DÁRIO GALLI NARRANDO. ITÁLIA. O céu estava coberto de nuvens escuras naquela manhã. A chuva fina e incessante parecia um reflexo perfeito do meu humor enquanto eu observava a movimentação ao redor do caixão de Matteo. Cada gota que caía sobre a terra molhada do cemitério soava como um prego batendo na madeira. Aquela cerimônia, cheia de hipocrisia e falsas condolências, era apenas um teatro patético. Eu odiava Matteo, sempre odiei, e a sua morte não trazia tristeza para mim, apenas um desejo ardente de vingança e uma raiva profunda. Ao meu redor, os rostos conhecidos da máfia se alternavam entre expressões de pesar e olhares furtivos. O velório de um m****o da família era sempre uma mistura de luto verdadeiro e medo. Caminhei lentamente entre as filas de cadeiras cobertas por tecido