Capítulo 52

2768 Words
Alexander "Il Duce" Riina. Pazza. O meu olhar acompanhou o da Ella, que foi colocada onde deve estar pelas próximas horas, até entender com quem ela está a lidar. E o seu olhar não foi como eu esperava, não clamava por piedade, ou ajuda, ou, perdão... Nenhum desses sentimentos tomou os seus olhos em momento algum, e eu esperava por isso. O seu olhar não foi o mesmo que ela me deu no momento em que ela clamou para eu não rebentar com a cabeça dos amiguinhos dela. O olhar dela era de ódio e simultaneamente indiferente ao que eu fazia com ela. O olhar de uma estranha que já viu demais e não se surpreende com nada. Ela não tem medo, e isso me intriga, mais do que me irrita. Segundos de passam, enquanto eu ajudo o Jake a ir até ao carro, com o seu rosto mais ensanguentado que outra coisa, depois do golpe... interessante e inesperado da Bourne. Ela tem força. - Oh... - ele geme de dor, fazendo careta de dor, e ela realmente pisou no rosto dele, está com o nariz quebrado, e o que estava a cicatrizar voltou a sangrar. - Eu avisei que essa moça é um problema... - ele fala gemendo e eu reviro os olhos, encarando a porta, aguardando um grito. Igual ao que ela deu no quarto essa manhã, mas minutos sem passaram e nenhum som se fez escutar desse lugar, e a frustração me toma. Mas resolvo ignorar. - Ela é uma selvagem... - o Jake fala, lavando o rosto com uma das garrafas de água que um dos meus homens o entregou. - Oh... - ele geme de dor lavando o seu nariz e eu suspiro frustrado, por não receber a reação que eu queria. - Limpe-se e entre no carro. - eu a deixarei aqui por tempo que baste ao menos para ela centrar a sua mente teimosa. Ela tem medo de cobras, e de duas uma, ela não gritou porque sabe o que eu esperava dela e ela está se segurando para fazer o contrário, ou tal como ficou no sofá, ela está paralisada. Seja como for, ficar sem a filha do Bourne longe da minha vista e da minha mente por um tempo, me parece uma ótima ideia. Eu sinto o seu medo daqui, eu sei que ela está assustada, e isso é o suficiente por agora. Daqui ela não conseguirá sair, nem que tente. Ficar na p***a daquela casa e ter que a aturar é definitivamente uma tortura. Eu preciso sair. Eu entrei no carro e após lavar a merda do rosto dele, ele entra no carro, basicamente com uma toalha no seu rosto, e eu saio daqui, deixando ela se divertir por um bocado com algumas amigas. Ela tem sorte que eu não mandei que colocassem nenhuma venenosa para a fazer companhia lá dentro, ela merecia. Ela ousou colocar a p***a de uma faca contra o meu pescoço no meio da noite. Quem ela pensa que é? Não apenas para ousar fazer isso, mas como também para sair ilesa disso? O tempo fora daqui, deixou-me minimamente mais paciente, e ela não soube aproveitar a minha... paciência e a minha bondade. Eu estou a ser extremamente considerável após as merdas que ela tem feito, mesmo após eu ter poupado a inutilidade que ela chama de vida, quando já devia estar debaixo da terra, a fazer companhia ao seu pai, depois do que fez. Qualquer moça estaria bem mais comportada que ela no lugar dela. Eu acelerei para fora dali, em direção a um clube, com certeza passar a noite olhando para um bastardo, não é uma opção que me satisfaça. - Oh, não dá... - o Jake fala pela quinta vez o mesmo, tentando puxar a merda do nariz dele para o lugar por ele mesmo, e eu reviro os olhos. Todos se tornarão inúteis em tão pouco tempo. - Chorando por um nariz quebrado, com a cara deformada por uma moça desarmada e de estatura média... - eu comento e levo o meu olhar para ele por uns segundos, vendo a sua face de indignação e dor. Está literalmente um caos. Não irei mentir, eu estou impressionado, porém, extremamente desapontado com o Jake. - Eu questiono-me para que você serve, Jake? - eu questiono-o. - Oh... - ele geme de dor e eu procuro ignorar a minha frustração pela amizade que tenho com ele. - Eu avisei que aquela moça era perigosa e que era uma má ideia a trazer. - ele fala indignado. - Eu sei como lidar com ela. - eu falo. - Porém, independentemente disso, você não devia estar desse jeito por conta de uma moça desarmada, Jake. - eu falo. - Você está a ser injusto comigo, Alexander. - ele comenta, me observando indignado, e eu não tenho certeza se estou interessado no seu argumento. - Você proibiu-nos a todos de tocá-la. - ele diz e eu questiono-me qual seria a necessidade deles o fazerem quando ela está desarmada. - Você estava com as suas mãos nela, não era suposto que em menos de cinco segundos estivesse deformada por ela desse jeito. - eu digo-lhe e ele sorri. - Você está a ser inconsequente como sempre, Alexander. - ele diz. - Esse tempo fora não mudou você nada. - ele diz e eu irei relevar por conta da merda da possível dor que ele possa estar a sentir. - Você tem noção de quem aquela garota é? - ele questiona retoricamente. - A merda do maior inimigo do seu pai, se bobear, a filha do inimigo de toda uma cadeia organizacional mafiosa. - ele diz exaltado. - Uma assassina, ela foi treinada por um dos melhores agentes secretos do mundo baseado na FBI, ela foi treinada por eles, Alexander. - ele diz exaltado. - Eu entendo que a subestime, mas esse foi um grande erro, porque a beleza dela e a delicadeza dos seus traços físicos não condizem em absolutamente nada com o que aquela filha da mãe é capaz de fazer. - ele fala, e eu franzo o cenho. - Eu realmente não achei que estivesse com tanto medo assim. - eu falo sinceramente surpreendido com isso. Indignado com isso eu diria. - Eu estou, estou com muito medo, eu vou confessar. - ele confessa exaltado. - Por você, porque eu sou responsável por você e é suposto que eu não deixe você ser inconsequente e fazer merda! - ele exclama. - Você colocou a pessoa que atirou contra o seu pai, na frente dele, como você acha que eu não terei medo, c*****o? - ele questiona. - Você está começando a deixar-me irritado. - eu falo, suspirando, porque até ele está a tirar a merda da minha paciência agora. - Fique quieto. - eu ordeno-o. - Ela vai morrer e isso que não devia ter começado vai acabar de uma vez por todas. - o meu olhar vai instantaneamente para ele. Isso não foi um pedido de autorização e sim uma afirmação. Os seus olhos veem para mim, e ele está domado de fúria, porém, medo também, e esse medo não é da Bourne e sim de mim. Tanto medo que ele não me deu a massada de o questionar. - Eu coloquei algumas cobras venenosas lá dentro. - ele diz, e a minha reação imediata, foi travar a merda do carro. - Alexander. - ele diz, e eu fecho os meus olhos controlando a minha indignação para não explodir com a cabeça dele aqui e agora. - Quer repetir o cazzo que disse, Jake? - eu o questiono, furioso. Ele fez algo contra as minhas ordens? - Alexander, ela já deve estar morta, isso é para o seu bem, deixe a merda desse plano também, antes que cause mais problemas, me escute... - eu olho para frente. - Desça. - eu ordeno e escuto o seu suspiro. - Alexander... - ele diz e eu inspiro fundo. - Desça da merda do meu carro, Jake. - eu repito pela última vez, e assim ele faz, enquanto um dos homens que vinha no carro atrás aparece no vidro. - Está tudo bem, senhor? - que merda você fez, cazzo. - Vamos voltar. - eu falo e ele assente. - O Jake não entrará em nenhum dos carros, e eu quero que ligue para o hospital de forma sigilosa imediatamente. - eu mando e ele assente. Eu não aguardo a sua resposta e simplesmente faço a inversão de marcha e acelero rumo àquela merda de lugar. Eu quero-a morta, mas não agora. - Merda! - que merda aquele i****a fez. Estava a trinta minutos de distância de lá, mas de algum jeito, provavelmente de indignação, eu fiz a trajetória de volta em oito minutos. Eu m*l estacionei, os homens já saíram para abrir a porta do lugar. Que merda esse desgraçado fez. Eu saio do carro e vou até lá e a vejo extremamente pálidas por cima de uma estante de ferro presa à parede desmaiada. Cazzo. O lugar está como eu ordenei enfestado de cobras não venenosas aqui dentro, o que não é um problema, se o merda do Jake, não tivesse colocado entre elas venenosas, que claramente uma picou a Ella, que eu peguei no meu colo imediatamente, observando o chão. - Tire foto dessa, e mande para o médico. - eu ordeno caminhando de volta para o carro, enquanto procuro sentir a sua pulsação pelo pescoço. - p***a. - os seus batimentos estão fracos. Eu coloco-a no banco de trás, sem cerimônias, e simplesmente acelero para fora daqui, na direção do hospital. Não é suposto ela morrer por outra pessoa que não seja eu. Chegamos ao primeiro hospital, e já aguardavam por nós do lado do estacionamento, para evitar chamar atenção. - Apressem-se. - eu ordeno, entrando com eles que correm para dentro de alguma sala aqui com ela. Ele diz que quer me safar de uma merda, fazendo outra grande merda. O seu vestido tem uma f***a propositada exibindo a sua perna, onde obviamente ela retirou o tecido que amarrou no seu tornozelo. Cazzo. A frustração não me faz pensar coerentemente e eu passo as minhas mãos pelos meus cabelos furioso, e esperando que ela simplesmente não morra. O som do meu celular tocando, deixou-me mais indignado, porém atendi-o. - Onde está? Sairemos juntos de casa ou vocês encontram-nos no restaurante? - o Leonardo questiona e eu suspiro fundo, buscando controle, e paciência. - Eu não irei. - eu respondo-o. - Pare com isso, Alexander. - porque merdas ninguém nessa família consegue entender uma única resposta como resposta. - Eu estou com a Ella no hospital. - eu aviso-o, somente para que ele se cale. - O quê? O que houve? - ele questiona e eu suspiro fundo. - Ela foi picada por uma cobra. - eu respondo-o raso. - Cazzo... - eu ouço ele balbuciar ao celular. - Nós estamos a vir. - ele diz e simplesmente desligo o celular colocando em silêncio. Eu comecei isso, e tê-la trazido para isso agora implica ela só sair quando o que foi planeado seja concluído, caso contrário, a merda que evitei pedindo-a em casamento, virá a tona para além de todo o resto. Algum tempo se passou, e finalmente o médico saiu lá de dentro. - Ela está viva? - eu o questiono e ele assente para a minha satisfação. - ... - eu suspiro aliviado. - Nós conseguimos fazer a extração do veneno, antes que o sistema circulatório dela causasse uma hemorragia interna. - ele fala. - Quando ela poderá sair? - eu questiono-o. - Ela precisará pernoitar aqui, ela está demasiado fraca, e precisa de controle. - ele diz. - Se ela tiver um quadro aceitável provavelmente amanhã. - ele responde e eu fico aliviado. - Alguma sequela visível? - eu o questiono. - Nenhum sinal de paralisia aparente, mas temos algumas coisas para verificar quando ela acordar, depois disso poderá entrar. - ele diz. - Ótimo, obrigado. - eu falo e ele sorri assentindo positivamente. - Sempre a sua disposição. - ele diz sorrindo e então sai, no mesmo instante que eu vejo o Leonardo, todos os outros entrarem. - Ela está morta? - a primeira questão foi da Clarisse, e observo-a me questionando que merda ela faz aqui para início de história. - Esse é o seu desejo, Zanan? - eu questiono-a e o seu rosto ruboriza. - Ela foi picada por uma serpente, não foi? - ela questiona. - Normalmente elas são fatais. - eu me questiono o que a Ella falou-lhe ontem nas escadas que a deixou assim, pois hoje, ela procurou vasculhar o passado da filha dela. Que supostamente sumiu do mapa. É óbvio que ela não encontrou absolutamente nada, a Bourne não possui nenhum dado que a leve a ela, eu descobri por coincidência a sua existência e porque os meus recursos obviamente são diferentes dos da Zanan. Que obviamente tem de fazer isso discretamente, pois não quer que o Salvatore ou o filho descubra a sua investigação pela filha que ela abandonou. - Ela está bem? - a Natalie questiona, enquanto eu vejo a minha mãe dando um olhar escarnecedor a Clarisse. - Segundo o médico, sim. - eu afirmo e eles assentem. - Onde vocês estavam? Como isso aconteceu? - a Kassandra questiona e eu suspiro fundo exausto de questões. - Passeávamos, quando infelizmente o incidente aconteceu. - eu respondo. - Ia comprar mais uma cobra, pois não? - o Stefano questiona sorrindo. - Quem em sã consciência tem cobras como animais de estimação? - ele devia ter ficado naquela mansão. - Não ofenda a sua mãe, Stefano. - eu falo e ele revira os olhos, e a Clarisse ruboriza. - Eu exijo que me respeite, Alexander. - ela fala e eu sorrio. - Você está me irritando, saia daqui. - eu ordeno, me sentando e sinto a mão do Leonardo no meu ombro. - Já chega, Alexander! - o Salvatore finalmente fala. - Devia ir embora também, na sua condição não é pertinente ficar aqui, papai. - eu falo olhando para ele que me observa frustrado. - Está a ser inconveniente. - a Zanan diz e eu sorrio para ela, irritado. - Alguém a chamou para cá, Zanan? - eu questiono, me levantando e indo até ela que ruboriza. - Você é como se fosse um filho para mim... - os meus ouvidos querem tanto que as cordas vocais dessa p**a rebentem. - Os meus filhos têm uma mãe, Clarisse. - a Kassandra diz e eu estou sem paciência. - Se pretende ficar aqui, controle as suas esposas. - eu falo para o Salvatore. - Alexander. - o Leonardo diz e em resposta do meu pai, a sua mão vem para o meu rosto e eu não o impedi, por motivos óbvios, e sorrio, levantando o meu olhar para ele. - Não se esqueça com quem está a falar, Duce. - ele diz passeando os seus olhos sempre frio no meu e eu sorrio. Tão previsível. - Jamais, papai. - eu digo-lhe, sem retirar o meu olhar do dele. - Mas se pretende ficar aqui, enquanto é a minha esposa que está internada, terá de controlar as suas esposas, principalmente a sua amante, se pretende permanecer aqui. - eu falo olhando nos seus olhos e vejo a mesma expressão de fúria no seu olhar de sempre que me irrita. Ele protege quem não deve, desde sempre. - Pare com isso, Alexander! - a nonna diz frustrada e eu volto a sentar-me. - Inconsequente. - o Stefano balbucia, e eu resolvo ignorar esse bastardo antes que eu perca o controle. O ponto positivo é que o corredor está vazio. - Cale a boca, você também. - a Ginevra diz. - Esse não é local e tão pouco hora. - ela prossegue em falar e sinceramente, assistir a Bourne dormindo não me parece uma má ideia. - Eu vou buscar um café. - a Natalie diz no intuito de amenizar o clima. - Alguém mais gostaria? - ela questiona e eles respondem. - Preto e sem açúcar, Alexander? - ela questiona fazendo-me olhar para ela, e sorrio. - Dessa vez eu dispenso, obrigado, Natalie. - eu respondo-a e ela assente. - Tudo bem. - ela diz e sai. Eu estou a perder completamente a paciência a cada milésimo que passa. Depois de um tempo o médico retornou quando a Ella, acordou para fazer o resto dos exames, e depois disso, eles entraram e confirmaram que ela estava bem, e finalmente foram embora. Abbi pazienza.
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