Capítulo 29

1157 Words
ELLA. O tanto que eu odeio todos eles, consegue ser maior que qualquer outro sentimento que eu alguma vez senti. Um pouco mais aliviada após minutos com esse lenço com álcool no meu rosto, eu sento-me novamente, retirando ele do meu nariz. Eu inspiro fundo, e levo o meu olhar até ele. Calma o suficiente para proceder com isso, sem perder o controle. Com os seus olhos azuis nos meus, ele encerra a ligação em que ele esteve por bons minutos. - Mansão. - eu falo colocando os meus pés em cima da poltrona. - Eu não sou parva e espero que se quer que eu me "comporte", você terá de me explicar ao menos o mínimo que eu devo saber. - eu deixo claro, e o seu olhar é impassível. - A sua mãe falou que nós iremos para uma mansão. - eu falo afinando os meus olhos, esperando estar completamente enganada. - Você vai me levar para morar na casa dos seus papaizinhos, Riina? - a ironia saiu, eu não resisti, e eu vejo o seu maxilar travar. - Você é um homem, falsamente casado, mas ainda assim, infelizmente, casado, e vai me levar para a casa dos imundos dos seus pais? - eu questiono e o seu olhar que estava impassível, entra em chamas. E eu não me importo. Que ele fique irritado, eu não me importo. - Então deixe-me explicar algumas coisas para você. - o seu tom é baixo, intimidante, a forma como ele posa as suas mãos, e direciona o seu tronco na minha direção, e eu o observo. - Primeiro, modere como fala comigo, ou da minha família. - ele avisa e eu faço uma careta. - Humn... - eu balbucio jogando o meu cabelo para o lado me fazendo de pensantiva. - Não pretendo fazer isso, eu acho que já estou fazendo coisas demais. - eu falo e ele me observa num misto de incredulidade, irritação e ainda tentativa de segurar um sorriso. - Mas continue. - eu digo-lhe e ele suspira. - Nós iremos para a mansão, por conta da sua audácia e má sorte. - ele diz e eu o observo. Pela minha investigação, eu sei que ele ao contrário do irmão dele, aparenta ser mais independente e gosta de ter o seu próprio espaço. Eu sei que ele ficou anos fora, primeiro, porque ele foi estudar fora para a sua licenciatura. Eu tenho também noção de que eles, os herdeiros dessas alcateias criminosas, ou organizações mafiosas, funcionam com regras estritas e arcaicas, como a monarquia, só que numa versão mais sanguinária. Ele deve ter alguma moça, filha de algum outro bandido, um dos cabeças dessa rede de organizações mafiosas que lhe foi prometida. Ele deve ter viajado para fazer o mestrado, onde esteve esses anos e voltou faz pouco tempo, porque simplesmente queria retardar o casamento dele. Até onde eu sei, a cena do hotel foi mínima, para lascívia e devassidão que esse filho da mãe, se interessa, ele não parece e jamais pareceu, mesmo com o disfarce patético que a família tem para os demais, alguém que pretendia se casar. Não faz sentido nenhum ele aceitar ter se mudado para a casa do pai dele, se não for por causa do pai... ou da matriarca de La Cosa Nostra. A avó dele, que eu vi ontem. Por um lado isso é ótimo, posso matar todos de uma só vez, e do outro, eu posso morrer de raiva comprimida, ou de falta de controle. - Eu quero que você saiba, Ella Shell Bourne. - ele diz levantando o seu dedo e um arrepio toma intensamente o meu corpo. - Ouse, por um só segundo, ir do contrário às minhas ordens. - ele diz e eu observo, ele consegue ser intimidante, eu não irei mentir, mas é muito difícil deixar-me intimidada. - Eu tiro a sua cabeça no mesmo instante, e penduro numa parede. - ele diz. - E se tem uma coisa que eu sei que não deseja, é morrer nas mãos de um Riina. - ele diz e calafrios tomam o meu corpo, porém, eu permaneço impassível corpo à fora. - Para além disso? - eu o questiono e ele volta a encostar-se a poltrona e ele suspira calmamente me encarando. Eu questiono-me como um monstro pode ter tido uma genética dessas. - Querendo como não, sendo mesmo assim, a sua escolha. - ele diz e eu reviro os olhos. Ora, que grande escolha! - É como se realmente fizesse parte da família, e existem regras que são estritamente seguidas, e você, jamais deve desobedecer se quiser continuar respirando. - ele diz, e eu o observo. - Quando quiser... - eu falo levantando as minhas mãos, já farta das suas ameaças. Eu entendi que ele quer uma oportunidade para me matar, okay, mafioso. - Respeite a ordem hierárquica da família, não fale ou dê a sua opinião quando não for questionada, mantenha-se calada. - ele fala. - Não olhe nos olhos, da nonna ou do meu pai, quando estiver a falar, baixe a cabeça, e só os encare quando os for ouvir. - ele diz e humn... Baixar a cabeça? Eu sei que eles o fazem, mas eu não sou uma deles. - As ordens deles, não são questionáveis, e horários são cumpridos. - ele fala. - Alexander Riina, eu questiono sobre a razão pela qual eu estou aqui, eu não me importo com os idosos na sua família, a sua nonna, o seu paizinho. - eu falo mocando. - Me fale da Clarisse, eu quero que me explique o que você quer de mim, caso contrário eu farei exatamente o que eu quero e como eu quero. - eu deixo claro e ele observa-me e sorri. - Você seguirá as minhas instruções, não tem porque saber mais do que deve. - ele diz e eu reviro os olhos. - Por enquanto, eu só quero que se mantenha calada, e não fale p***a nenhuma para ninguém e aja adequadamente. - ele diz e eu reviro os olhos. Vá a sonhar que eu irei ficar aguardando as suas ordens Riina. - Qualquer outra moça no seu lugar, estaria mais do que feliz por ter esse anel no dedo e estar na minha presença, devia parar de fingir e começar a agir de acordo. - ele fala sarcástico, e sorrindo, um achometro. - É, eu não sou uma delas. - eu falo para ele. - Olhar para você me dá náuseas, e eu só estou com esse metal no meu dedo, porque você me obrigou, eu estou a fingir agora, se me pedir para agir de acordo, você estará ferrado, Riina. - eu digo-lhe e ele me observa com um sorriso. - Continue se enganando, Bourne. - ele diz nem aí para o que eu falei e eu reviro os olhos. Não vejo a hora de tirar a cabeça dele. Oh, ele me irrita tanto!
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