4 - Novos ares

1923 Words
Hipolita adentrou o lugar admirando as cortinas luxuosas do bordel, uma elegante mulher de cabelos negros e olhos azuis trajando um vestido vermelho chamara a atenção de todos ali, sua voz era terna e sensual ao cantar uma canção conhecida, homens a acompanhavam tocando alguns instrumentos como arpa e violinos. Puxou um pouco mais sua capa afim de cobrir seu rosto para que ninguém a reconhecesse e passeou pelo divertido lugar, muitas pessoas bebiam e dançavam animadas. Os guerreiros que a acompanhava espalharam-se pelo ambiente em busca de diversão. Abriu um sorriso enorme, era a primeira vez que frequentava um bordel, nunca imaginou que um dia iria em um, mas gostou de conhecer lugares diferentes, ao menos não seria censurada por isso. Observou tudo atentamente e logo chegou a uma conclusão, além das meretrizes, apenas homens poderiam frequentar esse tipo de ambiente, grande parte deles eram casados, a maioria fazia parte da nobreza, eram condes, lordes e viscondes que ao cair da noite deixavam seus títulos e deveres de lado e iam embarcar em um mundo despudorado e cheio de prazer. Mas o que lhe chamou mais atenção a princípio foi que o papel das mulheres ali não era somente de dar prazer, Hipolita percebeu que elas eram espertas e tinham um papel importante em incentivar os fregueses a consumir, jogar e beber. Subiu a grande escada e ao passar por um corredor cheio de quartos os gemidos prazerosos tornaram-se mais audíveis, ignorou o seu lado recatado e seguiu até o fim do corredor, havia uma porta meio aberta, alguns sussurros e sorrisos que vinham de dentro do cômodo lhe chamou atenção, ao abri-la se deparou com alguns rostos conhecidos. Louis e seus homens estavam por ali, junto a outros que ela não conhecia, mas pela postura e vestes sabia que eram da nobreza, eles estavam sentados em volta de uma mesa com fichas e cartas. Animou-se, fazia muito tempo que não jogava, desde que seu pai faleceu. — Senhores, também irei participar da partida. — Afirmou complacente, aproximando-se da mesa, atraindo a atenção de todos ali, menos de Louis que olhava concentrado para as cartas em sua mão. O homem que estava ao seu lado lançou lhe um olhar de desdém antes de falar: — Putas não sentam a mesa para jogar, mas tu podes sentar em meu p*u enquanto jogo para me dar sorte. — Exprimiu sorrindo enquanto tragava o charuto e soltava a fumaça no ar. — Se queres um amuleto da sorte deveria comprar um pé de coelho milorde. — Rebateu ela em um tom de deboche, alguns homens riram, menos o velho gordo do qual havia lhe faltado com respeito. Ele virou-se para Hipolita olhando-a de cima abaixo, depois voltou sua atenção ao jogo e lançou uma carta à mesa. — Ora, ora, então temos aqui uma p*****a que precisa ser domesticada. — Sempre odiou a prepotência dos homens, muitos se achavam acima de tudo, os inatingíveis, ainda mais por terem bens e fazerem parte de uma família nobre. Imaginava quantas pessoas humildes já não haviam sofrido por esse abuso das classes sociais mais favorecidas. Homens, mulheres e crianças que não tinham como se defender pois não tinham voz, e muito menos alguém que pudesse lutar por eles. Pessoas eram maltratadas e humilhadas constantemente por homens iguais ao que estava em sua frente. Os homens de Louis nada falaram, apenas olharam para seu líder em busca de algum comando, mas ele nada disse, continuou olhando as cartas, enquanto sorveu um pouco da bebida em sua taça, ignorando por completo aquela algazarra. — Eu poderia sentir-me ultrajada com sua ofensa, mas ao contrário disso só consigo sentir pena, tu es tão pequeno e ignorante que precisa rebaixar o outro para sentir-se feliz. O indivíduo riu com cinismo balançando a cabeça para os lados provavelmente reprovando sua atitude. — Só o que me faltava, uma meretriz dando-me lição de moral. — Resmungou — Irei comunicar seu desrespeito à Madame Margaretha, vou adorar castiga-la. Sua reprimenda veio acompanhada de uma bofetada na b***a que a fez ficar com sangue nos olhos, Hipolita bufou odiosa enquanto o infame exibia os dentes em um sorriso maquiavélico nos lábios. Antes que ela tomasse alguma atitude Louis bateu a mão na mesa fazendo um som estrondoso, enraivecido ele fuzilou o homem com seu olhar. — Se a tocar novamente será a última vez que terá mãos lorde Windsor. Hipolita ignorou as ameaças de Louis ao homem e não hesitou em fecha as mãos e dar uma bofetada no rosto do lorde que foi pego de surpresa, pouco antes dele atingi-la ao levantar a mão para revidar a agressão as espadas dos guerreiros foram retiradas da bainha e apontadas para o lorde, somente a espera de uma ordem, a de Louis. — Eu sou um lorde! — Jeffrey cuspiu as palavras como se isso o tornasse intocável. — Não me importo com seu título. — Esbravejou o bárbaro irritado, Hipolita concluiu que sua revolta seria por estarem atrapalhando seu jogo, não por se importar com ela. — Quer mesmo me afrontar por conta de uma rameira? — Já cortei cabeças por menos que isso, saia agora antes que fique sem a sua. — Louis voltou seu olhar para o lorde que o encarou por delongas antes de sair bufando de raiva. Não duvidara das palavras de Louis, nesses poucos dias que estavam convivendo juntos descobrira o quanto ele era um homem difícil e de gênio forte. — Então milady, pode sentar-se à mesa, irei embaralhar as cartas. — Pode me chamar de Hipolita, Conan, milady é para donzelas da nobreza, acho que não sou mais uma. — Confessou antes de tomar um copo cheio de cerveja que Jamie lhe havia dado, tinha um gosto diferente e estranho, mas não era tão r**m quanto pensava, as mulheres nunca tomavam cerveja, era uma bebida apreciada pelos homens pois não tinha o toque adocicado e suave como o vinho — Eu gostei. — Aprovou. Encheu um pouco seu copo tomando mais um gole. — Acho que podemos comprar um barril desse para tomarmos enquanto viajamos. — Este é um dos nossos Hipolita, fabricamos nossa própria cerveja com pães velhos. — Louis a informou, ficou admirada, iria querer aprender, poderiam vender e assim terem uma renda — Agora largue de conversa fiada, quero vê-la jogar e saber se é tão boa quanto ficava falando. Riu do cinismo do bárbaro e verificou suas cartas. — Pois não, milorde. Ela não era só boa, era a melhor, seria divertido ganhar de Louis. Um jogo de cartas nunca fora tão excitante como esse, Louis, Conan, Jamie, Uriah e ela jogavam enquanto os restantes dos soldados se perderam pelo bordel, a noite estava sendo tão divertida, assim como todos os seus dias vinham sendo, talvez porque estivesse feliz, como a muito tempo não estava sendo desde que pais se foram e sua paz vinha sendo constantemente perturbada por seu tio e pelo lord Byron. Desde que fugirá e se juntara ao bando de Louis Hipolita havia mudado significativamente ao longo dessas duas semanas, principalmente em sua forma de ver o mundo. Agora de fato era uma mulher, sentia-se liberta, estava tendo novas experiências, conhecendo pessoas novas, conhecendo uma imensidão de culturas e costumes dos quais não conhecia antes, nesse momento tinha o poder de decidir qual seria seu próximo passo pois ninguém a impediria, agora era livre. Olhou para os homens em sua volta, já havia ganhado o jogo seis vezes e Louis apenas uma, os homens perderam covardemente para ela, a aposta no jogo fora de que se ela ganhasse poderia escolher um cavalo de um dos homens à mesa. A noite já estava indo embora, trazendo consigo um novo dia, bocejou com sono depois que os homens deram fim ao jogo, estava um pouco tonta por conta da bebida. Recebeu os parabéns dos seus adversários e saíram do lugar com o sol já à vista. Ao passarem no estabulo para pegarem os cavalos, antes de Louis chamar-lhe para que pudesse montar Hipolita o interrompeu: — Agora este é o meu cavalo. — O lembrou claramente pegando as rédeas do animal para si, Louis tomou de volta puxando de suas mãos e segurou em seus quadris colocando-a em cima do cavalo contra sua vontade e montando logo em seguida. — Desculpe-me Hipolita, mas este garanhão é meu! — Afirmou ele guiando o animal na direção em que aos outros homens estavam indo. Eles estavam em outro acampamento mais ao norte de Londres. Queria um cavalo só para ela, não gostava de cavalgar em companhia de outra pessoa, muito menos quando se tratava de Louis. Poderia ser idiotice de sua parte, mas queria se precaver, ficar perto dele a fazia recordar da noite que tiveram juntos, lembrar dessa noite fazia todo seu corpo estremecer toda vez que sentia seu peitoral quente lhe aquecer as costas, sentia vontade de repetir tudo novamente. — Tu não tens honra, dissestes que me daria teu cavalo caso ganhasse o jogo. — Resmungou sem se dar por vencida, ele sorriu rente a sua observação. Louis puxou as rédeas do cavalo para que ele diminuísse a velocidade deixando-os um pouco distantes do bando. — Não, tu disseste isso, não eu! — Sussurrou rente ao seu ouvido com a voz rouca. Ela rosnou enraivecida enquanto virou-se para fitar seus olhos, queria dar uma bronca por ele ser tão cínico, as palavras sumiram de sua boca após vê-lo sorrir de forma tão espontânea e um tanto indecente. As mãos de Louis soltaram as rédeas e percorrem seus ombros com fervor, Hipolita acompanhou o caminho pelo qual as mãos do guerreiro avançavam, ele puxou um pouco do tecido do seu manto e do vestido no intuito de infiltrar-se por dentro de suas vestes. Agonizou quando ele puxou a cinta liga de sua meia fazendo a peça chicoteá-la, uma pequena dor prazerosa espalhou-se por toda ela até sentir os dedos do homem chegar na entrada de sua i********e dedilhando o local. Podia parecer insensatez de sua parte em deixa-lo acariciar sua i********e bem ali há alguns metros dos cavaleiros que cavalgavam diante deles alheios ao que estava acontecendo. Mas na intenção de provoca-lo Hipolita pressionou suas nádegas em seu m****o, esperando por uma reação á altura, ele grunhiu aprazente, então aproveitou para lembra-lo de sua pendência. — Não esqueça de meu cavalo. — Péssima hora para voltar a lembrar disso Hipolita! — Rebateu ainda com os dedos dentro dela. Não poderia negar que era uma ótima caricia, mas iria se aproveitar disse para conseguir seu garanhão. Voltou a roçar seu quadril na masculinidade dele até ouvir seus sussurros roucos ansiando por mais contato. — Acho que é uma boa hora. — Ela sorriu regozijada, sua respiração estava acelerada, estava quase chegando em seu clímax, mas antes queria ouvir sua aprovação. Então totalmente despida de timidez pôs sua mão por cima da dele, ajudando-o nos movimentos. Por Deus, se pudesse passar todo o dia perdida naquelas sensações abdicaria de tudo e viveria apenas para o prazer. — Aquele cavalo que está sobrando, nunca vi um cavaleiro montado, poderia me presentear com ele. Ele riu como se fosse impossível. Então ela friccionou mais ainda seu quadril juntando-se ainda mais a ele. Deixou que a emoção fosse expulsa através de seus gemidos enquanto aliviava-se entre os dedos de Louis. — Se conseguir monta-lo será seu, Hipolita. — Afirmou com os lábios molhando seu pescoço e a barba raspando sua pele enquanto descansava a cabeça em seu peito, procurando se recuperar do recente estado de torpor. Excitante. Pensou eufórica. — Adoro desafios!
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD