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2061 Words

Catorze LAURA Não era para doer tanto, mas doía lá no fundo. A vergonha, a decepção, a raiva, não me deixava esquecer a cena por nenhum segundo. Era como se meu cérebro tivesse ativado o modo replay automático para toda vez que minhas pálpebras cerrassem as imagens virem vívidas, inundando tudo.      Meus cabelos colaram na parte úmida do meu rosto. Não fiz questão de afastá-lo, levantei-me devagar, com a cabeça baixa, evitando olhares e evitando também que meus olhos se encontrassem com os de qualquer pessoa naquela sala. Silêncio. Ninguém dizia nada, não se ouvia nada que não fosse meus passos até meu quarto.  Assim que pus o primeiro pé lá dentro bati a porta contra a parede como se estivesse arrancando-a e desabei. Desmoronei, parando no chão e afundando minha cabeça entre os jo

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