Capítulo 70

2565 Words
ELLA. O caminho até lá foi tranquilo, ele na dele, conversando com quem tivesse indo para lá, nenhuma informação que pudesse ser aproveitada pela minha pessoa e eu na minha. Presa na minha cabeça, até chegarmos a esse lugar, obviamente que precisa ser m****o para entrar, porém, está cheio, não é algo que eu goste, porém, é algo que eu preciso que esteja para que tudo saia corretamente. Eu só frequentava esse lugar para coisas específicas, nada a ver com diversão e quando se tratava de diversão era simplesmente porque o James me puxou para a vida dele. Quem quiser se divertir numa balada exclusiva, pode sempre contar com o Kent. Se eu não tivesse visto o estado em que ele saiu daquela mansão e se eu não soubesse o que fizeram com ele, com certeza, teria uma pulga na orelha de que ele possa estar aqui. - Não fique assustada, é só uma balada. - o Alexander diz, me provocando para variar, assim que se junta a mim, após sairmos do carro, com os outros vindo logo atrás, e a quantidade de olhares que ele está a atrair é abrupta para um lugar tão cheio quanto esse. - E por que razão eu estaria assustada? - eu questiono-o, entrando com ele, numa boa, os seguranças como todos os homens dele, não fizeram questão nenhuma de o olhar nos olhos e tão pouco a mim, e a música desse lugar simplesmente explodiu com os meus tímpanos. - Não é óbvio? - ele questiona bem próximo do meu ouvido, por conta do som pegando na minha cintura, o que me desestruturou fisicamente, no mesmo instante, enquanto os meus olhos passeiam pelo lugar com luzes baixas intercalando com o jogo de luzes espalhados pelo lugar. Têm inúmeras pessoas, das mais variadas pessoas, e mesmo assim de entre elas eu consigo ver os rostos de cada filho da mãe comandado pelo Alexander. - Alexander, me deixe em paz. - eu falo já sem paciência. - Calma, eu só estou a brincar… - ele diz sarcástico. - Não devia se levar tão a sério, Ella. - ele diz e eu levo o meu olhar até ele, que simplesmente sorrio para as pessoas na frente, que já vinham até nós. - Ah… - eu sorrio indignada revirando os olhos, observando essas luzes. Eu levo-me demasiado a sério, para você, senhor Alexander Riina? O Leonardo e o Stefano com as esposas vêm logo atrás, saudando todos aqui. - Essa é a minha linda esposa. - nossa, ele é tão social. Eu finjo um sorriso, ignorando as mulheres aqui que sorriem forçadamente igualmente, olhando-me de soslaio. - Oi, prazer! - eu falo os saudando com dois beijinhos no rosto. - Oi! - eles vão dizendo, enquanto saúdam também os outros. - Você é realmente bonita. - uma delas comenta, e eu dou um mínimo sorriso a encarando. - Obrigada. - eu agradeço-lhe voltando para perto do Alexander que sorri, me encarando e eu sorrio de volta o encarando e escutando as batidas da música reverbando pelo meu corpo. Ele quer jogar esse jogo, então iremos jogar. Eu sempre gostei de brincar do que não devia mesmo. Agora com quem não devo, é mais do que interessante para mim. - Eu conheço você? - uma das meninas questiona, me observando. - Eu duvido. - eu falo e ela assente sorrindo de lado, como se fosse óbvia a minha resposta. - A Ella é um pequeno mistério, ela apareceu do nada. - a Chiben comenta num tom sarcástico fazendo os outros rirem, enquanto os garçons aqui distribuem cocktails, e outras bebidas, na mesa em que estamos. - Me questiono até agora como ela conheceu o Alê, nem redes sociais a Ella tem. - ela continua a destilar o veneno dela, pouco disfarçado. - Nem todos gostam de ter a sua imagem exposta, como você Chiben. - o Alexander comenta para ela que sorri, mas agora um sorriso dolorido. - A Ella é low profile, e eu aprecio isso. - a Natalie comenta, levando o cocktail na frente dela até a boca. E humn, não deve estar escrito o quão eu adoro ser tópico de conversa. Numa entonação irônica, obviamente. - O que acontece é que o Alexander nunca se interessou por low profiles, Natalie, essa é a surpresa. - o Stefano comenta e eu sorrio. - Ele sempre foi um homem de surpresas, não entendo o porquê você surpreende, Stefano. - o Leonardo fala, enquanto o Alexander leva o seu copo de whiskey até a sua boca. - Eu adoro como falam como se eu não estivesse aqui. - eu comento irônica. - Mas é verdade que não tem nenhuma rede social? - uma das moças questiona, terminando o cocktail dela num instante. Um alvo fácil, fácil, fácil. - Não tenho. - eu afirmo para ela. - Por favor… - uma delas sorri, como se dissesse, me faça o favor. - Algum problema? - eu questiono olhando para ela e ela sorri instigante, me encarando. - Não acha arcaico, ficar sem nenhuma rede social? - ela questiona. - Eu não acho, é justamente por isso que eu não possuo uma. - eu respondo-a didaticamente, e ela não gosta. - É uma preferência pessoal, e respeitosamente, se a minha esposa fosse tão linda desse jeito, eu gostaria que ela não tivesse. - o moço com a voz de quem falava com o Alexander quando estávamos a vir, olhando para mim. E humn… Era suposto isso ser algum elogio? Alguma indireta? Homens… Eu sento-me aqui, pensando nos meus amigos, se eles estivessem aqui eu não estaria tão aborrecida. - Quer? - eu falo esticando para a mocinha que terminou o cocktail dela, como se estivesse a beber água do lado do moço que falou agora. Não fiz questão de decorar os seus nomes, nenhum deles é do meu interesse fim ao cabo. - Você também não bebe? - ela questiona pegando a taça da minha mão, enquanto o Alexander olha para mim com os seus olhos azuis, levando o whiskey até aos seus lábios. - Eu prefiro whiskey. - eu falo pegando da mão dele, e levando o copo até aos meus lábios e isso o surpreendeu, não só a ele, mas as moças aqui que com certeza já ficaram com ele e senão, com certeza pretendem, os seus rostos ficaram vermelhos e notavelmente, meio irritados ainda nessa iluminação. Eu desço o conteúdo do copo de uma vez pela minha garganta e com certeza isso era o que eu precisava. A cada movimento meu, eu sinto um par de olhos azuis me acompanhando, e eu divirto-me com isso. Eu pouso o copo na mesa, finalmente levando o meu olhar para o Alexander, que sorri. - Isso soou como o início de uma competição. - ele diz, me encarando e eu sorrio de volta. - E é. - eu falo para ele. - Mais. - eu digo para ele arrastando o copo do whiskey para o seu lado, me levantando. - Como quiser. - ele responde e eu assinto, levando o meu olhar para a Natalie que já estava dançando e eu decido acompanhá-la, eu só preciso que o meu alvo fique bêbada o suficiente, para eu fazer o que quero. Ele deveria estar aterrorizado comigo ao invés de me instigar. O sangue dele pede para me levar ao limite, e o meu pede o mesmo, e o provocar com certeza me satisfará mais do que qualquer coisa agora. Eu sinto a necessidade de fazê-lo pagar de algum jeito, nem que seja usando o que ele fala contra ele mesmo. O fazer provar do próprio veneno, e fazer com que ele mesmo sinta raiva por me instigar, como fez comigo, é a minha missão por enquanto. Eu caminho para o meio das pessoas já dançando, e a Natalie me acompanha. A batida insana, reverba pelo meu corpo de tão alto que o som e o bass estão. O ritmo é da minha apreciação, portanto foi demasiado fácil me embalar na música sem esforço algum. O jogo de luzes repentinamente fez com que parecesse que eu estava aqui sozinha, e eu danço como se essa fosse a verdade. Fim ao cabo, eu não me importo. Com a intensidade das batidas, o meu coração bate mais forte, a minha respiração gradualmente fica mais pesada, a temperatura do meu corpo aumenta, por simplesmente deixar o meu corpo guiar-se sozinho. James… Ele era o meu parceiro na pista de dança, não é preciso dizer que essa não é muito a vibe do Kaio e da Heyoon, só depois de se soltarem mais. O Kaio consegue ser mais introvertido que a Heyoon, já eu e o James somos mais extrovertidos que outra coisa, sem catalisador nenhum. Ah… e o ser que simplesmente descobriu a minha existência há alguns dias, teve a ousadia de dizer que eu me levo muito a sério, como se me conhecesse. Se eu me levasse a sério, eu com certeza não estaria aqui, nesse momento e nem envolvida nisso tudo. Os olhos fecham-se, tentando manter as imagens de cada um deles na minha cabeça como se cá estivessem. O ritmo torna-se simplesmente mais intenso, e os flashbacks na minha cabeça acompanham a mesma, trocando contra a minha vontade a imagem dos meus amigos, pela visão mais obscena, como um pesadelo a imagem do Alexander toma a minha mente. De forma mais insana ainda, eu sinto o seu toque em mim, como se ele realmente estivesse aqui… Mas ele não está. Merda… Eu abro os olhos, me sentindo sufocada, a minha temperatura subiu mais do que o normal. E no mesmo instante que eu olhei na sua direção, os meus olhos são cativos pelos seus azuis profundos que parecem penetrar até a minha alma. Porra… Parece que ele tem veneno no seu toque, e isso faz o meu corpo pedir pelo que não deve. Os meus olhos acompanham, ele levar o copo de whiskey até aos seus lábios, sem que ele retirasse os seus olhos de mim, de maneira completamente sedenta, ele me observa como se mais ninguém estivesse aqui. Eu retiro imediatamente o meu olhar do dele, completamente desnorteada, sentindo o seu olhar em mim ainda. Eu respiro fundo, voltando a realidade, e jogando o meu cabelo para o lado, quente. Os meus olhos encontram a Natalie dançando um pouco mais na frente com o Leonardo. Como se eu estivesse perdida, os meus olhos passeiam por esse lugar cheio de pessoas, e eu simplesmente não consigo me manter mais aqui, mesmo não querendo voltar para perto dele. - Vamos voltar? - eu ouço a voz de uma moça falar tocando o meu ombro vindo de trás. - Eu também estou cansada. - ela fala e eu assinto, após olhar para ela, que está literalmente ofegante. - p***a… - eu murmuro comigo mesma caminhando até lá. Eu estou a ficar louca só pode. Eu me recuso a olhar diretamente para ele, mesmo sentindo o olhar dele e pego o copo do seu lado, degolando todo o conteúdo de uma só vez, com sede, e querendo que isso talvez seja uma cura para seja lá o que for que esteja a acontecer comigo, eu deixo o líquido queimar-me por dentro, e sento-me do seu lado contra a minha vontade inspirando fundo, de tanto calor. - Oh, calma cunhadinha. - o Stefano fala sorrindo na minha direção, e eu só consigo sentir o cheiro viciante do Alexander e fingir externamente que o meu corpo está a entrar em ebulição. - Não devia deixá-la beber assim, Alexander. - ele diz, como se o Alexander tivesse que falar alguma coisa. - O que o Alexander tem a ver com o que eu bebo, Stefano? - eu questiono-o realmente interessada na resposta dele. - Eu também estou curiosa… - a moça que deve estar no seu quarto cocktail, que visivelmente está fazendo efeito diz. - Bem, whiskey é demasiado forte, e você continua em recuperação não? - ele questiona, olhando para mim. - Eu falei para você naquele dia que eu sou o seu cunhado, eu preocupo-me com você. - ele diz num tom minimamente sarcástico, visivelmente para cutucar o Alexander, que está o tratando com grande indiferença. - Não se preocupe. - o Alexander diz pousando o copo dele na mesa, tranquilo. - A Ella tem maior tolerância ao álcool do que você. - ele responde ao irmão de forma que faz os seus amigos rirem, e ele fecha a cara, e eu sorrio o encarando. - E eu também sei me cuidar sozinha, não precisa se preocupar comigo. - eu falo para ele, e o mesmo cerra o seu maxilar assentindo ligeiramente e eu sinto o Alexander sorrir do meu lado. Porra… Eu passo o meu cabelo para o outro lado do meu ombro, sentindo um calor absurdo, e não tem nada a ver com a temperatura desse lugar. Os meus olhos observam a Natalie regressar com o Leonardo, e a mesa volta a ficar mais cheia, e esconder o meu estado só fica mais complicado. - Calor, mio amore… - não só ele ficou mais próximo de mim, como a sua voz penetrou de forma completamente libidinosa, piorando de forma insalubre a minha situação. O que se passa comigo? Eu sinto os meus s***s ficarem simplesmente mais sensíveis, arrepios libidinosos tomarem o meu corpo. - Eu cuido disso, se decidir parar de mentir para você mesma. - ele diz, olhando para mim, e eu sinto o meu rosto queimar, o meu coração falhar, e no mesmo instante eu vejo-me obrigada a cruzar as minhas pernas tirando o meu olhar do dele. Eu não consigo sequer respondê-lo, e simplesmente olho para frente, lambendo os meus lábios ainda com o sabor de baunilha e caramelo alcoolizado, com o toque defumado do whiskey. Eu preciso de mais álcool. O meu olhar procura pelo moço que está a servir a mesa, e assim que ele me viu, veio imediatamente. - Eu estou intrigada com você. - a moça que conversava com a Chiben diz, me encarando, como se estivesse pronta para me fazer um interrogatório. - Como você conheceu o Alexander? - ela questiona, enquanto o moço acaba de me servir outro copo de whiskey. Agora eu não quero realmente falar, querida. Eu estou a sentir um calor absurdo, e tentando ignorar como o meu corpo clama pelo indevido. - Obrigada. - eu falo para o moço que assente e sai, e antes mesmo de respondê-la eu dou um gole do whiskey novamente. - Trabalhando… - não é uma total mentira. Ela assente ainda me observando. Quando eu sinto o toque do Alexander por debaixo da mesa. O meu coração dispara, e o meu rosto queima ainda mais, mas eu tento o meu melhor para não me denunciar. Eu sinto a sua mão deslizar pela minha anca, e eu sinto o prazer desse contacto desconcertar a química do meu cérebro. Eu congelo, dividida entre a onda abrupta de calor e a voz na minha cabeça que me diz que isso é perigoso, e reafirma que eu devo ficar quieta senão quiser atrair mais atenção suspeita nessa direção. Desconfiança paira aqui, e esse… ser, consegue agir normalmente com a quantidade absurda de atenção que ele chama para ele. - É mesmo? - ela questiona retoricamente, e eu só consigo pensar no quão ferrada eu estou. Ella…
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