Capítulo 2

1082 Words
VINÍCIOS Seus olhinhos castanhos ainda guardavam aquela inocência da garota que conheci anos atrás e o seu corpo que obviamente faço questão de tocar me dava a dimensão do quanto afetava meu órgão genitor da maneira mais safada que um homem na minha posição teria o descaradamente de sentir. Tê-la só me servia para jogar na minha cara do quanto precisava tomar posse da menina que sempre sonhei para mim. Havia chegado o momento de agir, por em prova os sentimentos que nos cercam como almas viventes de um conto fantástico. - Ahh... poderia fazer a gentileza de me soltar presidente. - Laura... sem formalidades, somos íntimos, ou não somos? Tentei aliviar a tensão que se instalou no meio de nós, tão vivida que podia ser visível e cortada por uma faca afiada, contudo tentei rapidamente converter a situação querendo que se tornasse mais natural possível, enviando-lhe meu melhor sorriso simpático, aflouxando a pegada, mas ao ouvir passos chegando, à mesma conseguiu se desvencilhar das minhas mãos, escapando em meus dedos, e se afastando três passos para trás, eu contei. Nossos olhares cravados, vislumbrando o passado, desejando um novo presente e se lamentando por um futuro duvidoso. Podia-se comtemplar tudo isso e mais um pouco. Tomei cuidado para não pôr tudo a perder e entrar no mar do desespero. Sentia que lá no fundo ainda devia investir na Laura mesmo que fizéssemos papeis de canalhas com os nossos conjugues. E essa ação de afastamento, mesmo que seja pela prudência, recato, ou pela conduta profissional, fazia desse pobre sofrente no amor lamentar miseravelmente o fato de estarmos mais distantes que tudo nessa drástica vida. Como desejava rouba-la, levá-la para bem longe disso, dessa história, fugir desse destino que quis brincar conosco da maneira mais c***l possível. Meu único conforto era o meu filho, seria um menino, segundo a primeira ultra. Ela não sabia, não achei certo contar por enquanto, queria me concentrar apenas em conquistar o coração mais difícil da face da terra; o da Laura Almeida. Estava permanentemente decidido, agora com mais ânsia, pois faltava dias para ela se casar, não sei como faria, todavia, iria trazer a minha menina para o meu lado, logico que teria o cuidado de a Lavínia nunca descobrir, porquanto carregasse meu filho no ventre. Já está com quatorze semanas de gestação, ou seja, quase quatro meses completos. - Errado, nunca tivemos essa liberdade de... - Preciso refrescar sua memória? Hein? Encurtei os centímetros que nos separava, imposto por ela, avançando sem me importar com dois médicos que passava pelo corredor, ao contrário dela, que por medo ou vergonha abaixou a cabeça, virando o rosto, jogando aquele cabelão sedoso na lateral da face ganhando tom avermelhado nas bochechas. - Cuidei de você, fui seu melhor amigo, muitas vezes se abrigou em meus braços... Laura virou o rosto demonstrando uma raiva que eu nunca havia presenciado, mesmo quando tinha seus rompantes de menininha malcriada. - Olha aqui não vou entrar nesse seu joguinho, sei tão bem quanto o senhor o tanto que significou na trajetória da minha adolescência. Contudo não podemos reverenciar o passado, só nos resta seguir em frente. - Semicerrou os olhos pondo as mãos no jaleco. Seu rosto a marca da seriedade em pessoa. - Me resta seguir com o meu casamento em paz, da mesma forma que o senhor Souza fez no Canadá. Admita que a sua atitude está sendo egoísta? Engoli suas palavras de repreenda com naturalidade, respirei fundo pondo as mãos nos bolsos da calça social cinza, e até soltei uma curta risadinha de satisfação por ter feito ela reagir ao confronto. Mirando intensamente para a boca que eu desejava mais do que a minha própria existência miseravelmente cretina. - Não estou impedido que se case... - Meu olhar subiu até encontrar seu belo rosto de menina mulher, coberta por uma leve maquiagem para um dia de trabalho no hospital. Os cabelos soltos todo para frente davam um ar de fetiche, ao menos na visão de um médico que a amava incondicionalmente. - A escolha é sua meu bem. Seu semblante ficou possesso. - O que afinal quer de mim... Doutor Vinícios? Quer me deixar louca? Sussurrou a última pergunta com a voz embargada, mudando sua expressão austera para uma mais sofrida. Demostrando tristeza e uma enorme insegurança. Sua fraqueza era a minha destruição, mas também mostrava que havia acertado no alvo. Me senti m*l em fazê-la sofrer, sobretudo sabia que Laura sempre precisou de levar uns chocalhões para trazê-la de volta a realidade. - Longe de mim. Quer saber mesmo o que almejo da minha amada? Ela soltou um gemido pequeno, mas não era de t***o e sim para conter os olhos que se enchiam de lagrimas, se alojando pesadamente naquelas pálpebras, molhando os cílios espessos, piscando duas vezes, como se fosse possível disfarçar o que nós dois já sabíamos. Abraçou o próprio corpo andando de ré bem devagar. Fechei e abri os olhos rapidamente, sufocando a vontade louca de agarrá-la aqui mesmo. - Não pode chegar de paraquedas e reivindicar nada. Sou de Jorge Miguel De Ferraz, que fique bem claro. - Pode ter muitos homens minha cara, mas o sentimento que existe dentro de mim jamais vai cessar, portanto venha na minha sala, precisamos conversar seriamente a respeito, irei te propor algo viável aos nossos interesses. Posso te garantir que vai aprovar. Preciso de você Laura... minha... Andei disposto a resolver logo esse cheque mate, tomá-la sem reservas, nada e ninguém poderia nos separar; não existia a diferença de idade, a doença, o compromisso com os outros pares, o certo ou errado não mais existia para duas almas que mereciam ficar juntas, ter uma chance, somente a queria em meus braços, provar pela primeira vez dos seus doces lábios, emaranhar em seu corpo nu. Enquanto avançava feito um maldito tarado, obcecado pela ideia de finalmente poder valer o direito de conquistar minha menina, ela continuava a andar daquela forma como se eu fosse o vilão, não podia deixar ela sair assim, mas quando a moça dos meus sonhos esbarrou no seu médico chefe que passara apressadamente por ali, tive que me esconder entrando num outro corredor para não prejudicá-la, ou ser acusado de assédio s****l. De forma alguma podia perder o cargo que me faz ficar perto do meu grande amor do passado, do meu amor do presente e consequentemente será do meu novo futuro, da qual tomei liderança para reverter, pegando de volta tudo aquilo que me pertencia.
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