Capítulo 76

2456 Words
ELLA. Um cheiro bom, que não custou identificar infelizmente, porém, extremamente forte, se faz sentir, me acordando irritada. Eu ainda sinto gotículas do perfume, sendo espirrado em mim. Eu não acredito nisso. - Alexander, o que você está fazendo, p***a? - eu o questiono extremamente irritada, abrindo minimamente os meus olhos, ainda exaustos de sono, sentando-me na cama, e forçando-me a olhar para ele que já está de banho tomado, eu acho que ele vai para o ginásio outra vez, pela forma com que está vestido. - O quê? - ele questiona sarcástico, como se não tivesse espirrado o perfume dele propositalmente em mim, e eu fecho os meus olhos irritada, sonolenta, e esfregando o meu nariz, irritada com o cheiro dele. Ele nem veste aqui, e sim no closet dele. Um i****a mimado do c*****o! - Você é um grande i****a… - eu falo sacudindo a minha mão, tentando dissipar o cheiro intenso de maneira falha, olhando para ele. - Doente! - eu exclamo o olhando com raiva, e o i****a sorri, se divertindo. - Você acorda sempre gritando? - ele questiona pousando o perfume dele na mesa de cabeceira. - Vai para a pu… - ele interrompe-me no momento que ia o insultar, enquanto eu jogo o meu cabelo para o lado. - Shhh… - ele diz, num tom todo sarcástico. - Calma! - ele exclama, me observando. - Até parece que foi você quem dormiu no sofá. - ele fala com o tom de chateação e eu sorrio. - Isso tudo é porque dormiu no sofá do seu quarto, Alexander? - eu o questiono me sentando melhor. - É inveja? - eu o questiono sarcástico, e ele cerra o maxilar ainda sorrindo. - Na verdade, essa era suposta ser a nossa cama. - ele diz e ah... - E você me fez dormir no sofá. - ele diz realmente chateado. Como se eu me importasse ou fosse sentir pena dele. - Nossa cama? - eu questiono-o, sarcástica retirando o lençol de mim. - Você é a minha esposa. - ele pontua e eu reviro os olhos. - Eu não sou. - eu corrijo-lhe e ele franze o cenho, me encarando, tão irritado quanto pareceu dentro da dispensa da cozinha essa madrugada. - Eu só assinei aquela coisa, porque você me obrigou e porque eu não tive outra opção. - eu recordo esse achometro. - Você tem mesmo noção de quem eu sou? - ele questiona parecendo realmente curioso e eu abano a cabeça, olhando para ele. - Você tem a chance de dizer que eu sou o seu esposo, o que é o desejo de várias mulheres. - ele reafirma. - Se você fosse esperta aproveitaria a minha… caridade, Ella. - ele diz e eu franzo a minha sobrancelha, o encarando incrédula. É, o que eu sabia sobre ele, consegue se anular, ele consegue ser bem pior. - Caridade? - eu o questiono ironicamente e ele sorri provocativo olhando para mim. Céus! - O homem incomparavelmente lindo, inclusive o único que você já viu, disposto a manter você calada e se divertir antes de mandar você para sete palmos debaixo da terra. - eu reviro os olhos sentindo um arrepio indecente tomar a minha coluna vertebral. - Ajudar com a sua atração por mim, e satisfazer os desejos que esconde miseravelmente, é considerado caridade, para alguém como você. - além de me acordar, ele decide me irritar mais do que a existência dele em si, consegue. Eu forço um sorriso, tentando fazer o meu corpo ignorar a forma como ele falou. - Primeiro, você não é o meu tipo. - eu pontuo olhando para os seus olhos azuis. - Inclusive olhar para você, é um martírio, não sei o que alguém vê em você. - eu falo, me levantando. - Precisam de óculos de grau, com certeza. - eu acrescento e esse i****a sorri. - Eu sinto você molhada daqui. - p***a! Que merda… Eu sinto tanto o meu corpo, quanto o meu rosto queimarem. - Eu gostaria que você parasse de me importunar, Riina. - eu falo, retirando o meu olhar do dele, sentindo a minha temperatura subir. - E retificando, você é de longe o homem menos bonito que eu já vi, se eu tivesse criado uma lista rankeando todos, você com certeza nem estaria nela. - eu falo e o homem mais desejado, cerra o maxilar. Claro, como pode ele estar a ser rejeitado? Afinal, ninguém alguma vez o rejeitou, não? Mimado, convencido do c*****o. Eu obviamente o irritei com o meu comentário, afinal de contas, quem sou eu para refutar a caridade dele, como ele disse. - É mesmo, Bourne? - a sua voz soa bem mais baixa, e ele ainda vem na minha direção, fazendo o meu coração acelerar, e a minha barriga arrefecer. O que aconteceu na balada simplesmente passa novamente e de maneira extremamente intensa na minha cabeça. Os seus lábios nos meus, o seu dedo em mim… Que grande merda, hein! - É. - eu afirmo firmando o meu olhar no dele e o mesmo inclina a cabeça minimamente, e eu vejo o mar nos seus olhos agitado, cheio de raiva, e isso me satisfaz. - E já agora, não ouse me acordar novamente, desse jeito… - eu falo fazendo menção de pegar no perfume dele para lançar para o chão, mas ele pega na minha mão, e não foi com pouca força, fazendo-me soltar com os seus olhos nos meus. - Você não está num hotel, tem que estar a mesa a tempo e horas, Bourne. - ele responde rude, como se isso fosse motivo para ele me acordar e ainda, espirrando o perfume dele em mim, propositalmente. - Eu tenho completa noção de que não estou num, Alexander Riina. - eu falo para ele irritada. Que vontade de apertar o pescoço dele! - Aja como tal, então, Ella. - ele diz e eu irritada, retiro a minha mão do seu aperto agressivo, empurrando-o, e saindo de perto dele. - Eu faço isso desde que chegou, mas aparentemente, você não consegue parar de me importunar. - eu falo. - O que foi? Não aceita rejeição, Riina? - eu o questiono franzindo o meu cenho, e ele sorri, irritado, um sorriso de ódio, meio Joker. - Tal como o maldito do seu pai? - eu questiono-o fula, e ele tentou, mas como ninguém foge a sua natureza, a sua mão adornou o meu pescoço imediatamente, e um sorriso de satisfação tomou os meus lábios. Satisfação de o provar que ele é igual ao pai e por me relembrar quem ele realmente é. E eu estava precisando só disso, para concluir o meu plano de hoje. O meu sorriso e o meu olhar que eu com certeza mantive no seu, o desconcertou, ao menos minimamente, e isso o fez retirar a sua mão do meu pescoço com a mesma brutalidade que o tomou. - Vá! - ele ordena e antes que fizesse o que queria, ele sai. - Filho da mãe. - eu balbucio, me admitindo a respirar novamente, pois por algum motivo, o ar tinha parado de entrar. O meu olhar vai para esse bendito perfume, que agora fez não só o quarto ficar com o cheiro dele, mas eu também. - Mimado, convencido do c*****o. - eu falo fula caminhando até ao banheiro o insultando raivoso. Porém, se insultos funcionassem eu não estaria aqui e eles já estariam lá no inferno. Fiz a minha higiene oral, tomei o meu banho com a minha cabeça rondando no James, no bilhete, no meu plano, e no que aconteceu ontem. Os Marconi estão furiosos, e eu me questiono se aquele capanga deles, pegou-me porque eles acham que eu realmente sou casada com esse herdeiro da máfia, ou porque sabem que eu sou amiga do Kaio e que eu não só furei os pneus do carro do herdeiro e o amarrei contra uma árvore, ao invés de ter explodido com a cabeça dele. - Argh… - eu inspiro fundo saindo do banheiro, e vou para o closet, vestir-me. Como sempre, eu escolhi algo prático, ao menos para o que eu pretendo fazer hoje. Peguei uma blusa justa de cor preta, leggings de cor preta também, estilizo, com um relógio aqui, só para confirmar em quanto tempo, a nonna, vai dizer adeus. Arrumei o meu cabelo, calcei umas sapatilhas, e eu simplesmente vou sair para uma caminhada hoje, o que pode acontecer? O Alexander vai me proibir? Não vai, se ele não estiver aqui. Eu pego a carta da Laisa, e a abro ansiosa por ver o que ela escreveu. “Já sei o que houve com o James e ele está bem. Se preocupe com os Marconi, mas saiba que o senhor Smith, está se organizando com equipe da FBI. Eu amo você, e eu deixei o seu yacht preparado na sua antiga casa, caso queira desistir disso e fugir. Amo você, se cuide e não morra. Laisa.” O QUÊ?! Como assim o senhor Smith está organizando uma equipe? Como assim ela foi até lá? Muito obrigada, já agora. Mas cara… Eles não escutam?! Eu sei que o senhor Smith não fará nada que não seja pensado, porém, tal como ele, os Riina são um tópico sensível, tanto para ele, que todos esses anos ele quis me manter distante disso, por promessa do meu pai. Obviamente não deu e nem daria certo, após eu ter visto a pessoa mais heróica e lendária que alguma vez vi e que eu tinha a honra de chamar de pai ser morto de maneira inescrupulosa. Mas ele também pode perder a linha justamente por eu estar aqui “refém”, e eu não quero e não suportarei sentir-me culpada se alguma coisa acontecer. E é justamente por isso que eu deixei claro que eu não quero que eles se metam. Já basta o que ele fez com o James, com o Kaio e a Heyoon, eles não sabem que o monstro do Salvatore sabe quem eu sou, e eles com certeza irão levantar suspeitas, e daí, até o pouco de chance estará ferrada. - p***a… - eu balbucio sem saber se fico feliz ou se simplesmente perco a minha cabeça. Eu preciso arranjar um jeito de falar com o senhor Smith, antes que até o pouco de segurança que eu tenho agora, suma. Eu ouço a porta bater. O Alexander voltou. Rapidamente, eu enfio o papel de entre a minha cintura e calcinha, e fecho a gaveta rapidamente. Eu ouço a outra porta, e assumo que ele tenha ido tomar o banho, pois, para ele chegar ao closet dele, ele tem que passar pelo meu. Eu inspiro fundo, e pensando no que irei fazer e quais são as minhas possibilidades, eu pego um gloss aqui, e fico observando os perfumes disponíveis aqui, fazendo tempo para esse i****a sair e eu sumir com esse papel. E não resisto em sorrir e sentir-me mais aliviada sabendo que o James está bem. Isso me tranquiliza de forma indescritível, tanto que eu deixei a minha mente me levar para outros assuntos e eu só despertei quando o Riina passou. Eu vou até ao banheiro e tranco a porta, retirando o papel, e lendo ele mais uma vez antes de lançar na privada e sumir com ela. - Eu espero que eu consiga alguma forma de contacto sem que outra merda aconteça. - eu falo comigo mesma. O meu coração imediatamente acelera, pensando no quão bem ela disse que o James está… Ela conhece mais o Kaio que o James, o que significa que ela não fez o que eu disse, só o Kaio podia lhe dizer tudo isso, ela não sabia de nada. Ela ligou para ele! - Oh, Laisa… - eu suspiro fundo as minhas mãos no meu rosto, fula. Talvez o Kaio só tenha dito isso para ela, para que eu não me preocupasse. Eu vi o Alexander deformar o James e ainda sumiu por horas com ele, e afirmou que partiu os braços do James… e eu sei que ele não mentiu. Não tem como o James estar bem, em apenas o quê? Vinte e quatro horas e algumas horas à mais? A minha barriga embrulha e fica fria, e eu tapo o meu rosto, começando a ficar desesperada. - Ella. - a voz do Alexander soa, nada simpática na frente da porta e eu retiro as minhas mãos do meu rosto inspirando fundo, e abrindo a porta logo em seguida, me deparando com ele parado na frente dela. - … - eu me desvio, não querendo mais falar com ele ou olhar para o rosto dele, saindo do lado, quando a sua mão alcança a minha, para o sacrilégio do meu corpo. Ele puxa-me para ele, e por alguma razão o meu rosto esquenta, e arrepios indecentes passam pelo meu corpo. O meu olhar sobe até ao dele, subindo a minha temperatura drasticamente, contra a minha vontade, mas chega a ser irrefutável o quão estupidamente atraente ele é, e nem os meus olhos refutam isso. Infelizmente. - Eu não quero que você me toque. - eu falo, e ele me observa. - E eu não quero ter de repetir o que eu digo para você, todos os dias, não é como se eu fizesse questão de tocar ou falar com você, se é isso que você pensa. - ele diz e eu o encaro inconformada, quando ele levanta a minha mão e enfia sem delicadeza nenhuma o anel que eu retirei ontem e simplesmente esqueci-me da sua existência. - Dessa porta para fora, você é a minha esposa, cumpra o acordo como deve ser, assim isso acaba mais rápido. - ele diz, soltando a minha mão de maneira agressiva, e eu inspiro fundo, de irritação, quando ele simplesmente sai. - Tudo vai acabar rápido, pode ter certeza, Alexander. - eu falo indignada, indo até a porta também. - Mas não graças a você. - eu completo saindo dali irritada. Primeiro ele fez-me acordar com trilhões de homens, por alguns dias naquele apartamento, ou cativeiro, depois, ele me acorda com uma jiboia em cima de mim, pronta para dar o bote, fez-me dormir no hospital, e agora, espirrando um monte de perfume em mim, por ser um i****a mimado. E essas foram as formas que ele simplesmente me acordou, e não tudo que ele e a família tão doida e monstruosa quanto ele, fizeram comigo até agora. Ele desce na minha frente e eu desço com calma. No final das contas, quem estava a ser caridosa esse tempo todo sou eu. Ele não tem noção do porquê eu me chamo Ella, e nem do que eu sou capaz de fazer.
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