IRINA ARMATAS NARRANDO. MOSCOU, RÚSSIA. Eu estava ali, no enterro do maldito do Ivo, observando a terra ser jogada sobre o caixão dele. O sol brilhava impiedosamente, como se o próprio céu zombasse da nossa dor. Ao meu lado, os meus três filhos. Dimitri, Nikolai e Roman estavam silenciosos, cada um processando aquele momento à sua maneira. Nikolai, meu filho do meio, olhava fixamente para o solo, no rosto uma máscara de calma que escondia o turbilhão de emoções dentro dele. Só nós sabíamos a verdade. Ele havia matado o pai, asfixiando no batizado de Zoya, filha de Dimitri. Aquilo nos unia de uma forma terrível e irrevogável. Naquele momento, Nikolai tinha se tornado tanto o nosso salvador quanto o guardião de um segredo sombrio. Dimitri, que estava ao lado de Roman, mantinha um braço