Crise

1034 Words
Klaus estava deitado na esteira, ele passava horas naquela posição, sem se mover nenhum centímetro, parecia nem mesmo respirar nesse momento. Ao menos ele estava vestido, porque naquela meditação, ele ficava er£to e Lia não sabia o que fazer ou para onde olhar. Ela havia fechado a porta, porque lá fora ventava muito. Ela continuou cuidando da roupa, felizmente a máquina de lavar funcionava e era de 17 quilos. Quando chegou tinha muita roupa suja dentro da casa. Descobriu que Klaus comprava pacotes e pacotes intermináveis de cuecas e ia jogando as bermudas sujas pela casa, achava que ele nunca lavava a roupa. Lia aproveitou e lavou as cobertas também, o cheiro de limpeza era agradável. Mas ela ainda sentia falta de uma cama, algumas noites eram frias e nem mesmo os cobertores resolviam. A esteira ou os tapetes não eram confortáveis, não para dormir todos os dias. Klaus não se moveu, talvez tivesse dormido. Lia se agachou para chamá-lo, Klaus foi rápido, ele a puxou e imobilizou embaixo dele. O ar dela sumiu, nem gritar ela conseguiu. A respiração dele se acalmou aos poucos. _ Lia! Ele afrouxou o peso do braço, ela tossiu com o ar voltando _ Não faça isso novamente, minha mente estava nos sanatórios nos quais passei. Ele perdia a pouca humanidade que restava, e ficava em posição de ataque nesses momentos. _ Tem alguém lá fora. O carro. Ele se levantou. Sabia ser Otto novamente. Abriu o portão. Lia agradeceu por ele está de sunga. Com a faxina ela havia descoberto que todas as roupas dele estavam sujas, exceto as coleções de sunga e cuecas. O varal estava repleto de roupas masculinas, por sorte havia uma área enorme e com grandes janelas, o sol do dia batia, e a noite o vento entrava. Havia encontrado cordas e amarrado as mesmas na pilastras. Escutou a voz dele: _ O que quer? _ Preciso de sua assinatura em alguns documentos. _ Não. _ Preciso para empresa. _ Tem o que precisa para a empresa. Não vai tocar em um centavo meu. _ Depois do que gastei todos esses anos com você? _ Devo agradecer Otto? Pelo que? Por não ter dormido durante dias no primeiro mês de internação? Por ter visto garotas serem estupr@das, por ter ficado amarrado por quase um ano? Ou por ter matado um enfermeiro que me queria de joelhos diante dele? Posso fazer uma lista imensa para você em agradecimento. _ Eu não sabia. _ Não te interessava, desde que a sociedade não soubesse que os genes dos Franchini não eram perfeitos. Eu era a sua vergonha, o segredo sujo que pagava para ficar escondido. _ Você era violento. _ Eu era uma criança de sete anos. Vai se ferrar, porr@, saia da minha casa e não volte. Ou vou te dar uma mostra do que eu sou realmente, não faz ideia. O pai olhou para Lia, ainda parada na mesa da cozinha. Ela dobrava as camisetas dele que havia secado _ Não olhe para ela, porr@, vá embora Otto sorriu. _ Gostou dela, a quão boa ela é? Klaus pegou um espeto em cima da mesa, Lia saiu do transe. _ Klaus, não! É o seu pai. Ele parou, Otto sumiu pelo portão. Lia acionou-a trava do portão, com o portão fechado ninguém entrava. Existia uma espécie de grade de espaços estreito por cima de todo o local, aquilo parecia um santuário protegido. Ela sentiu vontade de correr quando ele se voltou para ela. Klaus a sentou na mesa da cozinha. Ele abaixou a cueca. _ Isso não. _ Já falei para não me ordens, porr@. Abra as pernas _ Klaus! Ele tinha sido um número por muito tempo. Nas clínicas ele não era o Klaus, a ouvir dizer o nome dele era diferente, um diferente bom, mas não sabia explicar. Ele enfiou a mão na calcinha dela e puxou. Lia sabia que não poderia se levantar, não tinha forças contra ele. Quando as lágrima começaram, ele passou a língua. _ Por que não foi embora? _ Porque não tinha para onde ir, mas agora gosto dessa casa, e do cheiro que a minha limpeza deixou. _ E de mim? Se não puder fod£r você a mando embora. Ela deu um tap@ nele, ele virou o rosto, mas como sempre e por toda a sua vida,não doeu. - Não sou uma qualquer, não temos nada. _ Não percebeu o que acontece aqui _ O que? _ É a minha mulher. Vivemos como casados, cuida da minha casa, da minha comida, faz o que eu como e até esfria a comida para eu comer, é para sua cama que vou quando o sono me domina. É a porr@ da minha mulher, só falta levá-la para cama. _ Para ser a sua mulher, precisava me amar. Ela queria se levantar. _ Não terminei, Lia. _ Klaus, eu não quero. Ela não estava pronta para s£xo. _ Deu para outros e não pode d@r para mim? _ Como tem coragem de dizer algo assim? _ Mas é a verdade. Ele passou a língua nas lágrimas, massageou o seu pêniis. _ Faça você. Ela mordeu a boca dele, só percebeu que era inútil quando sentiu o sangue. Ela soltou. _ Desculpa, não queria te machucar. Ela conseguiu descer e pegar o gelo. Pressionou o local, com a pressão o sangue parou. _ Por que? _ Não quero Klaus. _ Por qual motivo? Por que sou desequilibrado? _ Não. Eu nunca me relacionei com ninguém _ Gosta de mulheres? _ Não. _ Que diabos Lia, responde o que acontece? _ Nunca estive com ninguém. _ Mentira. Ele ia saindo, mas parou. _ Passei minha adolescência em um manicômio super vigiado, ainda assim encontrei maneiras de fod£r alguém, por que diabos você permaneceu intocada? Ela se recusou a responder, notou que a mente dele vagava, precisava fazê-lo tomar o remédio. Outro ponto de controle era o computador, era o super foco que o acalmava. Ela cuidou da mesa, ele saiu para a parte de trás da casa, Lia fechou os olhos escutando os gritos dele, era uma maneira de se acalmar, se morassem próximo de alguém já teriam chamado a polícia
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