ser os mesmos, tirei o pano de cima de quase todos os móveis e decidi dar uma faxina na casa.
Olhei no relógio e já eram 18:00. Eu não havia almoçado e hoje o tempo passou muito rápido, decidi tomar um banho e me arrumar. Tom costuma ser bem pontual e odeia atrasos. Já arrumada, notei que Tom cometeu um erro no qual ele mais odeia que é o atraso, chateada decidi ir jantar sozinha.
Saí de casa e fui caminhando até a cidade que não era longe de onde eu morava, as ruas estavam bem iluminadas e confesso que senti saudades dos caos da cidade. Vi uma lanchonete e decidi parar para comer alguma coisa. Logo após entrar e me sentar logo fui atendida por um senhor que sorriu ao me ver.
— Emma, quanto tempo. Eu fiquei sabendo sobre seus pais, eu sinto muito. Mas é bom vê-la novamente, o mesmo de sempre, né? Cadê o Jonh? A tempo que não vejo vocês dois, perdão, estou sendo bem intrometido.
Mas quem era John, meu Deus?
— Oi, eu não sabia que o conhecia. Mas fico feliz que alguém me conheça por aqui, mas, quem é Jonh? —Pergunto confusa.
Percebo ele me olhar e fechar os olhos como se tivesse falado algo que não devia.
— Desculpe, eu e minha boca. Desculpa mesmo, eu me esqueci do acidente que você também teve e perdeu toda a sua memória.
— Tudo bem, não tem problema. Mas quem é Jonh? E por que eu sempre vinha nessa lanchonete com ele? —Pergunto ainda mais curiosa.
— Acho que eu não deveria falar, não é da minha conta. Se não for problema, poderíamos mudar de assunto? O que vai querer? —Ele pergunta olhando para a agenda. Mas seu olhar era de quem tinha muitas coisas a me falar, mas não podia.
— O mesmo de sempre.—Respondo.
Mas nem eu mesma me lembro o que eu comia aqui sempre.
— Ok, foi um prazer em vê-lá novamente, Emma. Volte sempre! —Ele sorrir e se retira.
Olhei no seu crachá e estava escrito Fred. Ele está escondendo algo que para mim talvez seja muito importante, e porque eu vinha com um tal de Jonh sempre nessa lanchonete? Quem é Jonh? Porque Tom nunca disse nada sobre algum Jonh?
Ai meu Deus, será que Jonh era meu amante? Será que eu tinha um amante?! Se isso for verdade, então eu sou tão m*l caráter quanto o Tom. Eu preciso saber mais sobre a antiga Emma, afinal de contas, que ser humano eu era?