*** Mia ***
(…)
Ver Colton me deixou muito nervosa, ainda mais aqui.
(…)
- Droga Lia, a Mia vai matar você! - ouço as meninas discutindo no corredor.
- O que aconteceu? - pergunto abrindo a porta.
As duas olham para mim assustadas e já imaginam que aprontaram alguma.
- Desembuchem logo! - falo rispida.
- O Colton estava passando pelo corredor, e ele nos viu, e eu acabei falando que estava aqui porque um parente estava doente, e depois a Joana saiu do quarto e ele, aí eu fiquei muito nervosa, e eu disse que tinha vindo ver o filho da Joana! - ela fala.
- Você disse que o Inácio e filho da Joana? - pergunto alterada.
- Eu fiquei nervosa, melhor eu ter mentido do que falado a verdade, e você deveria era me agradecer! - Lia fala alterada.
- Aaaaahh claro, você não podia ter dito outra coisa! - falo com raiva.
- Mia, ela ficou nervosa, assim como eu - Joana fala.
Inspiro profundamente.
- Eu só não quero confusão! - falo e volto para o quarto.
Inácio ganhou alta, alguns dias depois, e tudo o que eu queria era sair daquele hospital, e esquecer Colton de uma vez por todas. Ficamos nos recuperando em casa, e Inácio estava muito bem. Eu só espero não ver mais Colton na cidade.
(…)
*** algumas semanas depois ***
(…)
- Vamos na balada, vai ser legal!!! - Joana fala.
- Não quero Joana! - falo.
- Vai ser bom Mia, você precisa sair um pouco! - Lia fala.
Inspiro profundamente.
- Já disse, não quero! - falo.
- Filha, você precisa sair, você está ficando muito em casa, vai com as meninas, vai ser bom! - Inácio irá dormir lá em casa com os seus irmãos! - mamãe fala.
- Tá bom! - Eu vou! - falo.
Depois de muito me incomodarem, eu decidi ir, pois desde que Inácio nasceu eu não consigo sair quase e sempre que saio, volto, não gosto de deixar meu pequeno sozinho.
(…)
A boate como sempre está lotada, mais sempre passamos na frente, pois papai é dono de todas.
- Vamos beber! - Lia fala.
- Tá bom - Joana fala.
Vamos para o bar, e eu peço duas tequilas, para começar a noite.
- Nossa isso aqui está ótimo!!! - falo.
- Falei para você que seria bom! - Joana fala.
- Me sinto mais jovem - começo a rir.
- Sim você estava mais para uma velha, trancada dentro de casa! - Lia fala rindo.
- Engraçadinha! - Você não está muito longe - debocho.
- Ei! - Sem brigas, vamos para a pista, quero dançar hoje até me acabar! - Joana fala e vejo que a bebida já fez efeito nela.
- Vamos! - pego mais uma dose de tequila e bebo em um só gole.
Estamos dançando uma música bem agitada, eu estou gostando desta festa, está divertida, me sinto melhor assim. Uma das músicas que eu mais amo, começa a tocar, “hard for me”, fecho meus olhos e sinto a calmaria, como é bom esquecer um pouco da nossa vida real e de todas as preocupações.
Sinto uma mão forte segurando minha cintura, abro meus olhos assustada e olho para as meninas e ambas estão mais brancas que papel.
(…)
- Quer dançar essa música comigo? - escuto a sua voz rouca e grossa.
Me viro com os olhos fechados, e quando os abro, vejo Colton em minha frente.
- Sim! - falo.
Ponho minhas mãos em seu pescoço, e dançamos, sentir seu corpo, ainda sim, me causa arrepios. Ele m*l imagina que chorei diversas vezes, escutando está música e pensando em tudo que ele me fez. Colton me aproxima mais ainda do seu corpo, e põem a mão em minhas costas, fazendo com que meu corpo todo se arrepie.
(…)
- Ainda causo arrepios em você! - ele fala em meu ouvido.
- Você é muito convencido - falo olhando em seus olhos.
- Sempre fui! - ele fala e abre aquele sorriso que ainda sim, me deixa louca.
A música termina, e nós dois nos distanciamos.
- Quer tomar alguma coisa? - pergunta.
- Tudo bem! - falo.
Ele segura em minha mão, e vamos para o bar. Peço mais três doses de tequila, pois com ele ao meu lado, e impossível ficar bem.
- Ei, vai com calma, vai acabar passando m*l! - ele fala.
- Ainda se importa comigo? - pergunto olhando em seus olhos.
- Claro que não! - Mais isso é para o seu bem! - ele fala alterado.
- Aaahh é, claro, eu acabei me esquecendo, que você NÃO SE IMPORTA COMIGO, porque você me traiu não é? - Quem trai uma pessoa, jamais irá se importar com ela! - falo diante dos seus olhos, mais não vejo reação nenhuma em seu olhar, então viro-me e saio da boate, enquanto caminho em direção ao meu carro, as lágrimas banham meu rosto.
- Eu já disse que nunca te trai, mais você pouco se importa não é? - pergunta - Já que não se importa com mais ninguém, a não ser você mesma! - ele fala alterado.
Me viro e olho em seus olhos.
- Você voltou para que? - Em? - Para me infernizar? - Porque você voltou Colton? - Depois de quase nove anos? - pergunto alterada.
- Eu voltei porque meu avô faleceu, e ao contrário de você, eu me importo com a minha família, e eu jamais voltaria por sua causa! - ele fala.
Nesse momento dou dois passos para traz.
- Sinto muito! - falo.
- Eu também sinto! - Mia eu não quero brigar com você, e eu também não tô aqui para te provar nada, eu só não quero é ter que me encontrar com você nos lugares e você ficar gritando que trai você, eu não fiz isso, e jamais faria! - Se você tivesse tido um pouco de inteligência, saberia que aquilo tudo, não passou de uma armação do filho da p**a do Luca! - fala alterado.
- Claro, você faz as coisas erradas e eu devo acreditar que o Luca que armou? - pergunto franzindo meu cenho.
- Você não mudou p***a nenhuma! - E eu já estou de saco cheio dessa conversa, pense o que você quiser, porque você não existe mais pra mim! - ele fala gritando em meu rosto.
- Eu odeio você, na mesma intensidade que você me odeia! - falo alterada.
Ele apenas me encara, entra em seu carro e sai. Faço o mesmo entrando no meu.
- Droga!!! - bato na direção, enquanto as lágrimas escorrem em meus olhos.
Ligo meu carro e o ponho em movimento, indo direto para meu apartamento, e agradeço por Inácio não estar aqui, não quero que ele me veja desta maneira.
Pego uma garrafa de vinho, sento-me no sofá e começo a tomar aquele vinho, enquanto as lágrimas escorrem em meu rosto.