Capítulo 15

1808 Words
ELLA. De horas, a tarde se fez noite e a noite se fez dia e eu, sem solução nenhuma. Os seguranças não se aproximaram de mim, por instante algum, sem condições de eu alcançar um celular. Hoje é o suposto dia do casamento, e eu vi algumas opções do que eu posso fazer, mas se torna impossível quando nem sinais de fogo eu posso mandar para os meus amigos. E nem certeza de cada um dos planos funcionar eu tenho, porque eu estou completamente às cegas. Sem informações do Kent, do Smith ou da Heyoon Kim e da senhora Soo. Eu não sei se o James realmente melhorou, ou não. Nem o cão de guarda do filho do Riina apareceu, tão pouco ele. E adivinhem, não tem TV, por aqui. - Afff... - eu suspiro fundo após secar os meus cabelos, após tomar o meu banho e de vestida e saio da casa de banho para o quarto com fome. - Tomara que raízes nasçam dos vossos pés. - eu falo irritada de ver esses homens de dois metros, parados no mesmo lugar desde sempre, enquanto eu caminho até a porta e saio do quarto. Eles são inúmeros e estão em todo o lugar. Esse prédio está claramente inabitado e nem para a varanda eu posso ir, e tentar fazer alguma coisa, por que adivinhem? Eles também estão lá. Eu estou exausta, e com uma vontade ridícula de fazer aquele filho da mãe pagar por me deixar aqui cativa. Eu vou até a cozinha, e alcanço uma maçã me sentando na bancada. Eu dei a primeira mordida na maçã, quando a porta foi aberta, e o meu coração acelerou enquanto eu levo o meu olhar até a porta mantendo a calma. Eu não estou com medo deles. Eu estou com receio do que pode vir a acontecer. São oito horas da manhã, e eu torcia que eles não viessem novamente. Eu olho para o cão de guarda do filho do Riina, que me observa parado na porta com outros seguranças. - O seu dia de sorte chegou, pequena assassina. - ele fala e eu reviro os olhos. - Vamos! - ele diz e eu sorrio, me levantando. Eu conseguirei fugir. Está tudo bem, Ella. - Sorte? - eu questiono-o pasma com a sua autoconfiança, dando uma mordida na minha maçã, enquanto saio passando por, e as suas crias se formam alinhados ao redor de mim. Oh, eu realmente não sei se fico ofendida ou feliz por eles terem tanto receio de mim. - Não está morta, e ainda irá se casar com o herdeiro da família Riina, após ter mandado matar o pai dele, para se vingar da sua mãe. - ele comenta enquanto entramos no elevador, e eu me encosto a parede de metal, o observando. - Que abandonou você. - ele acrescenta sarcástico e sorri. O meu peito aperta e eu vejo-me obrigada a morder a minha bochecha interna para não responder a sua provocação. - Nesse preciso momento já devia estar a sete palmos da terra, com o seu papai. - ele continua a falar e eu mordo o meu lábio inferior para o meu controle. - Para alguém que eu posso desconfigurar facilmente você fala demais. - eu comento olhando para ele que se cala, e eu vejo o seu maxilar cerrar, sem tirar os seus olhos de mim. - Devia manter-se calado, se não foi inteligente o suficiente para aconselhar o seu chefe que ele não sabe no que está se metendo. - eu falo e eu aprecio o seu rosto perder a cor aos poucos, até o som de chegada ao térreo preencher o elevador, e as portas abrirem-se. O meu primeiro pensamento foi correr daqui para fora, mas para a minha não tão surpresa, tem todo um exército aqui fora. Sem exagero algum, eles estão parados, armados e a minha espera. Nós saímos no estacionamento, e aqui, eu não tenho como levar um carro de alguém emprestado para fugir. Não é uma ideia inteligente, facilmente o tiro na minha cabeça penetraria mais facilmente do que o que eu dei na cabeça do monstro do Riina. - Ande! - o filho da mãe diz grosso, e dois seguranças pegam-me pelo braço e puxam-me para o carro a força. - Me soltem. - eu mando, mas eles querem se fazer de surdos. - Eu disse para me... soltarem! - eu falo, me desenvencilhando a força do aperto das suas mãos, levando o meu pé direito rapidamente para o meio das pernas do que estava do meu lado direito. - Orgh... - o seu gemido de dor me satisfaz, enquanto eu levo o meu pé, esquerdo onde imediatamente dou uma pancada na sua cabeça, basicamente a dois metros de altura e acompanhando a direção do seu rosto ele vai para o lado, caindo logo em seguida. Click... Esse som preenche o estacionamento imediatamente antes que eu golpeie o homem que estava do meu lado direito, e eu inspiro fundo observando as mil e uma armas apontadas na minha direção. - Eu posso explicar para o Alexander o porquê você chegou morta e oferecê-lo os cadáveres dos seus amigos como pedido de desculpas. - ele fala e eu devo estar soltando fumo pelo nariz. Ao menos não está sangrando como o do canalha que está se levantando atordoado do chão. - Ou entra, por bem, ou acaba tudo aqui, Ella. - ele diz, e humn... - Você não vai me matar. - eu consigo ver isso na cara dele, ele está pálido, ele olha para o lado torcendo a boca. - Metam-na no carro. - ele ordena, e dessa vez, com armas apontados para cada ponto do meu corpo, eu sou empurrada e metida a força dentro do carro, que simplesmente bati o meu braço contra a outra janela, protegendo a minha cabeça de bater contra ela. A porta é fechada e eu arfo chutando a poltrona da frente de raiva. - Merda. - eu esbravejo me sentando sem muito que eu possa fazer agora. O caminho inteiro eu não pude ver absolutamente nada, mas eu tenho noção que se passou um bom tempo enquanto eu cá estava. Quando o carro parou, e desligou. Os meus sentidos estão todos alerta. - Onde p***a esses desgraçados me trouxeram? - eu questiono-me com o meu coração extremamente acelerado. Por que razão exatamente eu não faço ideia. Talvez com receio de ver o rosto da Clarisse e confirmar com os meus próprios olhos que ela simplesmente me abandonou e entregou o meu pai para um criminoso. Ou com receio de ver o rosto do homem que tirou a vida do meu pai na minha frente, e que mesmo depois de eu atirar nele, não morreu. Ou de simplesmente encontrar os corpos dos meus amigos na minha frente, porque eu jamais confiarei na palavra de um mafioso, e eu não sei o que ele fez ou está a fazer com eles. Se isso realmente for um casamento, eu não aprecio a ideia, e sinceramente, por mais que tenha ponderado por minutos, está completamente fora de questão e eu não entendo porque isso seria uma solução para o filho daquele i*****l. Não faz sentido nenhum ele colocar a assassina do próprio pai, diante dele, a não ser para a matar. De todo eu estou com receio de não ter controle sobre absolutamente nada que está prestes a acontecer. Eu estou completamente impotente, e com certeza, não era assim que eu gostaria de estar. Nas mãos desses seres inescrupulosos que deviam estar à minha mercê e não o contrário. A porta corre, e eu sinto o meu estômago embrulhar de ansiedade e nervosismo, mas eu mantenho a minha compostura. O cão de guarda do Riina e os seus subordinados já estavam me aguardando na porta, e eu reviro os meus olhos descendo do carro. - Que lugar é esse? - eu questiono passeando o meu olhar para o imenso espaço sendo decorado. - O lugar do seu casamento. - ele responde e eu notei que essa é uma decoração de casamento, o que está me deixando doente. Literalmente. - E esse lugar não tem nome? - eu questiono-o observando tudo minuciosamente. - Uma das mansões da família, não precisa saber mais disso. - ele diz enquanto o carro some da minha frente dando-me visibilidade para a enorme mansão. O lugar é imenso. O jardim é bonito demais para pertencer a pessoas de alma tão suja assim. Eles estão a colocar mesas, e fazendo a decoração no enorme jardim, uma decoração extremamente elegante subtil. Nada extravagante, e mesmo assim me dá vontade de vomitar só de pensar que eu estou numa das propriedades conseguidas através de mortes, dinheiro sujo, e crimes, dessa família. O pior é que os demais cidadãos os conhecem como uma família de renome, bem estruturada, e m*l sabem que as supostas empresas tidas por eles, são apenas um disfarce. Os funcionários olham curiosos para mim, mas nenhum fala absolutamente nada. Eu caminho com eles me escoltando até a entrada desse lugar. E eu estou a detestar até o ar que estou respirando. A senhora que parece ser a governanta abre a porta e sorri na minha direção, mas com os seus olhos analisando-me minuciosamente. - Seja bem-vinda, senhorita. - ela fala e eu não retribuo o sorriso. - Bom dia. - respondo-a e ela assente enquanto o seu sorriso some. - A equipa que a irá preparar já chegou, Jake. - ela afirma, e o mesmo assente, e literalmente puxa-me para dentro, acompanhado dos homens dele. Eles estão literalmente em tudo quanto é canto. A mansão é enorme, e de uma arquitetura formidável, a decoração é elegante, subtil, luminosa, na minha humilde opinião não combina em absolutamente nada com quem ela pertence. Seja pai, filho, tio, avô, não combina. - A partir de agora, deve agir corretamente, Ella. - ele diz e eu levo o meu olhar para ele que sobe as escadas comigo. - Não tem para onde escapar, para o seu bem, não ache que pode contar com alguém por aqui, todos eles trabalham para nós, portanto, qualquer absurdo que decidir fazer, o castigo será uma bala em um dos seus amigos. - ele fala e eu inspiro fundo, olhando para os degraus que estamos a subir, procurando não demonstrar o que essa ameaça acabou de fazer comigo. - Uma idiotice sua, e qualquer um acabará com você, desde o Don, ao Alexander, e você com certeza não quer isso, pois não? - ele questiona retoricamente e eu sorrio o encarando. - E você não quer que eu costure a sua boca, pois não? - eu o questiono e ele revira os olhos abrindo a porta de um quarto, com algumas pessoas aqui. Eu suspiro fundo revirando os olhos. Eu não acredito que isso está acontecendo.
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