Capítulo 49

2158 Words
ELLA. O pequeno-almoço decorreu normalmente, o rumo da conversa mudou, e eu belisquei algumas frutas, porque nada aqui está a passar pela minha garganta e foi só. Ao menos estou a comer fruta para o pequeno-almoço, um evento raro na minha vida. Eu preferia o resto de pizza na minha geladeira. Estavam conversando e comendo quando o Salvatore, levantou-se e todos tiveram que fazer o mesmo. Esse velho está me irritando tanto. A Kassandra se levanta e a Clarisse logo em seguida, saindo atrás dele e eu os observo. Isso é tão... O assassino do meu pai, Don da máfia italiana, da maior máfia do mundo, está na minha frente intacto, depois de um tiro dado por mim, e eu não posso fazer absolutamente nada, agora, e está saindo acompanhado da herdeira da máfia russa, da Bratva, calculista, extremamente bonita, perigosa, e tática, e admira que ela tenha permitido uma coisa dessas acontecer. Do lado do esposo dela, está lá a traidora do meu pai, que de alguma forma consegue ser tão perigosa ou mais que a Kassandra, ocupando o lugar de segunda esposa. As minhas veias vibram por debaixo da minha pele. - Vai sair comigo? - o Leonardo questiona para o Alexander do meu lado, enquanto eu me questiono para onde o Salvatore vai. Ele não vai trabalhar? Se ele está em pé e bem para ir a um casamento por horas depois do tiro, ele está mais do que habilitado para ir trabalhar. Esquisito na minha opinião. - Eu vou para a minha empresa primeiro, depois vou ter com você. - o Alexander diz levantando-se e indo até a sua avó, dando um beijo na sua testa. - Até mais tarde, nonna. - ele despede-a, e o Stefano levanta-se simultaneamente com o Leonardo e da um beijo na Chiben, fazendo eu levar o meu olhar para outro lado. - Cunhadinha, nos vemos mais tarde! - o Leonardo diz para mim e eu forço um sorriso na sua direção, enquanto ele vai despedir a avô. - Até mais tarde. - eu o respondo, vendo o Stefano ir ter com a avó também, e o Alexander vir até mim e eu seguro-me para não revirar os olhos, só não o faço, pois eles parecem estar fiscalizando a suposta relação entre nós. Atrás de mim, eu sinto a sua mão passar delicadamente pelo meu pescoço o apertando subtilmente, e o contacto simplesmente deixou o meu corpo extremamente quente de repente, eu sinto o meu rosto queimar quando eu o sinto próximo ao meu pescoço e eu sinto arrepios tomarem o meu corpo consecutivamente. Que grande merda. - Espero que se comporte, não vai querer se cansar para essa tarde. - a sua voz penetrando o meu ouvido, descompassou os meus batimentos cardíacos, e por alguma razão eu sinto o meu corpo reagir da forma menos plausível possível, principalmente sob o olhar direto da Chiben. Ele afasta-se após ter simplesmente me ameaçado, como se o que fez por hoje não fosse o bastante, e pousa os seus lábios bem, mas bem próximos dos meus, e eu me segurei para não o empurrar para longe, no mesmo instante, mas não é como se eu pudesse fazer, porque o meu corpo literalmente enfraqueceu. Eu literalmente fiquei meio atordoada, e o cheiro dele, ficou literalmente impregnado em mim. Eu olho para frente, já encontrando o olhar de raiva da Chiben e procuro ser tão fingida quanto ele e ajo da forma completamente oposta a como eu gostaria. Isso tudo está me levando ao extremo, ao limite da minha paciência e sanidade. Quem ele pensa que é para me ameaçar desse jeito? O que supostamente tem essa tarde? Ele realmente acha que me amedronta. Ele acha que eu tenho medo dele? E por que razão ele pegou-me desse jeito? Eu tomo o suco, ignorando completamente o que ele fala com a avó dele. - Nós precisamos ter uma conversa. - eu ouço o Stefano falar para o Alexander que assim, ele não dá a mínima para ele. - Eu não estou disponível. - ele diz e eu reviro os olhos me contendo para não rir, e a Ginevra teve a mesma reação. O Alexander é sassy! O irmãozinho querido dele está bem do lado dele, e ele diz estar indisponível. Como ele é ocupado. - Eu vejo que se dão muito bem, querida. - a Ginevra diz atraindo o meu olhar para ela. E ela fala como se não fosse responsável também por inúmeros crimes cometidos. Ela é a esposa do pai do Salvatore, um dos primatas de toda essa merda, e ela fala como se fosse uma senhorinha. Talvez ela só esteja assim, porque se trata dos netos dela. Se tem uma coisa com esses mafiosos, é que eles são que nem uma alcateia, a família é primordial para eles, por isso, é meio explicativo o porquê de todos estarem aqui, principalmente pelo incidente do Salvatore. Mas eles são os seres mais cruéis e frios existentes na face da terra, e o que eles fazem fora daqui, fala por si só. Ela está obviamente me analisando, mas de forma cautelosa, pois ela é calculista, e pelo neto. E se eu estou aqui é porque esse jogo começou, e eu irei os ensinar como jogar o jogo deles. - Pois é. - eu afirmo dando um sorriso fingido para ela. - Quando nos conhecemos foi extremamente estranho porque pareceu que nos conhecíamos a bastante tempo. - eu comento e ela assente sorrindo. - Isso é ótimo. - ela diz sorrindo. - Eu estou curiosa, pois nunca escutamos de você anteriormente. - a Chiben diz e eu a observo, bem nos belos olhos puxados dela. - Onde se conheceram? - ela questiona. - No trabalho, eu fui fazer um trabalho numa das suas empresas e desde então... - eu suspiro dramaticamente, olhando para ela. - Ele não desgrudou de mim. - eu provoco, porque, por quê não? O seu rosto fecha, mas logo em seguida ela ri. - O Alexander? Não desgrudou de você? - ela questiona sarcasticamente. - Pare com isso, Chiben. - a Ginevra chama a sua atenção, e a mesma a encara. - Senhora Ginevra, lamento, mas isso soa como algo completamente oposto do que o Alexander faria. - ela afirma e volta o seu olhar para mim sorrindo. - Se tem alguém que faz questão de não estar grudado a ninguém, esse alguém é o Alexander, Ella. - ela afirma e eu dou um sorriso invertido para ela, sorrindo de forma sarcástica. - Eu devo ser uma exceção então, Chiben. - eu respondo-a e ela observa-me ainda com um sorriso debochado no rosto. - Eu o recusei até agora pela fama que ele tem, mas ao contrário do que disse, ele não desgrudou de mim, em momento algum. - fazer o herdeiro dos Riina parecer obcecado por mim, vai ser divertido. Eu estou começando a divertir-me com isso. - Tanto que até alguns dias atrás, ele literalmente implorou pela minha mão em casamento. - oh, o meu ego está inflando, principalmente vendo que elas estão acreditando nisso, e surpresas com o que eu estou a falar. A Chiben mais incrédula e odiosa que outra coisa, e eu quero muito perceber a relação dela com a do Alexander. - E você mesma falou que ele supostamente tinha uma noiva... - eu falo irônica. - Eu acho que isso apenas confirma que o Alexander que conhece, não é o mesmo que literalmente suplicou para que eu me casasse com ele. - a Ginevra está claramente surpresa e a Chiben também. Eu estou a fazer o mais mulherengo dos homens se passar por desesperado e obcecado por mim, e oh, eu estou a divertir-me a beça com isso. Se eu puder o fazer passar por ridículo mais ainda, será um prazer. Estou me segurando para manter a minha expressão credível, e não tão provocativa quanto é a minha intenção. - Ele a achou digna de se tornar uma Riina. - a Ginevra diz e eu mordo a minha língua para não fazer careta nenhuma. Eu não sou uma de vocês. - Isso é ótimo. - ela prossegue em dizer, levantando-se da mesa. - Agora cabe a você, honrar esse nome daqui para frente, Ella. - isso soou como um aviso, acompanhado de um tom de ameaça que eu faço questão de não ligar. No mesmo instante a Kassandra aparece e a Clarisse que me observa de soslaio, logo em seguida. - Senhoras, o carro está pronto. - o Gerardo diz ao entrar aqui. - Até mais tarde, Ella. - a Kassandra diz e eu assinto. - Até mais tarde. - eu despeço-as, e as mesmas saem. E eu observo-as atentamente. Fingidas e calculistas... Mas uma apenas atrai todos os sentimentos horríveis que um ser humano pode sentir, e eu farei questão de torturá-la. Elas saem e eu levanto-me dessa mesa, cheia de repulsa. - Não devia ficar tão feliz. - a Chiben fala, e eu levanto o meu olhar para ela sem a dar a mínima. - Gostaria de ser mais específica? - eu a questiono observando ela se equilibrar com o gesso dela ao se levantar. - O Alexander não gosta de você. - ela pontua sem receio algum e eu sorrio para ela. Não é como se eu fizesse de ser gostada por alguém como ele, Chiben. - O Alexander precisou se casar, por ordens do senhor Salvatore, e achou a pessoa mais fácil e conveniente para ele, porque ele não queria casar-se com a Giovana. - ela fala como se isso fosse me ofender tanto como ela está ofendida com a minha presença. - E o que você tem a ver com isso? - eu questiono-a e a minha questão a deixou meio surpresa, um pouco em choque, mas ela sorri irônica me observando de cima a baixo. - Você está vivendo um sonho, não é? - ela questiona sorrindo. - Dormindo na mesma cama que o Alexander Riina, com o nosso sobrenome, por isso não se importa, em simplesmente ser alguém que ele está a usar e irá descartar na primeira oportunidade. - ela fala-me olhando desdenhosa, e eu só a observo. Ela não disfarça que está apaixonada pelo próprio cunhado. É nítido. - Você é uma pessoa desconhecida, sem berço, e não conhece essa família, não está pronta para o que ela exige. - ela diz e eu sorrio sem aguentar mais. Humn, você acha Chiben? - Devia repensar a sua decisão e renegar esse casamento antes que seja tarde demais para se arrepender, querida Ella. - ela diz e eu pouso as minhas mãos no topo do encosto da cadeira a encarando. - A razão pela qual está engessada, é por se intrometer em assuntos que não a convém. - eu falo e vejo o seu rosto ruborizar gradualmente e ela morder a raiva. - Garanto que não vai querer provocar alguém que você desconhece. - eu falo sarcástica e eu vejo os seus músculos tensos de raiva. - Querida, Chiben. - eu imito-a e agora os vasos sanguíneos dela explodiram de vez. Com o meu ego satisfeito, e com a minha paciência saturada o suficiente após aturar a Laila e o seu dono, eu simplesmente saio de lá, a deixando ali, travada, e subo. Ela não é nenhuma das minhas prioridades como vítima, mas oh, do jeito que está me irritando, não me importaria de tirá-la do meu caminho. Porém, a quem isso doeria? Nem o próprio Stefano parece gostar tanto dela assim, para o fazer sofrer. Talvez pudesse criar uma guerra, ela deve ser filha de algum Don da máfia asiático. Quem? Até agora, eu não faço ideia, mas eles casam entre eles mesmos, e se ela morrer assassinada sob os cuidados de outro Don, uma guerra poderá acontecer. Humn… Eu pensarei nisso quando eu me acalmar, agora eu preciso usar esse celular ao meu benefício e encontrar um computador por aqui para driblar o sistema que eles colocaram nessa merda de celular. Esse lugar é enorme, portanto ao invés de ir para aquele quarto, eu resolvi inteirar-me do que tem aqui. Mais pessoas em cativeiro? Onde está o sistema de segurança deles, será extremamente útil saber. Ignorando alguns desses homens observando-me minuciosamente por onde eu caminho, eu observo esse lugar meticulosamente decorado, pelo que notei. Extremamente iluminado, esse lugar não condiz em absolutamente nada com quem mora nesse lugar. Vários cômodos, o lugar é literalmente imenso, mas nada deles era do meu interesse, eu preciso achar um computador. Eu cheguei no final do corredor do lado esquerdo, daqui do andar de baixo, próximo a um ginásio tem um elevador. - Interessante. - eu comento comigo mesmo, clicando no botão para chamar esse elevador. E pela posição em que está, não é o mesmo que está lá próximo às escadas. Em instantes o elevador subiu e abriu. Um andar subterrâneo, isso é extremamente… Interessante.
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