Capítulo 13

1635 Words
ELLA. Literalmente, botada contra a parede, esses filhos da mamãe me imobilizaram com as minhas mãos e testa contra a parede, para eles passarem as mãos imundas deles sobre mim. - Eu garanto para vocês que eu tirarei as mãos de vocês na primeira oportunidade que eu tiver. - eu deixo falado depois de agressivamente eles terem me vasculhado como uma bandida e eles me soltam. Eu mato, mas não sou nenhuma ladra. Esse foi apenas um caso a parte. - Vocês são os homens mais idiotas que eu já tive o desprazer de respirar o mesmo ar. - eu falo alisando com as mãos o tecido do pijama aborrecida. - E olha que eu já vi milhares. - eu acrescento, com o meu corpo quente de raiva, mesmo. Eles entraram na casa de banho indo fazer a pequena busca deles e eu sorrio, saindo de lá, com o meu banho tomado, fresca, com dores de cabeça e uma crise existencial, mas ao menos eu tenho comida e sei que o James está bem. É apenas o que me importa por enquanto. Eu volto para a sala, procuro abrir a porta da sacada, mas ela está obviamente trancada. Eu me viro para as estátuas os encarando indignada. - O que vocês acham que eu faria numa sacada centenas de metros de altura para o chão? - eu questiono pela indignação mesmo, pois já sabia que não obteria resposta alguma desses projetos falhados de seres humanos. Suspiro fundo, caminhando até a cozinha e lavo as minhas mãos. Não tem um garfo, uma faca, uma panela, não tem absolutamente nada por aqui. Eu estou a mercê deles, mas aparentemente eles têm mais medo de mim do que eu deles. E isso é engraçado. Eu limpo as minhas mãozinhas e vou abrir as sacolas aqui. Fast-food, nunca cai m*l. Uma sacola com hambúrguer, batatas fritas, molhos para as batatas, tem uma tigela de salada e ainda outra sacola com frango, e batatas, refrigerante, duas garrafas de água, e talheres de plástico. Eu alimento-me de fast-food o tempo todo, e só comia comida de verdade quando a senhora Soo fazia e eu ia comer na casa dela, ou a Heyoon trazia, ou quando raramente eu ia para a casa do Kaio. Eu só estou me questionando se isso é suposto ser o meu almoço, o meu lanche, o meu jantar ou eles só querem me manter viva, mesmo. Eu penso que a última opção é a mais acertada. Eu retiro as pantufas e sento-me no banco da bancada, dispondo as coisas que vou comer por aqui. E eu começo pelo hambúrguer, foi só uma dentada que o meu humor mudou completamente. Eu me questiono quanto tempo irá demorar para aquele filho da mãe vir para cá, com certeza um dos seus homens verificou o movimento clandestino que acontecia no celular de um dos gigantes e já chegou aos ouvidos dele. Enfim... A minha questão foi rapidamente respondida quando a porta foi aberta e o cheiro luxuoso e marcante que ficou preso na minha cabeça do filhote de mafioso, se faz sentir, sem que eu precisasse levar o meu olhar até ele, eu já sabia quem era. Mas eu só escutei os passos dele, não do amiguinho dele. - Não veio com o seu cãozinho de guarda, Riina? - eu o questiono levantando o meu olhar para ele, levando a batata a minha boca, observando esse babaca covarde, e ele sorri. - Devia ser mais educada, principalmente na situação em que se encontra, Bourne. - ele responde e eu o encaro sentindo o meu corpo reagir ao fato dele chamar-me pelo meu apelido, pegando na lata e tomando um gole do refresco enquanto ele me observa. - Humn... - eu falo limpando os meus lábios com a parte superior na minha mão. - Não pretendo. - eu respondo-o, pegando no hambúrguer e dando uma mordida nele. - Onde está o celular? - ele questiona caminhando até ao sofá e eu dou de ombros, o observando e comendo. - Eu não sei, o meu ficou no meu carro cujo você e os seus bobos d'corte explodiram os pneus. - eu falo. - Espero que já tenha substituído. - eu falo e ele sorri. - Eu farei a questão mais uma vez, Ella. - ele diz retirando os seus óculos escuros, e pousando o seu olhar azul penetrante em mim, com a perna cruzada em forma de quatro, e sentado de maneira despojada, eu suspiro. - Onde está o celular? - ele questiona e eu pouso o meu hambúrguer. - Se não estás a ver nenhum celular comigo, claramente, é porque eu não tenho nenhum. - eu o respondi. - Ontem você não negou o fato de ter atirado no meu pai, e hoje está a negar o fato de ter roubado um celular, Ella? - ele questiona sarcástico. - Sem provas você não pode me acusar de absolutamente nada, Riina. - eu falo, molhando a minha batata no ketchup. - Inclusive, você não possui prova nenhuma que eu tenha atirado no seu pai. - eu falo o encarando e enfiando a batata na minha boca. - Justiça, provas, realmente acha que está em um tribunal e as conclusões são mediadas pela sua cooperação, Robin Hood? - ele questiona sarcástico visivelmente se divertindo, e eu reviro os olhos. - Eu não espero nada justo vindo de um filho de mafioso como você, Riina. - eu o respondo amargurada, e ele sorri. - Ótimo. - ele responde. - Eu vou relembrar-lhe que eu sou um homem de palavra. - ele fala e eu o observo. - Eu não explodirei com a cabeça dos seus amigos, enquanto esse pequeno acordo estiver em vigor. - ele fala e eu suspiro sentindo o meu coração acelerar. - Mas não me provoque, eu não tenho paciência alguma. - ele avisa e eu apenas o encaro. Eu não acredito que eu estou a ser ameaça por esse filho da mãe. Argh, que raiva! - Fale logo como isso irá funcionar. - eu digo e ele assente. - O casamento será depois de amanhã. - ele diz e no mesmo instante o meu coração ameaça sair pela boca. - Eu presumo que vá contratar um falso juiz de paz. - eu afirmo. - Infelizmente não é desse jeito que funciona, vontade também não me falta. - ele responde casualmente e agora, sim, o meu coração está disparando e a minha pele está completamente arrepiada. Mas eu passei o dia inteiro pensando em soluções, e a única que encontrei foi a que ele deu, o que não é melhor que eu morrer, mas é melhor para aliviar a minha consciência, e cumprir com a promessa que eu fiz ao meu pai e ainda manter os meus amigos vivos. - E por que tem que ser tão já? - eu o questiono genuinamente curiosa e ele observa-me, o seu olhar é penetrante, e mexe brutalmente comigo a intensidade com que ele me olhou. Eu me questiono se essa foi a sua resposta. - Isso não é da sua conta. - curto e grosso. Como se eu não fosse descobrir. - Você verá a sua mãe e o seu irmão. - ele diz e os meus pelos eriçam. - E essa será a chance que você terá de fazer a sua vingancinha. - ele menospreza o fato dela ter simplesmente dado o meu pai de bandeja para o monstro que ele fez de tudo para acabar por anos. Do monstro que tirou a sua vida da maneira mais c***l e covarde na minha frente, e simplesmente me abandonou, com o risco de ser a próxima vítima deles, sendo a minha mãe! Ele chama isso de vingancinha... Eu o farei sentir a doçura da minha vingança quando for tempo, ao contrário dele, eu tenho paciência. - Porém ela terá de ser subtil, não escandalosa, eu não quero que diga quem é para ninguém, inclusive para ela ou para o seu irmão, eu lhe direi quando agir e como o fazer. - ele diz e eu encaro-o levando a lata de refresco a minha boca. - Eu me questiono se você realmente acha que eu esperarei as suas ordens para fazer alguma coisa, Riina. - eu falo, pousando a garrafa vazia. - Se pretende viver, e proteger os seus amigos, você fará. - ele diz e eu reviro os meus olhos. Eu vou tirar essa certeza de você, a partir do momento em que os homens dele mantiverem essa interação justa. - Humn... e se eu por algum acaso, matar o seu pai, de forma certeira dessa vez. - eu falo dando uma mordida no frango panado. - Você não poderá me matar sem provas e ainda supostamente casado comigo. - eu falo. - O que você vai fazer, se o seu planinho tomar outro rumo? - eu questiono cinicamente e ele sorri se levantando. - Matar você independentemente das circunstâncias, é sempre uma opção, Ella. - ele fala, me encarando contundente. - E acabará por ser o único caminho existente para você. - ele fala e eu suspiro fundo contendo a minha raiva comigo mesma. - Cabe a você morrer e deixar-me satisfeito o suficiente para deixar os seus amiguinhos vivos para cuidarem do seu túmulo ou não. - ele fala e eu mordo a minha bochecha internamente procurando conter a minha fúria. Que i*****l! - Cuide dessa mão antes do casamento. - ele diz colocando os seus óculos escuros de volta, se referindo a mão com a qual eu destrocei vidros naquele lugar e caminha até a porta. Como se eu pudesse acelerar a cicatrização voluntariamente. Ele sai e eu não fiz a mínima questão de trocar nem sequer mais uma palavra com ela. Veremos quem ri por último, filhote de mafioso.
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