BIANCA GALLI NARRANDO. A casa parecia mais silenciosa e fria sem o som das risadas e a movimentação habitual. Eu estava sozinha com Nikolai e o seu tormento. Era uma manhã gelada, a brisa entrava pelas janelas abertas, como se a própria Itália quisesse compartilhar da nossa agonia. Era no silêncio que eu podia ouvir claramente cada gemido e cada grito de desespero que vinha do quarto. Quando Nikolai começou a sofrer com a abstinência, eu sabia que os próximos dias seriam um verdadeiro teste para nós dois. Não havia tempo para lamentações ou dúvidas. Eu tinha que ser forte, não só para mim, mas para ele. Estávamos no meio de uma tempestade que parecia não ter fim, e eu precisava ser a âncora que o manteria firme. Na segunda manhã, o som dos seus gritos me acordou. Corri até o quarto, en