Capítulo 45

2189 Words
Kaio Smith. O facto de estar sozinho em casa, é ótimo. Quando chegamos cá, foi bem mais fácil explicar as coisas para a senhora Soo do que eu imaginava que seria, e seria uma história completamente diferente se os meus pais estivessem aqui. Elas dormiram aqui, o James que está atacado da cabeça também, mas foram essa manhã para casa. A Heyoon precisava voltar ao restaurante, a senhora Soo queria retornar para casa, mesmo após eu insistir que elas ficassem, pois nunca se sabe. São mafiosos, e não quaisquer, La Cosa Nostra, é simplesmente a maior organização clandestina e mafiosa de todo o mundo, eles literalmente são intocáveis e comandam tudo, não apenas a Itália que a sua origem, mas as demais organizações em todo o mundo. E é óbvio que essas coisas, eu sei pelo meu pai, e da Ella, não é algo exposto a público, tanto que os Riina, não são conhecidos por isso, e sim pelos outros imensos negócios bilionários que eles possuem, que supostamente são legais, mas é mais para disfarçar o que está por detrás. Governo não interfere, nem as maiores organizações secretas como a que o meu pai e o da Ella trabalham, podem os parar. É a hierarquia injusta das coisas, quem tem mais poder domina todo o resto. E adivinhem, a Ella sabe demais, eu e todos os outros estamos preocupados exatamente por isso. O que a Ella fez, para que eles nos deixassem em paz? Eles não a deixariam viver sabendo o que ela sabe e depois o que ela fez. Eles não têm pena nem de um rato, terão pena da Ella? Eu chego em casa, preocupado após deixá-las lá no bairro da Ella, aquele lugar é tão distante. O James decidiu entrar lá na casa dela, para quê? Não sei, não faço a mínima ideia. Eu desisti de tentar entender ou de botar juízo na cabeça daquele teimoso, eu também estou farto. De tantas chamadas que eu estou ignorando do meu pai, fica óbvio que ele já sabe, mas eu não tenho certeza sobre como contar uma coisa dessas. - Oh… - eu suspiro, me sentando na frente do meu monitor, na minha mesa de estudos, inquieto. E se ele a matou? - Kaio, pare de pensar merda… - eu falo comigo mesma, observando o porta-retrato aqui na mesa com as nossas fotos. - Oh, Ella! - eu exclamo ficando mais apreensivo, quando me assusto com uma vídeo chamada iniciando no meu monitor, e suspiro fundo, já sabendo que é o senhor Smith simplesmente hackeando-me mais uma vez. - Bosta… - eu murmuro num misto de susto e simplesmente… desespero. - Podia ter-me dado um pré-aviso. - eu falo vendo o seu rosto na tela, e ele obviamente não está com um semblante animador. - Por que razão eu tive de saber sobre isso pela mídia, Kaio? - ele questiona e oh… ele está chateado e eu não esperava menos. - Papai… - m*l eu tento falar ele corta-me. - Eu quero que me conte detalhadamente o que aconteceu. - ele pontua e eu assinto inspirando fundo. Tudo bem… - Primeiro, o senhor devia saber de uma coisa… - eu falo desesperado e inquieto com o seu olhar. - Fale, Kaio. - podia usar um tom mais ameno, não senhor Smith, isso é complicado para mim. - Eu… - que merda. - Eu matei uma pessoa. - eu falo de uma vez fechando os meus olhos com medo da sua reação. Não muito corajoso da minha parte, mas eu não necessariamente estou no meu habitat natural e espiritual para ser corajoso agora. Eu abro os olhos recatadamente e vejo ele se encostar a poltrona, com outro semblante. Ele não está furioso. - Onde está o corpo? - ele questiona, e bem, acho que já dá para contar. - É aí que começa a história. - eu falo e ele suspira, me observando atento. - Foi sem querer eu juro, foi uma briga lá no Porto, com… a Ella disse que o moço é filho de alguém perigoso, alguém da máfia. - eu explico. - Kaio, você matou o filho de algum mafioso? Sumiu com o corpo? - ele questiona e eu sinto o mesmo desespero daquele dia, cada vez que ele aumenta o tom. - Não cara, calma! - eu exclamo e ele inspira fundo. - Kaio, eu preciso entender isso o quanto antes, o que aconteceu? - ele questiona. - Bem, um filho da mãe teve a sabotar os meus projetos da faculdade, e eu resolvi sabotar de volta, e a ideia foi sabotar o yacht dele. - eu conto. - Com o James. - ele afirma, de uma vez. - Com o James. - eu falo sem ter como esconder e ele apenas suspira. - E depois? - ele questiona. - Houve uma briga, ele nos apanhou com mais pessoas, e no meio eu só sei que eu matei o segurança, mas tive que correr dali, pois eles tinham armas e acabaram apunhalando o James. - eu falo. - Foi um caos, e a única pessoa que pensei em chamar para nos ajudar foi a Ella, afinal, eles estavam a atirar contra o carro e contra nós. - eu falo. - Vocês estão bem? - ele questiona após suspirar fundo mais uma vez, frustrado. - Fisicamente sim. - eu falo. - E a Ella? - ele questiona visivelmente preocupado, e eu sinto-me pior, porque se eu tivesse-me mantido quieto e não a tivesse feito sair de casa naquela hora e naquele dia, ela com certeza saberia e teria identificado aqueles desgraçados. - Então, ela chegou a tempo lá no Porto, e simplesmente amarrou o Gerard Marconi, o tal moço que andou a sabotar os meus projetos, e os amigos dele numa árvore, ela não tocou neles. - eu conto. - Na verdade, eu acho que ela só o reconheceu depois. - eu falo. - O que aconteceu foi que, ela mandou com que nós fôssemos apagar as imagens e desligar as câmeras, enquanto ela tirou o corpo do segurança, e o senhor sabe… - eu falo dando de ombros. - Apagar qualquer prova. - bem, ele conhece a Ella. Ele e o senhor Bourne a ensinaram essas coisas, eles criaram uma máquina, com certeza ela é tão boa e se bobear melhor que eles. - Então livraram-se do corpo? - ele questiona e eu passo a mão pela minha cabeça frustrado. - Sim e não. - eu o respondo e ele já está sem paciência. - Kaio, seja coeso. - ele exige e eu inspiro. - Está bem, está bem. - eu falo. - Nós deixamos a Ella sozinha, e fomos ter com a senhora Soo, porque o James perdeu muito sangue, ele precisava de uma transfusão ou caso contrário morreria. - eu conto. - A Ella não pode se livrar do corpo imediatamente, porque teve de ir buscar sangue para o James, ele não pode ir ao hospital. - eu conto. - Em que merda vocês andam se metendo? - ele questiona retoricamente visivelmente frustrado. Mal ele sabe da metade dessa história. - O que aconteceu, é que… - como eu tenho certeza que isso não o irá enfartar? - p***a, fala Kaio! - ele exige já frustrado. - Ela tinha atirado no assassino do tio Bourne. - eu falo e eu vejo a expressão do meu pai ficar estática. - Ela encontrou-o uns dias antes e atirou no meio da cabeça do Salvatore Riina. - eu conto e eu vejo as suas mãos irem para a cabeça. - Eles não a acharam e nem a viram naquele dia, mas o Alexander Riina, o herdeiro… - eu falo. - Eu sei. - ele fala, e eu faço uma careta. - Então, quando eu e o James chegamos formos feitos de reféns com a senhora Soo e a Heyoon, a casa da Ella tinha sido revirada por eles, tinham carros e inúmeros homens aguardando por ela… - eu falo e dos cabelos as suas mãos vão para o seu rosto frustrado. - Nós não tivemos como a avisar, e o senhor já deve imaginar o resto… - eu não consigo mais elaborar essa história também. Literalmente um minuto de silêncio tomou conta da nossa chamada, ou mais. - Você devia ter me contado que a Ella atirou no Salvatore. - ele diz abismado e com a voz vaga. - Eu lamento. - eu falo, mas ele sabe que a Ella não quer que ninguém interfira com merda nenhuma que ela faz. Ninguém se interfere em absolutamente nada que ela faz, ela nem sequer tem seguranças na sua cola. Ela tinha… e como é óbvio, eles reportavam para a base todas as… bem, as aventuras bem perigosas da Ella, e a Ella nunca gostou de ser controlada. Essa situação que fale por si, só. - E o canalha não morreu. - ele afirma frustrado. - E além deles terem feito vocês de reféns, levaram an Ella com eles… - ele diz visivelmente confuso. - Por que acha que ele se casou com ela? Claramente, eles estão nos vigiando, e a ameaçaram connosco, mas qual seria a razão dele para isso. - eu falo e ele está frustradíssimo. - Isso não faz sentido. - o meu pai afirma, e eu me encosto a poltrona. - Alexander Riina, é impiedoso. - ele afirma, e ele tem essa fama. - Porém, simultaneamente diferente do pai, ele é rebelde, só tem vinte e cinco anos, sempre criou as suas próprias regras… - ele pensa com ele mesmo. - Provavelmente, a Ella fez um acordo com ele. - ele afirma. - E que acordo seria esse? - eu questiono. - Como que acordo? A mãe da Ella. - ele afirma e eu franzo o cenho, a Heyoon falou alguma coisa sobre isso. - A senhora Clarisse? - eu questiono confuso. - Ela está presente em algumas imagens, aparentemente, a resposta de como o Salvatore achou o Jason, foi achada. - eu não acredito numa merda dessas. Rapidamente eu pego o meu celular para reparar melhor nas imagens que nenhum de nós prestou atenção. Eu não acredito numa merda dessas… - Que merda… - eu e ele balbuciamos simultaneamente. - Provavelmente, o Alexander tenha alguma rivalidade pessoal com o pai, e entrou nesse acordo com a Ella. - o meu pai afirma com mais convicção. - Tá, mas que rivalidade? - eu questiono. - Isso infelizmente, só quem saberia responder agora é a Ella. - ele diz frustrado. - E o que faremos? - eu o questiono e ele literalmente levanta-se rugindo de raiva. E é raro uma coisa dessas acontecer, mas eu já esperava. - Nada, nada, nada… - ele repete mais para ele mesmo do que outra coisa. - Não existe nada que possamos fazer. - ele fala frustrado sentando-se novamente. - A Ella entrou onde jamais deveria ter entrado. - ele fala, e os seus olhos estão literalmente avermelhados. - Caso ela consiga entrar em contato, avise-me imediatamente. - ele diz, e eu franzo o cenho. - Bem… - eu balbucio e ele afina o olhar já exausto. - O que ocultou? - ele questiona e eu suspiro fundo. - A Heyoon foi sequestrada ontem. - eu conto. - Eu e o James encontramos ela num dos cativeiros deles, mas fomos… encontrados. - não existe coisa mais vergonhosa do que dizer para o meu pai que eu não sou nada bom quanto ele. - Nós ficamos cativos por um tempo, mas repentinamente, fomos soltos… - eu falo ficando exasperado. - Nenhum de nós tem notícias da Ella, o que ela aceitou dessa vez para que nos soltassem? - essa é a questão que ecoa na minha cabeça, e não me deixa tranquilo, mesmo sabendo que a Ella sabe cuidar dela mesma. - A Ella está refém, mas jamais permitiria que tocassem nela ou se deixaria ser morta por nenhum deles. - eu espero que sim. O senhor não viu, o homem do momento, o bilionário e o fascínio das mulheres, que tendo o visto de perto naquele dia, ficou claro o porquê são fascinadas. O homem tem a beleza majestosa que não condiz em nada com a merda que ele faz e com a família que ele pertence. Ele estava com um exército contra a Ella. E assim… a Ella estava desarmada e confronta agora, ela é esperta, mas está sozinha com outra máquina que foi criada e educado para ser bem mais esperto que ela. Oh, que bosta! - Eu quero que mantenha distância desse Gerardo Marconi, e reforçarei a vossa segurança, não saia sem eles, tanto a Heyoon como a senhora Soo e o James. - ele diz e eu já esperava. - Ok. - eu o respondo. - Eu não quero que esconda mais merda nenhuma, assim que eu tiver alguma informação ou algum sinal verde trabalharei, mas eu quero que me mantenham informado. - ele exige. - Tudo bem. - eu o respondo e ele suspira frustrado mais uma vez, e ficamos desse jeito por um bom tempo. O que está acontecendo com a Ella?
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