15° Capítulo.

1010 Words
Joyce Spencer: Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo, minha filha nos meus braços outra vez, depois de 15 anos. Era difícil conter as lágrimas ao ouvi-la me chamar de mãe. Queria muito que o Rodrigo estivesse aqui para compartilhar esse momento de emoção, mas eu sei que esse momento é apenas nosso e que ainda verei nosso filha nos braços do seu pai. Ficamos ali no meio do quarto enquanto só chorávamos, Teddy começou a se agitar dentro do meu ventre, mas pra mim naquele momento só existia Melissa e eu, e esse abraço que eu guardava pra dar nela desde o seu desaparecimento. Eu podia estar revoltada com a vida por ter me roubado os 15 anos de convivência com a minha filha, mas eu só conseguia ficar grata pela chance de vê-la outra vez, mesmo que este espera tenha quase me matado de dor e saudades. -É melhor a senhora se sentar, mãe. Melissa diz depois de me olhar nos olhos e limpar minhas lágrimas assim como estou fazendo com as dela. -Eu não quero parar de tocar você, minha filha, eu ainda não acredito que estamos aqui. -Pode acreditar que muito real, mãe, vem senta na cama, você quer tomar uma água, eu posso pegar pra você. -Eu não quero nada, filha, apenas que você fique aqui comigo, meu amor. Ficamos ali deitadas sobre o edredon, eu beijava seus cabelos enquanto ela alisava minha barriga e seu irmão parecia se divertir com o seu toque. -Como você descobriu? Eu pergunto quando me acalmei um pouco mais. -Foi por um acaso, já que desde que eu te conheci, eu notei uma certa semelhança, a dúvida me corrói tanto que tive que buscar resposta, foi quando tudo aconteceu, mas no primeiro momento eu pensei que você tivesse me dado pra adoção por não me querer. -Isso nunca iria acontecer, Melissa, eu te amo demais, alguém que arrancou você dos meus braços e isso quase me matou, eu jamais abandonaria um filho, jamais. -Agora eu sei disso, mãe, mas foi duro pra mim saber que viver 15 anos de mentiras, mas fico feliz por poder conhecer minha verdadeira família. -Agora você está aqui, filha, e ninguém nunca mais irá nos afastar outra vez. -Eu não sei se isso vai acontecer, ontem eu descobri que aqueles que eu pensei que fossem meus pais, na verdade são pessoas perigosas e eu tenho medo, mãe, muito medo que eles não nos deixe viver em paz. -Eles vão pra cadeia e nós estaremos seguros, recuperando o tempo perdido, filha, seu pai está cuidando disso. -Como ele fará isso, hoje eles estão indo viajar para Dubai, provavelmente para cometer mais crimes. Abraço ela mais forte, já que seu corpo está tremendo. -Eles vão ser presos antes de embarcarem, nesta viagem foi uma armadilha que Rodrigo armou para prender eles. -Espero que meu pai consiga fazer isso, eu não quero viver com medo de algo aconteça e que eles me peguem. -Shiii, não vamos mais pensar nisso, seu pai vai proteger você assim como eles faz com sua irmã e comigo. Se isso acontecesse eu mataria aqueles dois com as minhas próprias mãos, ninguém nunca mais vai tirar minha filha dos meus braços outra vez, eu não permitirei. -Esse quarto é seu. Eu digo para que pudéssemos esquecer tudo o que passou, ela saiu dos meus braços, e olhou para todos o cômodo. -Você fez isso depois que conheceu naquele shopping? Ela pergunta com aqueles olhos curiosos que lembram muito o olhar do Rodrigo. -Não, eu sempre deixei seu quarto preparado para a sua volta, a cada ano eu arrumava um quarto pra você, conforme você crescia mesmo longe de nós. -Vocês já sabiam que eu morava aqui em Portland? -Sim, seu pai passou anos investigando seu paradeiro, ele juntou dinheiro e recurso pra isso, nós não éramos ricos antes do seu sumiço, por isso não tínhamos recursos para fazer uma busca mais detalhada, mas ele não descansou até juntar dinheiro suficiente para te buscar pistas de seu paradeiro, e ele conseguiu, por isso estamos aqui, não sabíamos como faríamos para nós aproximar, mas com a ajuda do destino, eu esbarrei em você naquele shopping. A medida que fui contando tudo o que aconteceu ao longo desses 15 anos, fomos chorando, afinal quantas coisas perdemos uma da outra, Melissa também contou sobre a infância e tive raiva e inveja da Dana, afinal a mulher roubou a minha filha e a sua vida de mim, porque esses momentos eram meus, eu que tinha que ter visto seus dentinhos de leite caindo, soprado e beijado seus joelhos ralados, era meu o momento de falar com ela a respeito da sua menstruação ou da sua primeira paixão infantil por algum garoto, mas até isso aquela mulher roubou de mim, maldita seja, mas agora ela não vai fazer isso com mais ninguém. Melissa olhou todo o quarto, mexeu em todas as gavetas, e olhou todas as fotos do seu nascimento, até encontrou todas as cartas que eu havia escrito para ela durante todo esse tempo, mas eu pedi a ela que lesse quando estivesse sozinha. Mas o que me fez chorar ainda mais, foi quando Ella veio ao quarto, procurar por mim, e quando me viu ali com Melissa, ela perguntou, principalmente o motivo do nosso choro, e quando lhe contei que era a sua irmã, elas não se desgrudaram mais. Eu não desgrudava meus olhos das duas, era um sonho que estava virando realidade na minha frente, ter minha família completa outra vez era tudo o que eu mais almejava, e aconteceu mais cedo do que pensei e sou só gratidão por isso. Agora eu não via a hora que Rodrigo chegasse e participasse desse momento, só espero que ele possa por um fim neste dois malditos e que volte em segurança para nossa casa, e que esse capítulo r**m, possa ser enterrado definitivamente assim que o tal do Antônio e Dana for pra cadeia, só assim poderemos escrever uma história nova, só com momentos felizes. Continua.....
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