Capítulo 4

1318 Words
JULIA: — Não acredito que você conseguiu Julia! — Samanta me parabeniza pela décima vez desde que saímos da Universidade, agora estamos caminhando no shopping a procura de roupas adequadas para o meu mais novo trabalho que darei início amanhã. O limite de meu cartão de crédito é muito baixo, não daria nem para comprar três peças de roupas nessas lojas caras, mas minha amiga com sua teimosia me arrasou e teimou que quer me dar umas peças de presente. Não quero nem imaginar qual é o limite de seu cartão, ou cartões de créditos, o que é bem provável que ela tenha mais que um. A agradeço e começamos nosso passeio nas lojas, entramos em duas lojas e Samanta diz que não encontrou nada perfeito para mim, bufo e continuamos a nossa procura. Concordei em vim, pois, meu guarda-roupas precisa ser renovado, e não seria nada bom ir ao primeiro dia de trabalho numa empresa com roupas velhas, isso com toda certeza não causaria uma boa impressão para mim. Entramos em mais uma loja cara, Samanta me empurra para o provador com vestidos, saias lápis, blusas sociais. Experimento tudo e fico maravilhada quando vejo minha imagem no espelho, pego a etiqueta das roupas e me assusto quando vejo os valores. Me troco e saio me deparando com minha amiga. — Ficou bom? — Claro, mas é muito caro Sam. — Digo baixo e ela revira os olhos. Ela pega as peças de minhas mãos sem falar nada e pede para a vendedora nos mostrar os pares de saltos, escolho alguns modelos de Scarpins e uns saltos que combinam com as roupas. No caixa assim que tiro meu cartão da bolsa, Samanta já pagou com o dela, olho contrariada para minha amiga e ela sorri inocente. Assim que saímos da loja cheia de sacolas a puxo pelo braço a fazendo me olhar. — O combinado era você me dar um presente e não pagar tudo. — Considere esse o meu presente. — Bufo enquanto ela sorri. — Agora vamos comer algo que estou com fome. — Ela diz e me puxa pelo braço e caminhamos para a área de alimentação do shopping. Você consegue Julia! Vamos lá! Respiro profundamente antes de começar a andar em direção ao hall da empresa onde pessoas vestidas elegantemente saem e entram a todo momento, aliso minha saia lápis e arrumo minha blusa, caminho com os scarpins tremendamente nervosa, pelo menos acho que estou vestida adequadamente para esse trabalho. Assim que passo pelo hall ando até a recepção decidida a pedir informações, olho as horas e suspiro de alívio quando vejo que cheguei com antecedência, pois me mandaram um e—mail pedindo para chegar as 10:00 e agora são 9:40. Assim que chegou até a recepção uma moça loira de olhos azuis me olha sorrindo simpática. — Bom dia, eu vim dar início ao estágio. — Digo. — Senhorita Vasconcelos? — Sim, sou eu. — O senhor Simon logo começará as entrevistas para decidir os cargos, seu escritório é no último andar! — sorrio e agradeço saindo em seguida para o elevador. Deus, só de pensar que daqui a pouco vou ficar de frente para Gabriel numa sala sozinha com ele me deixa nervosa, entro no elevador e aperto o andar da cobertura, aperto minha bolsa quando os andares vão subindo. O barulho anunciando o último andar, respiro fundo e saio quando as portas se abrem, percebo que esse andar todo é feito de vidro, dou passos fazendo barulho de meus saltos sobre o carpete n***o, ainda contemplando a visão vou falar com uma moça que está atrás de um balcão. Aqui só trabalha loiras? — Bom dia, sou Julia Vasconcelos... — É só aguardar querida — ela diz não me deixando acabar de dizer. — Obrigada! — pelo jeito essa não é como a outra recepcionista. Me sento numa sala de espera bastante confortável e vejo que o rapaz que ganhou o outro estágio também está aqui esperando. Pego meu celular e ouço o elevador se abrindo, me viro e vejo Gabriel entrando. Seu corpo veste um elegante terno preto sob medida, os cabelos loiros penteados perfeitamente, seu olhar vai de encontro a sala de espera e vejo seu olhar pousar em mim. — Bom dia Beatriz! — ele diz e segue para o corredor. — Bom dia Senhor Simon! — a recepcionista logo sorri e arruma os fios loiros, mas Gabriel não olha. Quando ele passa por mim consigo sentir o cheiro de seu perfume, uma essência forte com um toque de sensualidade, o observo sumir entrando na sala que presumo ser a sua. Depois de alguns minutos o rapaz que venho da mesma Universidade que a minha entra na sala de Gabriel e demora algum tempo até sair sorrindo de lá, respiro fundo quando a recepcionista m*l-humorada me pede para entrar, levanto pegando minha bolsa e caminhando até a sala entrando. — Feche a porta Senhorita! — me assusto com sua voz e faço o que ele pede. Me aproximo de sua mesa e me sento em uma das cadeiras a sua frente, levanto meu olhar e vejo que ele me analisa novamente. — Senhorita Vasconcelos, quer um copo d'água? A senhorita parece nervosa! — ele sorri debochado. — Não, obrigada! — agradeço. Mesmo assim ele se levanta abotoando o terno e caminha até um filtro da água na sua sala enchendo um copo de vidro, após colocar o copo em minha frente ele volta à sua cadeira se sentando. Parece que o Senhor Simon não gosta de ouvir um não. — Senhorita, sobre o seu cargo, ficará como Assistente Pessoal! Assistente Pessoal parece um bom cargo. — Assistente Pessoal de quem? — pergunto. — Minha. — Ele simplesmente diz. — O que? — pergunto. Ele só pode estar brincando com a minha cara! — Será minha Assistente Senhorita, algum problema com isso? — ele arqueia uma sobrancelha. Todo o problema do mundo! — Nenhum! — digo e pego o copo de água tomando um longo gole para me acalmar. — Perfeito, a Senhorita começará hoje! — Hoje? Agora? — Sim, Beatriz vai lhe dizer onde é sua sala e explicar o que fazer. Eu tenho uma sala só para mim! Ele se levanta e faço o mesmo, me viro e vejo que ele me guia até a porta sinto sua mão em minhas costas e tento não pirar com esse simples toque. Até que gostei de meu trabalho, Beatriz me mostrou minha sala, e achei bastante confortável, meu trabalho é ver os compromissos do Senhor Simon, agendar reuniões e acompanhá-lo em algumas, inclusive se for em outro país. Vejo a horas em meu celular e vejo que já passou do meu horário de trabalho, desligo o computador pego minha bolsa e saio da sala encontrando tudo apagado no andar todo. Acho que não tem mais ninguém aqui, a luz noturna m*l ilumina através dos grandes vidros, caminho e aperto o botão do elevador, logo entro, mas uma mão impede as portas de se fecharem. Logo vejo Gabriel entrando no elevador se instalando ao meu lado, parece que ele sempre é o último a sair da empresa também. — Está gostando do trabalho Senhorita? — Ah, claro! — digo tentando não ficar nervosa novamente com sua presença. Seu perfume toma conta do pequeno ambiente e torço para chegar ao térreo logo, mas o azar está do meu lado pois logo o elevador para e as luzes se apagam totalmente. Mas que droga! — O que foi isso? — grito. — Calma, provavelmente desligaram o elevador. — Ele diz numa calma que até assusta. — Como assim desligaram? Estamos presos aqui? — Sim! Não vejo nada nessa escuridão total, mas me assusto quando ouço sua respiração bem perto de mim, logo suas mãos encontram minha cintura. — Está nervosa por estar presa aqui ou por estar presa comigo Julia? Deus!
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