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599 Words
Capítulo 6 Ciroz estava de pé ao lado de uma das mesas na área da cozinha quando a garota sentada ao lado dele deu um leve tapinha no braço dele. Virando-se, ele notou como ela estava preocupada. "Você está bem, senhor?" ela perguntou suavemente. Ciroz a encarou por alguns momentos, piscando várias vezes antes de responder. "Hum... sim... Sim, eu estou bem," ele assegurou a ela. A loira franziu a testa levemente. "Mas parece que você não come nada há dias", afirmou. "Ou dormiu." Ciroz engoliu em seco e voltou a atenção para o prato de comida. Ele empurrou mais algumas batatas e carne ao redor, sem fazer nenhuma tentativa de comê-los porque ele sabia que não poderia engolir nada disso. "Eu... eu estive bastante ocupado," ele murmurou, evitando a pergunta dela. Era difícil admitir, mas ele sabia que na verdade não estava dormindo bem. Desde que chegara a este mundo, ele lutava para adormecer na maioria das noites e isso significava que pesadelos o atormentavam. Eles nem sempre eram terríveis, então ele nem se incomodou em acordar alguém com medo de que o pesadelo pudesse acordar os outros. Em vez disso, ele passou a maior parte do tempo encolhido no chão de seu quarto, chorando até dormir e sonhando com sua família. "Oh, me desculpe", disse a garota com uma voz simpática. Por um tempo, nenhum dos dois falou e ficou claro que ambos precisavam pensar no que deveriam dizer. Ciroz queria contar a ela sobre seu pesadelo, mas, ao mesmo tempo, não queria falar sobre isso. Não era como se ela soubesse de alguma coisa de qualquer maneira. "Senhor, posso te perguntar uma coisa?" o companheiro do menino perguntou cuidadosamente. O garoto acenou com a cabeça, indicando que ela continuasse. "Você se assustou com seus pais quando acordou também?" ela perguntou. "Eu realmente sinto muito por isso. Eu sei como os sonhos podem ser ruins!" Ele abriu a boca para responder, mas depois a fechou novamente e suspirou. A garotinha inclinou a cabeça e olhou para ele preocupada. "Sim..." Ciroz respondeu finalmente. "Na verdade eu fiz... É estranho que eu não tenha percebido antes..." "Bem, talvez não fosse importante o suficiente para você notar," ela sugeriu esperançosamente. "Talvez seja por isso que você não falou com as pessoas que conhece." Um sorriso triste se espalhou pelo rosto do jovem. Talvez fosse melhor que ele não tivesse falado com nenhum deles ainda. Depois de mais alguns minutos de silêncio, a garotinha falou. "Posso te abraçar?" ela perguntou timidamente. Esta pergunta surpreendeu Ciroz um pouco e ele piscou algumas vezes antes de sorrir tristemente e assentir. Um momento depois, a garota abraçou Ciroz com força e o segurou por um longo tempo. O menino sentiu o calor e o conforto irradiando de seu corpo e enterrou a cabeça na curva de seu pescoço. Depois de um tempo, ela o soltou, mas Ciroz ficou no chão, as pernas cruzadas, as mãos apoiadas no colo, o olhar focado no chão abaixo dele. De repente, uma mão pousou em sua perna e gentilmente levantou seu queixo para fazer contato visual com a jovem. "Você está bem?" Ela perguntou a ele. O garoto de cabelos negros assentiu. "Obrigado," ele sussurrou baixinho. "Por me ajudar, quero dizer." Seu pequeno sorriso cresceu quando ele acrescentou: "De nada. Apenas tente melhorar logo, ok?" Ele assentiu. "Obrigado. Por me ajudar, isso é. Significa muito", disse ele sinceramente. "Farei o meu melhor para melhorar, para que eu possa assumir a responsabilidade." Antes de deixar Ciroz sozinho, seu novo amigo apertou sua mão. "Não se preocupe. Você vai melhorar.
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