Após o reencontro com Lúcio, muitas verdades estavam vindo a tona, mas nada se comparava a emoção que Yan estava sentindo.
- Desculpe, mas antes de explicar seus motivos, gostaria de refrescar sua memória, não quero ficar com a sensação que não dei tudo de mim (Diz Yan apreensivo)
- Nada que diga vai mudar o que acredito, mas te concederei alguns instantes de meu precioso tempo (Responde Lúcio com desprezo)
- Será o suficiente
- Tsc
- Quando éramos crianças, meu coração era tomado pelo gosto da rejeição, mas isso foi substituído pela grande responsabilidade de cuidar de você.
(No flashback...)
- Mãe, eu quero ir á escola como meu irmão. (Diz Lúcio entristecido)
- Calma querido, você é ainda muito jovem, o Yan já tem 8 anos.
- Mas eu sinto tanta falta quando ele vai á escola.
- Que lindo, você gosta de seu irmão (Mãe sorrindo)
Horas depois, Yan chega da escola, e ao ver seu irmão brincando entristecido com seus brinquedos, diz logo com ironia:
- Ei pirralho, qual é a sua, Só fica chorando pelos cantos.
- Desculpe irmão, é que...
- Corta essa, você já tirou a atenção que eu ganhava da minha mãe, e fica o dia todo só brincando, o que mais você quer pra ser feliz?
- Desculpe, é que...
- Não quero saber (Yan se retirando)
A revolta de Yan talvez não fosse coerente, mas isso não lhe tirava o direito de se sentir rejeitado.
(Em uma certa noite...)
A Mãe de Yan e Lúcio voltava do trabalho, quando foi abordada por um assaltante armado:
- Vamos senhora, vai passando a grana se não quiser morrer.
- Me perdoe, só tenho o dinheiro do leite de meus filhos (Diz a mãe assustada)
- Que papo furado, vai passando logo (Responde o ladrão empurrando)
- Por favor, pense nos meus filhos. (Mãe implorando)
Sem piedade, o assaltante dispara três tiros contra o peito da mãe de Lúcio e Yan, que morre sem nenhuma chance de sobreviver.
(No dia seguinte...)
Yan estava sentado á mesa, quando Lúcio pergunta por sua mãe:
- Irmão, Já procurei em toda parte, mas não encontro nossa mãe.
- E não vai encontrar (Diz Yan indiferente)
- O que está dizendo?
Yan levanta, e baixando lentamente seu olhar, explica com muita tristeza:
- Lúcio, ontem á noite nossa mãe sofreu um acidente, e não resistiu e morreu.
- Não, o que faremos sem ela? (Lúcio chorando no ombro de Yan)
- Não se preocupe, Prometo cuidar de você.
(5 anos depois...)
- Pega esse moleque, ele roubou minha loja (Vendedor muito irritado)
- Não vão me pegar, não comemos há 3 dias (Diz Lúcio correndo com um pedaço de pão)
- O que? Onde está o Lúcio? (Yan preocupado)
Uma grande multidão perseguia Lúcio, que logo corre e se esconde atrás de seu irmão.
- Ei você, entregue esse moleque, ele andou roubando na cidade (Vendedor irritado)
- Lúcio, roubar não é a solução para nossos problemas, o que deu em você? (Yan repreendendo)
- Desculpe irmão, não comemos há dias, minha barriga está doendo.
- Entendo
- Ei você, não fique no lado desse ladrão, entregue ele logo.
- Perdoe a insanidade de meu irmão, não comemos há dias, acho que a fome o levou a isso
- Não importa, um ladrão é sempre um ladrão.
- Se é assim, Primeiro passarão por cima de mim (Yan apreensivo)
Tais palavras não foram suficientes para justificar a atitude de Lúcio, então a multidão enfurecida, agridem Yan, que ao menos conseguiu evitar que seu irmão se machucasse.
(Tempo depois...)
- Irmão, me desculpe (Lúcio Triste)
- Não precisa se senti m*l, estou satisfeito por defendê-lo (Responde Yan muito machucado)
Dias depois, ambos caminham nas ruas escuras, onde vasculham as lixeiras em busca de alimento, mas são surpreendidos pelos moradores de rua, que logo os cercam insatisfeitos.
- Seus moleques, esse é nosso território, como ousam invadir?
- Nos perdoe, pensamos que essa área fosse deserta. (Responde Yan preocupado)
- E dai? Isso não muda o fato que invadiram (Ambos partem para cima dos irmãos)
Horas depois, Yan e Lúcio são agredidos e amarrados contra uma pedra, e sem direito a resposta, são jogados no lago mais próximo, onde morreram afogados sem chances de sobreviver.
- Isso é o que acontece por invadi o espaço alheio (Diz o Líder dos moradores de rua)
Depois de mortos, Yan e Lúcio chegam a um lugar calmo e alegre, então se deparam com um senhor muito simpático, A quem logo perguntam:
- Senhor, onde estamos? (Pergunta Yan)
- Vocês estão no mundo divino, isso significa que vocês morreram no mundo real (Responde o senhor se retirando)
- Irmão, morremos, como assim? (Lúcio desesperado)
- Isso explica muita coisa, não se preocupe, pelo menos temos um ao outro neste lugar.
- Verdade (Lúcio abraçando o irmão)
Anos depois, os irmãos caminhavam sem direção, quando um anúncio cai sobre o rosto de Lúcio.
- Sempre distraído, não é Lúcio?
- Olha só isso, Miguel Arcanjo está recrutando novos guerreiros, vamos tentar?
- Não acho que teremos chances, mas porque não?, Esse lugar está entediante (Responde Yan)
- É isso ai irmão, vamos mostrar o que somos capazes. ( Lúcio animado )
Após a decisão não planejada, Lúcio e Yan se adaptam aos seus poderes, então são nomeados soldados na mansão celestial.
- Não fique se achando só porque conseguiu passar, ainda somos subordinados dos guerreiros santos. (Diz Yan repreendendo)
- Não importa, a felicidade de alcançar este nível é prazerosa.
Yan apenas observa...
Anos depois, O desenvolvimento espiritual dos irmãos se desenvolve, e logo são nomeados guerreiros santos.
- Como está se sentindo? (Diz Lúcio entrando no quarto de Yan)
- Estou satisfeito, além de estarmos juntos, crescemos o suficiente para protegermos alguém.
- Você não muda mesmo, deveria pensar mais em si mesmo.
- Entendo, mas não serei assim novamente.
Com o passar do tempo, as reuniões dos guerreiros ficaram mais frequentes, e Lúcio se mostrava muito impaciente com isso, até certa noite, quando o alarme da sala central toca e revela um triste acontecido.
- O que está acontecendo? (Yan Preocupado)
Miguel Arcanjo: Não é hora para explicações, vão imediatamente, e capturem o invasor.
- Entendido (Dizem ambos)
Ao chegar á biblioteca sagrada, os guerreiros se deparam com Lúcio tentando manipula-las, que tenta fugir, mas é capturado e expulso do reino, condenado a vagar na terra como um espírito insignificante.
- A ameaça foi controlada (Diz Zacarias ajoelhado diante de Miguel)
- Desculpe interromper, mas as escrituras de Kardia acabaram caindo no espaço tempo que levava ao mundo real, enquanto as escrituras da tortura desapareceram. (Diz o soldado da biblioteca)
- Isso é terrível, o que faremos mestre Miguel? (Diz Zacarias muito eufórico)
- Deixo a decisão nas mãos do conselho (Responde Miguel se retirando)
- Entendido
(Voltando a conversa de Yan e Lúcio...)
- E assim fui escolhido para proteger as escrituras de Kardia, e também para recuperar as escrituras que você roubou (diz Yan indiferente )
- Que coisa, está lutando contra seu próprio orgulho, como o conselho é c***l. (Diz Lúcio com ironia)
- Parece que não está ligando, o que deu em você?, O que fez com meu irmão mais novo? (Yan em exaltado)
- Não fiz nada, eu repúdio esse passado ridículo, cansei de ser humilhado, agora é minha vez de fazê-los sofrer. (Responde Lúcio com desprezo e risadas sarcásticas)
- Como pensei, Não terei outra alternativa, Me perdoe, Irmão! ( Diz Yan em pensamento)
Continua no próximo episódio...