Capítulo 46

2067 Words
ELLA. Eu sentei-me na cama ligando o celular, e não demorou para escutar batidas na porta. Mais relaxada eu levantei-me e fui abrir a porta. - Bom dia, senhorita Ella! - uma moça dos seus provavelmente trinta anos saúda e eu ofereço-a um pequeno sorriso. - Bom dia! - eu a saúdo. - O meu nome é Jaqueline, eu sou uma das responsáveis pela limpeza na mansão. - ela apresenta-se. - Estou ao seu dispor. - ela diz e eu assinto. - Muito prazer, Jaqueline. - eu falo e ela sorri, enquanto olha para baixo. - Ah, Jaqueline eu gostaria de pedir para que levasse e lavasse isso daqui. - eu falo, e ela olha para tudo confusa. - Claro, senhorita. - ela diz sem questionar muito. - Mas, pode me dizer se tem algum problema? São vários lençóis... - ela comenta me observando confusa, até sugestiva. - Eu sou um pouco maníaca com limpeza. - eu falo num tom que seja compreensível para ela e ela assente ainda confusa, mas um pouco conformada com a minha resposta. E eu definitivamente não sou nenhuma maníaca da limpeza, essa pode ser mais a Heyoon, mas com certeza não sou eu. - Se não for nenhum incômodo? - eu a questiono e ela assente. - Claro senhorita. - ela responde pegando nas coisas, e as leva para colocar no carrinho com que ela veio. - Ah, senhor! - ela exclama olhando para o corredor, e o seu rosto fica extremamente vermelho. - Jaqueline, como está? - oh, ele é simpático para ela, para o resto eu não vi ele saudar nenhum assim. - Bom dia senhor. - ela diz, com a cabeça razoavelmente baixa. - O que faz aqui? - o Alexander questiona e ele m*l sabe qual será a sua surpresa, se bem que, porque ele notaria imediatamente que a amiga venenosa dele está estática, adormecida... para sempre. Ele levanta o seu olhar do dela para mim intrigado. - A senhorita Ella, queria que algumas roupas de cama fossem recolhidas. - ela responde-o e ele observa-me atentamente e eu mantenho a minha calma. - Eu virei arrumar o vosso quarto assim que estiverem prontos. - ela afirma. - Tudo bem, muito obrigada, Jaqueline. - eu falo para ela. - Com a vossa licença. - ela diz, e sai puxando o carrinho, enquanto eu ignoro o ser humano de quase, senão dois metros, com a camisa adornando os seus músculos um por um, meio suado e com os cabelos meio bagunçados, uma visão que não devia deixar o meu corpo desse jeito. Que p***a! Ele fecha a porta atrás de mim, e eu sinto o seu olhar me observando por trás, mas eu mantenho a minha calma, e vou pegar no celular novamente. - O que foi isso? - ele questiona, e eu levanto o meu olhar para ele, sentando-me na cama. - Você não achou que eu ficaria com aqueles lençóis aqui, depois do que você fez, não é? - eu questiono-o e ele me observa desdenhoso. - Precisou tirar os lençóis da cama também? - ele questiona passeando o olhar por ela, enquanto eu vejo gravado apenas o número dele, da mãe, e do Jake, o que faz-me revirar os olhos. - Se eu pudesse tirar você também, eu aproveitaria. - eu falo e ele analisa-me minuciosamente quando decidiu me ignorar e ir até a casa de banho. - Você é muito esquisita. - ele comenta caminhando até lá e eu reviro os olhos. - Diz alguém que para além de ter uma cobra de estimação, a chama de Laila. - eu falo para mim mesma, indignada, levando o meu olhar para o terrário, onde eu mandei para o inferno a amiga dele. Ao menos ele já terá quem o receber quando chegar lá. Eu preciso de um computador, eu preciso saber se todos os meus amigos estão realmente bem, e começar a tramar um plano para sair desse inferno, explodir todos aqui dentro. Eu só preciso certificar-me que em qualquer coisa que eu fizer, eles estejam fora disso ou ao mesmo distantes do radar dos Riina. Talvez eu consiga fazer alguma coisa nessa saída com a Kassandra. Alguma coisa... - Está pronta? - a voz dele me desperta dos meus pensamentos, e eu levo o meu olhar até ele que até vestido já está. Ter ficado trancada naquele apartamento sozinha tem-me feito ficar perdida nos meus próprios pensamentos por tempo preocupante. Ele literalmente encara-me como se eu fosse esquisita, enquanto eu me levanto. - Estou. - eu respondo deixando o celular na mesa de cabeceira, enquanto ele atende o celular dele que começou a tocar e caminha na direção da jiboia dentro desse terrário. Um, dois, três... A feição do seu rosto muda completamente. E sem explicação alguma ele desliga o celular, e abre o terrário sem receio algum e um arrepio corre pela minha espinha, mas não por medo dele, e sim por ver essa coisa rastejante chamada Laila. Ele a toca, e eu reviro os olhos, arrepiada. Uma cobra de estimação, valha-me! O seu olhar vem até mim e eu vejo faíscas nos olhos azuis dele. O seu olhar de fúria na minha direção fez os meus pêlos ficarem tão arrepiados quanto quando esse animal estava subindo e enrolando-se em mim. - Você a matou? - eu me questiono como descobriu tão rápido, mas o seu tom baixo e de ameaça, faz-me sorrir, porque evidentemente, por alguma razão, ele se importa com essa coisa. - Foi fácil demais, não durou nem um minuto. - eu falo, me aproximando dele, porque se ele pensa que eu vou recuar por medo dele, ele está muito enganado. O seu maxilar cerra, e eu juro, que a feição de raiva dele, está pior do que a que eu vi ontem. Ele oscila o seu olhar no meu, como ponteiros de um relógio e sorri. Mas o seu sorriso, é de quem quer literalmente me matar, e eu gosto de o ver assim, mostrando quem ele realmente é. - Você a matou? - dessa vez a sua voz sai mais baixa e obscura, quando a sua mão adornou o meu pescoço com a mesma força que aquela cobra enrolou o meu pé essa manhã, e eu sorrio, observando o seu rosto, e sentindo a raiva dele diretamente na minha pele. O seu polegar bem no centro da minha garganta pressiona a minha pele, de um jeito que o fluxo do ar some. - Eu a matei, e ela morreu submersa no próprio veneno. - eu falo, sentindo as minhas veias pulsarem com o oxigênio interrompido nas minhas veias. No mesmo instante, a minha nuca bateu forte contra a parede e as minhas costas também, e o som foi estrondoso, para confirmar a dor que eu senti, e deixou-me completamente tonta. O seu aperto no meu pescoço está se tornando insuportável, eu recuso-me a deixar-me sentir dor ou expor a minha clara falta de ar para ele. - Você é uma grande filha da p**a! - ele fala nervoso, chamas acendem o seu olhar que me encaram impiedosamente, e na minha tentativa de o afastar usando o meu pé, ele imobiliza-me, usando o seu corpo. - Me chame de p**a mais uma vez… - eu falo levando as minhas mãos até as suas, que nem as sentem de tanta fúria, mas ele também não viu a minha fúria. - E o que eu fiz com o seu pai será igual uma brincadeira de criança comparada ao que eu farei com você. - eu falo com nervosa, e ele sorri de raiva. - Eu estou ansioso para isso, como fará isso debaixo da p***a da terra, Ella? - ele questiona fulo, me afastando minimamente e voltando a golpear a minha cabeça contra a parede mais uma vez, imobilizada. E vendo que ele não está mais em si, e que realmente vai me matar, eu uso o que me sobrou. A boca. Os meus pés estão no ar, ele literalmente levantou-me pelo pescoço, e pelo aperto sufocante no meu pescoço eu não consigo levar os meus dentes até as suas mãos, consigo levar os meus lábios até aos dele, e ignorando a reação do meu corpo, eu tomo o seu lábio inferior suave no meu, e mordo, ele não me soltou, porém, afastou-se de mim indignado e literalmente lançou-me contra o terrário. Atordoada por conta das batidas fortes contra a parede, eu senti o meu corpo colidir com o terrário que não só caiu junto comigo, como se estilhaçou ao chegarmos no chão, e a cobra também veio parar ao chão com a cauda bem perto dos meus pés. Eu sinto um corte ser feito no meu pulso por um dos pedaços de vidro, enquanto procuro levantar-me, com a minha visão nem tão pouco nítida. - Você é doída, garota? - ele questiona abismado, passando o dedo pelo seu lábio inferior que está sangrando, com a testa franzida de raiva, me observando, enquanto eu levanto-me sentindo pequenos cortes na minha pele exposta e eu passo a língua pelos meus lábios, sentindo o gosto dele ainda nos meus. - Isso foi uma pergunta? - eu questiono-o assim, com o meu sangue no topo da cabeça, e atiro na direção dele, a peça de cristal que estava aqui, e pelo rápido reflexo dele, ao invés da peça rachar do rosto dele, ela racha contra a parede, estilhaçando-se toda pelo quarto. - O que está a acontecer aqui? - a voz da Kassandra soa logo atrás de nós abrindo a porta de forma brusca, e ele inspira fundo, olhando para o teto, e passando ambas mãos que me asfixiavam, para o seu rosto, tentando se acalmar, e eu procuro, estabilizar os meus batimentos cardíacos, e a minha respiração. - Bozhe moy! - isso claramente é a língua dela que ela mesma exclama. - O que aconteceu? - ela questiona olhando para tudo e depois ela passa o seu olhar de mim, e depois para o filho indo até ele. E eu inspiro fundo a minha raiva. - O que aconteceu? - eu ouço atrás a voz do Jake e sem conseguir, eu reviro os olhos. - O Alexander encontrou a Laila morta. - eu falo, colocando a minha mente para funcionar, e engolindo a minha raiva por enquanto. - Za boga… - ela balbucia em russo mais uma vez, olhando para o bicho estendido extremamente cumpridos e gordo, com certeza já engoliu alguém, no chão. - Ela chegou bem, hoje, como isso aconteceu? - o Jake questiona mais para provocar e atrair suspeita para mim, me encarando, e recebe um olhar de repreensão do chefe dele. Eu retiro o caco de vidro que penetrou a minha pele, no meu pulso. - Querida, está ferida! - a Kassandra diz, observando-me tirar o caco, e eu seguro-me para não revirar os olhos. Ela não se importa com o meu ferimento. - Está tudo bem, eu vou limpar. - eu falo, olhando para o Alexander, que está num luto silencioso, uma vontade de me matar tendo de ser supressa, por enquanto, isso é que está no seu olhar e na sua expressão. - O Alexander não está bem, a Laila era demasiado importante para ele. - eu não resisto em caminhar até a casa de banho em silêncio, e eu vejo a sua mandíbula cerrar enquanto ele retira o seu olhar de mim, que entro na casa de banho e fecho a porta, inspirando todo o ar possível a vontade agora. Eu lavo o meu pulso com a cabeça baixa e os olhos fechados sentindo o meu corpo meio trêmulo, o meu coração acelerado, dor forte na cabeça e tonturas. Desgraçado… - Desgraçado… - eu balbucio, nervosa e satisfeita ao mesmo tempo, jogando água no meu pescoço. Eu ouço movimentos no quarto, e ainda bem que essa coisa rastejante se vá embora logo. Não me admiro em nada que nenhum deles olhe com surpresa aquele animal, é cria deles, eles possuem o mesmo veneno que ela tinha. Já basta eu ter que conviver com eles, com aquele filho da mãe, eu não sou obrigada a dormir com a personificação deles, rastejando, ou provavelmente me engolindo e cuspindo o seu veneno para dentro das minhas veias. Ele que chore, se quiser, não é como se eu tivesse pena é tão pouco me importasse. Já foi uma, falta o resto.
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